domingo, 25 de fevereiro de 2007

Mais, muito mais em malvados.

Acabou?



Tivesse essa cidade um governante, eu não teria mais como postar com esse marcador, afinal o carnaval acabou no mundo civilizado. Como até hoje tem Chiclete com Banana na rua, eu ainda tenho tempo pra falar sobre meu último dia de carnaval, na terça-feira.

Fomos pro Camarote Expresso 2222 com a intenção de sair de lá mais tarde e seguir o trio. Mas depois de entrar naquele mundo desconhecido e maravilhoso, quem quis sair?

Podem falar que camarote é isso e aquilo, mas ruim, não é. Um ambiente com ar condicionado, bebida e comida em abundância, pista de dança, sessão de massagem, serviço de cabelereiro e customização de camiseta, gente famosa pra lá e pra cá, internet gartuita e... ah, sim, na varanda tinha carnaval. Podíamos ver os artistas dos trios de perto e não da distância que aqueles que pagam até R$ 700,00, R$ 800,00 por um abadá normalmente vêem.

O pensamento de que quem está em camarote não se diverte de verdade, não participa do carnaval, que camarote é sem graça, deve ser disseminado pela elite para acomodar os pobres e impedir o desejo de invasão dos camarotes. Tentam dizer que aquilo não é bom, mas é... aliás, é ótimo!

Dentro do camarote tinha lugar que meu crachá não permitia ir. Era a seleção na seleção. Ou seja, eu podia ficar lado a lado com o ex-prefeito de Salvador, com o atual governador, com a juíza Denize Frossart, mas não podia chegar perto de mãe Carmen ou de Caetano Veloso, pois estavam em áreas reservadas. Não sei se minha aproximidade com os outros era por falta de prestígio deles ou se era uma deferência dos mesmos, que abriram mão de seus lugares reservados pra ficar ali junto aos mais ou menos (porque povo, mesmo, tava na rua).

Aliás, essa identificação com o povo me fez, a princípio achar que eu seria inadequado lá. Afinal, não sou famoso, nem conhecia ninguém famoso pra estar ali. Mas minha amiga Patrícia trabalhou no Camarote e ganhou o direito de conceder credenciais a algumas pessoas. Pois se eu tinha uma amiga que me permitiu estar ali, tinha gente que nem isso: mendigou a entrada, barganhou, negociou, e foi. Ou seja, assim que entrei me senti legitimado de estar naquele lugar.

Eu soube que, no primeiro dia, algumas pessoas reclamaram que atrasou a entrada no camarote. Foi verdade. Mas considerando que ninguém paga pra entrar lá, por que essas pessoas reclamaram? Por que simplesmente não foram pra outro lugar?

Um cara procurou confusão com o segurança, a chefe da segurnaça conversou com ele tentando acalmá-lo mas ele quis bater em alguém e saiu levado por outros 4. O cara ganha comida e bebida de graça e não sabe se comportar.

Outro foi reclamar que não conseguiu acesso à aréa VIP. Chegou até Flora Gil, que no momento conversava com amigos numa mesa, pra mostrar sua insatisfação com aquilo. Ao que ela respondeu: "Então, um abraço". Pensei que ele fosse importante, mas minha amiga disse que ele foi desde o primeiro dia na porta insistindo que o nome dele estava na lista e nunca estava. Só no último é que sabe-se lá quem colocou. E o cara se acha no direito de reclamar de qualquer coisa.

Um rapaz que limpava o chão (e lá tudo era sempre limpo) avisou a um adolescente que o tênis dele estava desamarrado. O aprendiz de gente ruim olhou pro rapaz e perguntou: "Vc quer amarrar?"

Tinha muita gente ali que se achava no direito de tudo, mas os que tinham alguma fama, mesmo, quase não se notava. Minha amiga nos colocou na área reservada da TV Bahia, mas avisou que assim que eles precisassem nós seríamos retirados de lá. Ao primeiro sinal de movimentação saímos rapidinho para que ninguém tivess enem que pedir. Pois teve gente que não queria sair por mais que se explicasse que o lugar ali era reservado à TV e que a repórter precisava de espaço pra trabalhar. Depois que, com muita dificuldade, retiraram essas pessoas, Pat perguntou pra mulher da TV se a gente podia ficar e ela deixou.

