terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Bichos escrotos

Quando vemos imagens de sociedades que nosso ego se satisfaz em chamar de primitivas praticando algum ato que atente contra noções básicas de higiene, nosso instinto dito civilizado sente certa repulsa pela cena.
Pois na McDonalds da rodoviária de Salvador a atendente ia pegando uma bandeja quando se deparou com uma barata. Jogou a bandeja no chão e pegou a seguinte para servir ao cliente que a tudo presenciou mas não protestou.
Lembrei que no Shopping Barra, vimos um dia um carrinho de lixo parado no balcão do Monalisa. Perguntei à atendente por aquilo, que me disse ser rotina a retirada do lixo pelo mesmo local onde servem a comida. Cancelei meu pedido.
No Cinemark, no Salvador Shopping, a balconista trouxe as cestinhas onde se colocam as pipocas e deixou no chão.
Nem mesmos os protestos nossos e de outra cliente a fizeram perceber o absurdo da atitude. Quando a cliente pediu que a pipoca fosse colocada numa cesta que não estivesse no chão, a menina respondeu que todas as cestinhas que eles tinham eram aquelas, demonstrando que falta de higiente e de educação estão ligadas.
Particularmente, não como mais no McDonalds da rodoviária, no Shopping Barra ou no Cinemark, mas não custava a vigilância sanitária dar um pulinho lá.



Dirija-se ao portão

Enquanto o conceito de "fast-food" é contestado por nutricionistas sérios, na parte que diz respeito ao "food", na Bahia é a idéia de "fast" que merece discussão. Nem todo treinamento lavagem cerebral do McDonalds consegue fazer que um baiano prepare um daqueles sanduíches em tempo razoável. Se for no Bob's, onde uma amiga me disse ter a impressão de que cotratam os reprovados pelo Ronald, a coisa é desesperadora!
Mas não consigo entender essa lerdeza em lanchonetes da rodoviária. Em boa parte delas a comida já está pronta. É só pegar e entregar. E parece obvio que a maior parte da clientela está com mais pressa do que habitualmente, afinal seu ônibus está para partir em minutos.
Mesmo assim, as atendentes da rodoviária se comportam como se os clientes tivessem vindo passar as ferias na rodoviária e, portanto, tivessem todo o tempo do mundo.




Feliz Ano de Novo

Acabo de saber que o irmão de uma amiga morreu. Edgar, 31 anos, era um publicitário alegre, trabalhador mas cometeu um erro fatal na Salvador dos dias de hoje: saiu de casa, sem o aparato de segurança que protege governadores, deputados e juízes do Brasil. Estava num bar no Horto Florestal, foi assaltado e levou um tiro.
No Brasil atual quem tentar proteger sua família de assaltos, estupros e violências, tomando atitudes para suprir a ineficiência da polícia, pode acabar preso ou ter sua casa saqueada. Enquanto isso, quem mata, estupra, rouba, tem a proteção dos direitos humanos e as fervorosas preces de que se sensibilizem por passeatas de imbecis vestindo branco!
Não sou a favor de tortura quer seja de animais ou de seres que se acham humanos, mas não teria dúvidas que se a oportunidade me fosse dada, eu cravaria uma bala na cabeça do assassino de Edgar. Não é a solução adequada, mas enquanto os intelectuais e juristas discutem a "violência" que seria colocar esses animais para trabalhar a fim de sustentar um sistema carcerário eficiente para mantê-los longe da sociedade, nós ficamos como presas de marginais que recebem indulto de Natal ou Ano-Novo.
E quanto ao direito de D. Maria de ter seu filho, que sempre foi honesto, consigo no dia das mães? Por que ninguém clama pelo indulto de Edgar passar o Natal com sua namorada? De comemorar o ano-novo com a irmã e os amigos?
Mas não é só quem puxou o gatilho da arama que é responsável pelo crime.
Quem desvia dinheiro público pra pagar seus castelos, viagens, carros, apresentadoras de TV, dinheiro que deveria ser usado para aparelhar polícia e combater o crime, entre outras coisas, esse também é responsável. É tão assassino quanto o vagabundo que deu o tiro.
E o brasileiro idiota acredita que votando no "menos pior" a situação se resolve. A quadrilha que comanda esse país, e que não se comove com mortes desde que continue a ter contribuintes para manter suas orgias, se reveza entre esquerda e direita, PT e DEM, e o mesmo brasileiro que invade campo e agride jogadores e juízes quando seu time perde, fica inerte diante dessa situação. Como o gado que acredita que seu destino é o matadouro, ele crê que sua sina é votar em alguém e se resignar com o que esse aí faz. En quanto isso a medíocre classe média discute qual partido rouba menos e faz mais.
Mas nem só os politicos são co-autores do assassinato de Edgar. O jovem de classe média que dá seu dinheiro aos bandidos em troca de drogas é responsável pelo pagamento da bala que matou Edgar e mais 30 pessoas nos últimos 4 dias em Salvador! E os intelectulóides imbecis discutem sobre liberdade individual e liberação da maconha. Que discutam, mas enquanto é crime, os maconheiros que dão recursos para os bandidos são bandidos também!
O ano de 2010 já acabou pra essa família. E pras minhas esperanças de um mundo melhor!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