Ficamos, por alguns minutos, VIP's no meio dos VIP's, ao lado de Margareth Menezes. Bom, fazer o quê? A mulher era a homenageada do Camarote! Bom, mais irônico que isso, só a necessidade de usar crachá no camarote do autor desse música.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Webmaster quer banana!

Dizem os entendidos em probabilidade que, considerando o tempo infinito, se colocarmos um macaco numa máquina de escrever, existe sim a propabilidade de ele acabar digitando uma obra literária.

Bom, não se tem notícia de que alguém tivesse feito a experiência, nem que algum macaco tenha conseguido antes de morrer, mas tem uns webmaster que nos faz acreditar que deve ter símio diante do teclado.

A Band publicou a seguinte pesquisa em seu site.
Agora, vejam que surpresa, a maioria das pessoas que tinham acesso à internet, pra poder votar, respondeu "Em casa". O que será que aconteceu? Será que o folião, que obviamente leva seu notebook pra avenida, esqueceu de votar? Dãããããããã. Que pesquisa interessante, Band.

Melhor que essa idiotice, é a "novidade" da Globo para o desfile das escolas de samba. Um aparelho diz como estão os batimentos cardíacos dos carnavalescos. Que informação importante, não? É o tipo da idiotice que a emissora faz porque tem a tecnologia pra fazer, então tem que usar. Utilidade? Nenhuma. Interesse do telespectador naquele dado? Nenhum.

A minh'alma nua




Margareth Menezes fez discurso contra a discriminação durante o desfile d'Os Mascarados.

Com apenas 40% dos abadás vendidos e um único dia de desfile, parece que a cantora de um repertório só começa a colher os frutos de suas palavras impensadas contra a comunidade gay. Se for isso mesmo, até que demorou. Há mais de dois anos que Margareth vem batendo na tecla que seu bloco não é gay, e que ela também não é mais... aliás, nunca foi. Uma "regeneração" retroativa. Margareth Menezes chegou até a casar com um espécime do gênero masculino. Um macho viril, segundo depoimentos, e quem o conhece de perto fique à vontade pra rir dessa descrição.

Talvez como forma de se reabilitar, esse ano, além do discurso, Margareth obrigou todos os associados a usarem uma faixa de Miss. Tem coisa mais gay que isso? Eu soube que por lá passaram a Miss Ituaçu, a Miss Feira de Santana, a Miss Cidade Baixa e até uma Miss Itália.

Mas boa parte das bichas saíram mesmo foi foi de Miss Keça, Margareth.

Uma amiga disse que ela repetiu o discurso sobre discriminação no Museu do Ritmo, mas já era tarde porque os gays esvaziaram o local quando "Maga" foi anunciada.

Bom, se o problema é alguém que apóie a diversidade sexual, sem preconceito, talvez ainda nãos eja o fim d'Os Mascarados. Basta trocar o cantor. Uma boa opção é Netinho, que voltou agora com uma música (de Carlinhos Brown) que não tem preconceito algum.

Ala-la-ô

Dançarina nua quer usar cachê para turbinar os seios

A modelo Daniele Martins Santos, 20 anos, desfila em cima do carro de apoio do bloco Fissura/Pinel, no circuito Barra-Ondina, em Salvador, apenas com um tapa-sexo na parte frontal. O objetivo: colocar silicone nos seios com o cachê pelo trabalho, cujo valor ela não conta. "Com o dinheiro dá para fazer uma plástica. Quero colocar silicone nos seios", disse.
Contratada como garota-propaganda de uma rede de óticas, ela dança com o desenho de um óculos pintado sobre os seios.


É esperar pra ver se ano vem ela faz propaganda de binóculos.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Pipoca Loca - Frevo Novo




Sem dúvida, estar num bloco ou num camarote é muito divertido. Mas quem não tem grana, não deixa de se divertir por causa desse detalhe.

Em cima de um trio independente, ou seja, aqueles que não recebem uma grana da zorra e são ignorados pelas redes de televisão, pude fazer imagem do povo se divertindo.

Para acompanhar, nada melhor que a música Frevo Novo, de Caetano Veloso. Aqui, na voz de Netinho.

Laurinha



Laurinha resolveu arrriscar nesse carnaval. Saiu num trio sem cantar axé. Ousadia, ousadia. Claro que a aceitação não foi das melhores. Nem poderia ser, afinal toda novidade assusta.