No grito

Até hoje tem gente que se arrepia quando alguém fala em compra pela internet. A imagem que vem à cabeça dessas pessoas é de produtos não entregues ou defeituosos, falta de atendimento pra resolver algum problema, desaparecimento da loja sem deixar rastros ou outras tragédias.
Pra mim, a compra pela internet elimina o maior incoveniente da compra nas lojas convencionais: a pessoa. Não há vendendor, lojista, atendente, associado, colaborador ou qualquer outro nome que queiram dar. Escolhendo bem a loja virtual, os riscos são até menores do que nas lojas físicas. Sem alguém tentando te empurrar um produto, com promessas mentirosas, o próprio usuário pode calmamente escolher o produto mais adequado, ver suas especificações, comparar os preços com outras lojas e checar direitinho as condições de pagamento. Pra completar, as melhores lojas virtuais costumam oferecer descontos pra seus clientes regulares, coisa que as lojas físicas não fazem.
Claro que as lojas físicas tem a grande vantagem de nos entregar o produto no final da transação, na maioria dos casos. E foi por isso que eu optei por essa forma, já que não tinha comprado com antecedência o presente de Natal que procurava: o celular Star TV da Samsung.
Quando me dei conta de que não seria possível a entrega até o dia 25/12 pela Submarino, decidi procurar nos shoppings. Rodei todo o Salvador Shopping sem encontrar, a não ser na Claro, onde o aparelho era bloqueado por 12 meses mesmo na opção cartão (a Anatel serve pra quê, mesmo?). Liguei para as lojas do Iguatemi que disponibilizam seus telefones no site do shopping (por que uma loja de telefonia não permite o contato por telefone?), mas em nenhuma tinha o aparelho. Fui para o Shopping Barra. Na primeira loja (Nelinho), a simpática vendedora/lojista/atendente/associada/colaboradora em treinamento Dulce, disse-me que havia acabdo naquela loja, mas que ainda tinha na outra, naquele mesmo piso. Fomos lá e ela me mostrou o último dos aparelhos ainda à venda.
Comprei e dei o presente. Na primeira tentativa de carga, apesar do indicador dizer que só tinha dois pontos de carga na bateria, o aparelho deu uma mensagem de que o aparelho estava carregado e mandou retirar o carregador. Pensei que deveria esperar que ele descarregasse completamente e assim foi feito. Quando a carga acabou por completo, o aparelho não carregava por nada.
No dia 26/12 fui com Beto à loja e expliquei o problema. A vendedora trocou o carregador mas o aparelho não dava sinal. Chamou a vendedora que me atendeu, esta trocou apenas a bateria, usando o carregador do aparelho... nada. Ela disse que não podia trocar o aparelho porque não tinha outro na loja. O jeito era levar pra assistência.
Imagine, tirar um aparelho da loja e 3 dias depois dar entrada na assistência técnica. Não fazia o menor sentido. Pedi para cancelar a compra. Pedimos pra falar com o gerente. Ele não estava. A moça ligou pra ele explicou tudo, ele disse para ela que eu poderia pegar outro modelo ou ir para a assistência, mas devolver o dinheiro ele não devolveria.
Ela trocou então o carregador e a bateria e o aparelho deu sinal. Beto ficou desconfiado. Achava que seria muita coincidência que o defeito estivesse no carregado e na bateria. Não queríamos sair da loja com um aparelho que poderia dar o mesmo defeito mais tarde. Pedi pra falar com o ferente pelo telefone. A menina ligou de novo, mas ele se recusou a falar conosco. Disse para levarmos o aparelho que, se não funcionasse, na segunda-feira nós retornaríamos e falaríamos com ele.
O aparelho ficou a noite toda no carregador e só carregou dois pontos do indicador. Mesmo com a carga caindo pra um ponto, o aparelho dizia que a bateria estava plenamente carregada e não dava a carga.
Voltamos para a loja. Pedimos para falar com o gerente que informou que estava no estoque e que só atenderia dali a meia hora. Saímos. Quando voltamos, a informação era de que ele tinha ido para a outra loja. Fomos pra lá. Dulce nos atendeu, fez os testes com outro carregador, o aparelho não funcionava, ela nos disse que o gerente já havia dito que deveríamos ir pra assistência técnica. Eu informei que o código de defesa do consumidor me garantia o cancelamento da transação nesse caso. O produto já saiu com defeito da loja!
Ela procurou o gerente e a informação foi que tinha saído pra almoçar, deveríamos voltar após as 15:30.
Mais uma vez saímos e antes das 16:00 estávamos de volta. Dulce já foi procurando o tal gerente, mas a informação foi de que ele tinha saído. Meio sem jeito, ela pediu pra que a gente sentasse um pouco. Liguei pra um dos poucos advogados em que confio e perguntei se eu realmente tinha entendido certo o CDC, ou seja, se eu realmente tinha direito a cancelar a compra. Queria ter certeza do meu direito para brigar com o gerente. Mas antes que meu amigo me respondesse, Beto deu a lição jurídica que nenhum curso de direito desse país vais ensinar: gritar.
Gritou na loja a plenos pulmões que queria falar com o gerente, que não iria esperar mais um minuto, que estava desde sábado perdendo tempo com um gerente que não atendia, que não ia sair da loja com um aparelho que já estava defeituoso!
Alguns clientes começaram a dizer para ele denunciar a ANATEL, outros manifestavam apoio. Com a confusão, apareceu um homem que se identificou como supervisor regional, ou algo parecido. Disse que não era o responsável pela loja, mas que nos atenderia. Ouviu o que eu tentava explicar, enquanto Beto ainda gritava, e nos levou para uma sala, com certeza para que mais clientes não vissem a cena. Conversou com Dulce, constatou que não tinha outro aparelho na loja e disse que faria o estorno no cartão de crédito. Concordou que o gerente devia nos ter atendido desde o sábado e disse que isso já deveria ter sido feito.
Beto disse que era cliente da Nelinho desde que só havia uma loja, no Orixás Center, mas que nunca mais pisará os pés em outra loja, graças ao tal Renato (o gerente). Walter, esse supervisor ou o que quer que fosse, nos deu o número do celular dele e disse que qualquer problma com o estorno do cartão poderíamos ligar pra ele. Pediu desculpas e saímos.
Em casa, comprei o aparelho numa loja virtual, por um preço menor ainda, mesmo incluído o frete. Aproveitei pra fazer uma reclamação da Nelinho no site Reclame Aqui e ainda descobri que ela teve 114 reclamações fundamentadas no Procon em 2009, sendo 19 por entrega de produtos defeituosos.
Bom, quem quiser arriscar aborrecimento, perda de tempo e prejuízo, é só procurar a Nelinho Telefones e engrossar as estatíticas de 2010. Eu continuarei nas lojas virtuais, onde é mais seguro!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

Ato médico

A pressão dos médicos consegui aprovar a lei do "ato médico" que proíbe profissionais como fisioterapeutas, acupunturista, nutricionista entre outros a realizarem diagnóstico e prescreverem medicação. Restringem tais atos aos médicos. Isso significaria que esses profissionais seriam capazes de, em seus 5 anos de medicina, se especializarem em todos os aspectos do corpo humano, inclusive sendo conhecedor do todas as técnicas de tratamento.
E olha que nem estou falando dos tratamentos não reconhecidos pela medicina, mas que estão nessa condição muito mais pela ignorância dos doutores em entender como eles atuam do que por sua falta de eficácia.
Há uma semana meu irmão sentiu dores de cabeça e enjôo. Foi a um médico que disse que sua pressão estava alta e pediu exames como mapa, raio x, eletro...
Ele começou então a maratona de marcar exames.
Durante a semana, ele sentiu dores muito forte e vomitou. Na sexta-feira foi pra emergência do Santa Isabel. Chegou às 11:00 h. Eu vim de Feira e cheguei por volta das 3:00 e o encontrei na mesma sala, com o resultado de uns exames.
Chamava a atenção dos médicos o aumento dos leucócitos (15.600) o que indicava alguma inflamacão, mas ele não tinha febre.
Como meu irmão não se alimentava desde de manhã, perguntei ao médico se ele podia comer. O médico fez uma cara de dúvida, mas eu disse que tinha comprado iogurte e biscoito. Ao perceber que eu não ia cobrar a comida do hospital, ele permitiu que eu desse a comida. Assim que ele tomou o copo de iogurte, chegou outra médica que disse haver uma suspeita de menigite e que deveria esperar o cara que fazia o exame. Disse que meu irmão deveria permanecer em jejum! Eu disse que o outro médico tinha autorizado comer. Ela disse que tudo bem.
Pera lá! Se é obrigatório jejum, como é que estará tudo bem no exame se ele comeu? E se não é obrigatório, porque deixar uma pessoa com fome há mais de 12 horas sem necessidade?
Seja como for esse tal exame só foi realizado após às 23:00.
Diante do resultado negativo de menigite, a médica deu alta, anotando a observação dos leucócitos.
Estranhei logo aquilo. O fato de não ser menigite não indicava que ele estava curado. Já que continuava com dor de cabeça que não baixava por nada. Prescreveram dipirona e dramin. E a pressão alta? E a leucocitose?
Como a dor não cessou durante todo o sábado, viemos pra emergência do Hospital da Bahia, de onde escrevo.
A enfermeira que atendeu verificou que a pressão estava alta e olhou todos os exames. Aconselhou a procurar um cardiologista. Coisa que me pareceu sensata.
Enquanto esperamos o atendimento médico, resolvi olhar os exames. Tá lá os leucócitos a 15.600 sei lá o quê e notei que a glicemia estava em 151 mg/dl!
Sei que sou leigo, não quero saber mais do que os detentores do conhecimento em saúde, mais esse valor me pareceu alto. Mas não só não mereceu qualquer comentário nessas mais de 15 horas de hospital, como ainda aplicaram soro glicosado depois que esse resultado já era do conhecimento dos médicos.
Na minha ignorância não entendo a relação entre leucócitos e glicemia altos e a pressão alta. Se tem, eles deveriam nos explicar para não ficarem dúvidas. Mas me parece que os médicos tendem a querer atacar aquilo que já sabem (pressão alta dá dor de cabeça) ignorando os fatores que não se encaixam na equação e que eles não entendem.
Medicina não é ciência exata. Profissionais que adotam postura holistica tem maior probabilidade de solucionar o problema. O conhecimento de profissionais que tratam de áreas específicas também não podem ser ignorados. Sei de um filho de uma colega que teve um tumor na cabeça descoberto numa consulta ao dentista.
Em resumo: os médicos não sabem tudo e não são só os médicos que sabem. Tratar desse assunto por interesses corporativistas é um risco à saúde de todos.
Devemos ler na internet sobre esse tal ato médico e votar nos sites contra esse absurdo.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Planeta Água

Agora vê se você, morador do Condomínio Amazona em Salvador, para de reclamar quando entra um pouqunho de ágia em sua garagem!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Criança feliz, quebrou o nariz... hahahahahahahaha

Se tem duas fases em que as pessoas insuportáveis atingem seu potencial de insuportabilidade é na infância e na velhice. Considerando que vizinho não é um ente dos mais queridos, imagine ter uma avó e um neto como vizinhos!
Até hoje eles pouco tinham me incomodado, mas hoje me irritaram fazendo duas coisas que eu detesto.
Primeiro, eu não gosto de crianças que se metem em assuntos de adultos. Bem verdade que eu poderia terminar a frase anterior antes do "que", mas crianças que atendem o telefone e perguntam o que você quer falar com os pais deles, ou que começam a conversar com você como se o conhecessem me tiram do sério. A menos que você realmente conheça essa criança e ela tenha idade pra manter uma conversa com você, eu fico com vontade de dizer uns desaforos, mas tenho a impressão de que os pais delas ficariam chateados, não sei bem por qual motivo.
A outra coisa que me irrita bastante é gente que tem pose de vítima, que encara tudo que acontece como um grande sofrimento pessoal, que pena mais do que todos os pobres famintos desabrigados do mundo, apesar de ter casa, comida, roupa... A pessoa não reclama de algo, ela se lamenta. Ela não sofre um acidente, ela é torturada pelo universo!
Pois bem, desço eu para receber uma entrega e vem chegando os meus vizinhos. O menino salta do carro e vem na minha direção (por que?!) e diz: "ela quer falar com você... é sobre sua porta batendo". Pronto, lá e foi meu humor. Que diabos um menino de uns 7 anos tem que falar comigo sobre a minha porta? Por que a avó dele discute com ele sobre a minha porta. Foi o suficiente pra fechar a cara pro menino e pra velha.
Ela então se aproximou e disse, como se fosse uma paciente terminal pedindo morfina pra aliviar a dor: "É a sua porta (sim, eu já tinha entendido quando o garoto disse) ela fica batendo o dia todo... minha cabeça está a ponto de estourar, eu não aguento mais".
Preciso fazer uma pausa para explicar que, sim, a porcaria da porta do meu quarto bate se ficar destrancada. Aqui venta muito e não tem peso de porta que segure, tanto que eu deixo o peso no portal para quando o vento empurrar a porta, ao menos ela parar antes de bater. A porta tem um defeito no trinco e não fica fechada direito, o vento abre e depois fecha. Tanto assim que eu durmo com ela trancada à chave para evitar isso. E também tranco quando saio. Mas hoje... hoje... eu sai e não tranquei. E quando cheguei notei logo que o peso estava fora do lugar, o que indica que um vento mais forte deve ter empurrado a porta de tal forma que tirou ele e, sim, ela deve ter ficado batendo por muito tempo, e sim, é irritante ficar ouvindo aquilo. Mas ela poderia ter dito: "Sua porta bateu hoje o dia todo, eu quase enlouqueci". Mas, não. Foi: "Sua porta fica batendo o dia todo". Com uma expressão de dor como se eu estivesse aplicando acupuntura sob suas unhas.
Não tenho mais paciência. Disse, simplesmente: "a porta não fecha, por isso fica batendo". Percebi o desepero dela. Ela esperava que eu prometesse resolver o assunto ou algo assim, mas eu só disse isso. Ela ainda tentou: "coloque algo pesado". E eu: "já coloquei, não funcionou" e subi as escadas.
Ora, ela sabe que isso não acontece todo dia. Sabe que isso não acontecerá amanhã como não aconteceu ontem, mas não vou lhe dar certezas. Um pouco de dúvidas sobre o futuro é sempre interessante quando se tem mais idade.

Jingle bell, jingle bell, acabou o prozac

Um amigo pediu de casa um remédio na farmácia e como a entrega estava demorando, como todo delivery em Salvador, ele ligou pra reclamar.
A atendente então explicou que o motoboy tinha saído com muitas entregas e arrematou:
"O senhor sabe, nessa época do ano, perto do Natal, as encomendas aumentam".
Eu até endendo essa desculpa da Submarino ou da Americanas, mas de uma farmácia?!
Por que as encomendas de remédio aumentariam durante o Natal?
A pessoa está em casa, aí lembra que é o dia do amigo secreto da firma. "Ai, meu deus, eu não comprei nada". Aí ele liga pra Estrela Galdino e pede 5 caixas de Luftal... pra presente!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Eis a questão!

Três filmes lançados este ano tem uma tematica comum.
Gamer, Substituos e Avatar mostram pessoas vivendo em outros corpos.
Mais do que simples coincidência, os filmes revelam uma tendência de nossa sociedade.
Ainda não podemos mudar de corpos, mas o que fazemos quando criamos um nick nos messengers, chats e ambientes virtuais na internet da vida, senão criar uma persona diferente da nossa? Pelo menos assim pensamos.
No mundo em que o "ter" é o mais importante, o "ser" virou um produto que, acreditamos, pode ser trocado facilmente.
Mas que ninguém culpe o mundo virtual por esse desvirtuamento de valores. Diz um ditado árabe que quando apontamos para a lua, o idiota fica olhando fixamente para o dedo!
Fora da internet, já encontrei gente que, sem saber onde eu trabalho, se apresentou como Oficial da Justiça do Trabalho. Passei mais de cinco anos acreditando que um sujeito era advogado, pelo menos assim me foi apresentado, para depois saber que ele nunca foi cursou uma faculdade de direito. Sei de colega que se apresenta como juiz.
Tirando os casos de escroques, que mentem para obter algum lucro, essas pessoas são infelizes em ser como são mas não tem coragem de procurar mudar e assumem uma nova persona na tentativa de enganar aos outros e a si mesmas.
O trágico é que não conseguem. Em sua tentativa frustada de fingir ser uma pessoa 10 anos mais nova do que realmente era, com uma rotina de ginasticas, botox e plásticas, Leila Lopes não conseguiu esconder seu verdadeiro ser: uma mulher insatisfateita em viver sendo quem era. E deu fim à vida.
O motivo é que a essência da pessoa não se encontra no corpo, no cargo que ele ocupa ou no que ele possui.
A ciência diz que a cada dez anos trocamos todos os átomos de nosso corpo. Ou seja, estou caminhando para a quarta troca de corpo, mas ainda assim, sou em essência quem eu sempre fui. As mudanças que fiz na vida nada tem a ver com as alterações físicas ou o emprego. Ao contrário, essas muitas vezes é que são resultados daquelas.
Você pode adotar o nick que for, fingir ter a profissão que quiser, enganar a idade o quanto puder, que o que você é continua lá.
A questão, no fim das contas, se resume em "ser ou não ser".


sábado, 12 de dezembro de 2009

Paciência já não tenho

"Pense num absurdo, na Bahia há precedente". A frase de Otavio Mangabeira, que pra uns revela um traço de originalidade do nosso povo, pra mim se traduz por vezes em um conformismo que nada tem de característico do povo que consolidou a independência desse país.
Vim almoçar no Armazem do Sabor e subi pro mezanino onde servem comida japonesa. Vi que um dos sushi men estava almoçando, mas passei pelas atendentes e pelo outro sushi man e sentei.
Espera que espera, forma de expressão em desuso mas que eu gosto, nada de alguém aparecer.
No estabelecimento só eu, na mesa, e Ivete, no DVD.
Quanto já estava desistindo, uma moça aparece. Meu coração e meu estômago se encheram de esperanças.
- Tem alguém atendendo o senhor?
- Não - respondi já me preparando pra ser atendido.
Ela se debruçou na amurada e gritou pra mandarem alguém pra atender um cliente.
Eu queria perguntar se ela não já era alguém. Pra mim tava bom, mesmo que não fosse.
Ela me disse que alguém viria. E saiu.
Alguém veio. E me pediu pra voltar em dez minutos porque ele estava almoçando!!!!!!!!
Provavelmente os dois funcionários queriam almoçar juntos, conversar um pouco no horário de almoço, e não ia ser um cliente querendo almoçar que iria atrapalhar isso. Para ele era razoável que eu adiasse o meu almoço em dez minutos. Talvez o fato de ser assíduo e já ser reconhecido pelos empregados tenha dado um falso sinal de intimidade a ponto do cara me propor isso. Não quero crer que ele faça isso com todos os clientes. De qualquer forma vai durar um bom tempo até que eu pise os pés no Armazem do Sabor de novo.
Sai e vim pro Beach Stop.
Por enquanto o atendimento está dentro dos conformes, mas não posso deixar de comentar a seguinta placa:



Como assim?!
Imagino um casal de namorados que saia para almoçar. Eles estão namorando e vem ao Beach Stop. Terão que terminar o namoro antes de realizar o pedido?
Ou será que a restaurante proíbe só atos que demonstram a relação de namoro? E quais seriam esses? Basta um acariciar de mãos ou estamos falando de sexo em cima da mesa?
E se eles deixassem de eufemismo e dissessem: proibido bolinar.
Talvez tenham receio de dizer: proibido beijar na boca. Pois poderia gerar protestos, já que beijar na boca não pode mais ser considerado um atentado ao pudor.
Por fim, se a proibição não é de um ato proibido por lei, por que o restaurante se incomoda com o namoro das pessoas? Provavelmente outros clientes é que se incomodam. Mas se for assim, por que o restaurante prefere atender esses e não aos que são felizes? Sim porque que não namora não é infeliz, mas quem se incomoda com o namoro alheio é.
A preocupação do restaurante com uma parcela da clientela em detrimento de outra é simples: moralista e fiscais da vida alheia costumam ser eficazes nos boicotes. Eles deixam de ir aos locais que não se adequam aos seus valores.
Aos outros, só lhes resta se adequar às normas, caso não se apropriem das mesmas armas e decidam ir namorar em outro lugar, onde irão, com seu dinheiro de amsntes, enriquecer outro restaurante em dobro (ou triplo. Os namoros de hoje...)
Pra quem não namora, só resta o destino denunciado na música de Fatima Guedes (Google pra saber qual é):
"Se tu não peca, meu bem
Cai a peteca, neném
Vira polícia da xereca da vizinha".

A onda é essa!

(Palavras coloridas são links e devem ser clicadas para melhor compreensão da postagem)


Eu não consigo imaginar exatamente a reação do público quando foram apresentadas ao cinema ou à televisão. Ao contrário do que alguns possam pensar, quando eu nasci essas coisas já existiam.
De meu tempo pra cá, a TV ficou colorida, depois menor, depois maior, estéreo, com vídeo cassete, com dvd. O cinema ficou com telas maiores, som melhor, 3D, digital. Mas proporcionavam a mesma sensação, só que cada vez melhor.
Com a internet a coisa é diferente. Zeca Baleiro pode encher páginas e páginas da IstoÉ falando contra, qualquer intelectualóide esnobe pode torcer o nariz, mas a internet possibilita um tipo de diversão que eu nunca vi antes.
Vamos ver só um dos seus recursos: o Youtube.
Antes dele, o público esperava que a TV ou o cinema lançasse um artista, ou personagem, para admirá-lo, imitá-lo ou odiá-lo. Com o Youtube, o público é que lança suas celebridades, faz a divulgação, e parte pro seguinte.
Maria Alice Vergueiro("Tapa na Pantera"), Sônia("Dabliu, dabliu. dabliu, iutubiu), As arveres somos nozes, Jeremias ("O cão foi que botou pra nós beber), O doador de sangue corajoso ("Não dói nada... cacete de agulha"), A louca de Pedro ("Me dá meu chip"), Jesus Cristo, o musical ("you think I'd lay down and die"), tiveram audiência de fazer o último capítulo de Roque Santeiro parecer o Jornal do SBT - edição da manhã!
Além de vistos, os vídeos foram dublados, copiados, animados, remixados e acabaram, claro, na televisão, onde programas sem pauta mostram esse vídeos para um público sem internet, como se fossem uma grande novidade.
Isso sem falar nos hits musicais que são lançados ali ganham o gosto do público e fazem um sucesso que jabá algum compra. A escrachada Vai, Wilson, Vai anima aulas, shows de drags em Porto Seguro e apresentação dos Inimigos da HP.
A dor do corno cibernética chamada Vou te deletar do meu orkut, de Everton Assunção, é um sucesso (está no top das 5 piores) na terra do fado, na voz de Elvio Santiago e gerou o auto-plágio (recurso conhecidíssimo na musicalidade baiana) Vou-te bloquear no meu Hi5, além da versão em inglês I will delete you from myspace!
Cris Nicolotti, além de causar problema pros programas de Tv que tiveram que reproduzir seu sucesso "Vai Tomar No Cu", virou ringtone, inspirou um concurso de "libertação"(um site que infelizmente saiu do ar) e musicou centenas de clips como esse feito por mim.
Isso sem falar em flagrantes da televisão e das celebridades que a mídia comum relutaria em exibir, mas que depois do Youtube foram obrigadas a mostrar.

O sucesso desses vídeos, eu acredito, se deve a três fatores:

1 - Eles não são feitos buscando fórmulas de agradar o público. Tanto assim que boa parte não foi parar na internet por iniciativa de seus produtores. Alguns até foram à revelia destes. Isso quer dizer que enquanto os produtores de cinema e TV ficarem empurrando seus sucessos fabricados com fórmulas obtidas através de pesquisas de comprotamento, o público quer a produção espontânea, natural, para escolher entre aquilo que é oferecido o que gosta ou não. Há no Youtube milhares de vídeos que não caíram no gosto popular. Alguns até bem parecidos com estes, mas a liberdade de cada um criar o que quer é que eu acho que agrada.

2 - Ruptura do politicamente correto. Nada é tabu, nada é censurado. Pelo menos pelos produtores e nem, até que a justiça brasileira ou o governo chinês obriguem, pelo Youtube. E não só esse verniz hipócrita é retirado como a estética clean, onde todos são bonitos e penteados, magros e ágeis, polidos e educados. O virtual do Youtube é mais real que uma "ao vivo" da TV. O país sem racismo, sem homofobia, com crianças boazinhas que a Justiça impõe nas novelas é substituído pelos tipos cotidianos, piadas que exploram o ridículo, nem que seja do autor, deixando que o público selecione o que gosta ou jogue no ostracismo aquilo que julga incoveniente.

3 - "Copyleft". A expressão surgiu para se opor ao copyright e indica um produto que pode ser usado livremente. O público se apropria do conteúdo do Youtube e usa como bem quer, em outros clips, quase sempre num "funk" (todos os vídeos aqui citados tem sua versão funk). Isso, ao contrário de diminuir o sucesso do original, como temem os donos da indústria de entretenimento convencional, só tem ajudado a aumentá-lo. Um exemplo claro é o do pessoal do Terça Isana. Graças ao Youtube, com filmagens clandestinas de seus trecho, o espetáculo ficou conhecido no país todo e, só depois de tão divulgado, foi que eles passaram das apresentações semanais de terça-feira em São Paulo para grandes teatros pelo país. Ao invés de aproveitar o veículo pelo qual fizeram sucesso, eles resolveram se apropriar dele por meios convencionais: continuaram proibindo a filmagem de seus espetáculos e passaram a disponibilizar o conteúdo que eles querem, como um trailer... resultado: acabou o frisson e ninguém mais acessa o Youtube atrás de uma novidade do Terça Insana como fazia há algum tempo.

A indústria tem que perceber que há uma nova forma de o público interagir com o conteúdo. Depois de um ano de TV Digital no país, as emissoras não investiram nada em sua interatividade e ela continua a mesma de sempre, apenas com imagem e som melhores e exigindo um aparelho caro para complementá-la.
No Youtube a gente escolhe a programação, vê cenas de programas antigos e tudo de graça.
O mundo mudou e quem não percebe fica chorando as perdas.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Então pequena?


Tá, ela deve ter tomado todas no sábado, quando deu o rolé nas pedras. Mas todo mundo faz essas merdas quando bebe. Tem gente que casa, tem gente que promete maniçoba, tem gente que canta em karaoké, enfim... não se pode mais culpar a pequena. Mas diga siveramente, depois de uma declaração dessas, tu voltava?????

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A hora certa

Quando tempo depois do namoro a pessoa deve trocar o status no Facebook? (Ok, ou na sua versão pobre que os brasileiros adoram, o orkut?)
Esse casal aí certamente não teve dúvidas, pois pelo vídeo, percebemos que eles sabem a hora de fazer as coisas.

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...