Simone Sampaio lançou seu Bloco Dance sob olhares desconfiados de muita gente, na Barra. Mas como era um bloco, já tinha um número de foliões seguindo o trio. Mesmo assim, muitos dos que iam ao seu show não compraram o abadá no primeiro ano, não acreditando que pudesse ser bom. Foi. No ano seguinte, muitos foliões deram o braço a torcer e o bloco saiu com muito mais gente.

Na Praça Castro Alves, a Prefeitura deu espaço pra DJ's. O público torce o nariz... mas porque não é o público daquele estilo. Então, pergunta-se, porque o povo que gosta daquele tipo de música não vai pra Praça? Ora, porque é algo novo e as pessoas não sabiam que teria essa opção. Não dá pra querer que as pessoas adivinhem. O importante é que mantenham a proposta para as pessoas irem chegando. É assim com o novo.

Particularmente, eu acho que Laurinha poderia ter colocado uma música ou outra de axé como forma de atrair uma atenção. Mas ela, provavelmente, tem suas razões para não tê-lo feito. E teve peito de ousar.

Apesar de alguns problemas técnicos (aliás, qual trio independente que não os tem?), gostei do que ouvi, curti muito. Pra mim, que curto essa música, ouví-las naquela voz magnífica e ainda como convidado da artista, em cima do trio, foi muito bom. Quem não prestou a atenção, perdeu, mas muita gente curtiu.

Samba, suor e upload

O Youtube está atrasando mais que o normal a disponibilização dos vídeos on line. Não sei se é reflexo das medidas cicarellianas ou se é o carnaval, sei lá. Mas estou procurando outros sites para exibir os vídeos que já fiz nesse carnaval.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Pra que mentir


Minha amiga Déa deixou um post com piada interna no blog Life's so short, move on!

Como piada interna se responde com piada interna, eu deixo que Caetano cante pra ela.

Questão de ponto de vista.

A morte do menor João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, chocou a população, reacendeu a discussão sobre a maioridade penal e até mudou o nome de uma praça no Rio de Janeiro.

O crime foi chocante, nem posso imaginar como os pais estejam se sentindo. A situação dos menores infratores parece mesmo sem solução, mas... eu leio coisas como essa:

Em 15 dias tivemos cinco crianças e jovens mortos em favelas do Rio de Janeiro. Uma dela, de três anos, na favela da Maré, em pleno dia de eleição, numa ação no mínimo equivocada da Polícia Militar. O assassinato da criança gerou protestos e confusão na comunidade de Nova Holanda e mais uma vez não será constatado de onde partiu o tiro.

A notícia é de 17/10/2006, mas o Fantástico não foi atrás dessas mães, não fez entrevista, não teve governador se pronunciando e, certamente, não teve praça alguma em homenagem a essas crianças. Tampouco consta que o coronel-geral da PM tenha ido a esses enterros ou que o Presidente da República tenha se pronunciado sobre esses crimes.

Não estou dizendo que a morte do menino de 6 anos não foi uma tragédia, nem que a mobilização é inútil, mas é preciso ver o que estamos realmente buscando.

Qual a diferença entre a tragédia dessa família e daquelas da favela? Por que a morte d eum garoto virou manchete nacional e a de 05, não? Se a gente não consegue ver isso, dificilmente achará uma solução. Ficaremos reduzindo maioridade penal, aumentando as penas, instituindo a pena de morte e... o que isso resultará?

Que diferença faz pra um menor desses saber que SE for preso, ele PODE pegar uma sentença de pena de morte? Ora, SE não for preso, e SE não comenter crime algum, ele pode levar um tiro em casa. E nem aparece na TV!

Erguei as mãos...

Cena 1. Local: Loja paroquial em Santo Amaro da Purificação - Bahia.
Eu: Quanto custa esse cd?
Vendedora: R$ 22,00
Colega: Tem desconto?
Moço sentado: Se for nascido em Santo Amaro, tem.
Vendedora (atendendo o telefone, falando para o moço sentado): Padre, vem alguém aqui tratar sobre casamento.
Moço sentado (agora identificado como padre, após atender ao telefone): Você são daqui?
Eu: er... hã... er... gasp
Colega: Eu sou, ele é de Salvador, mas trabalha aqui.

Cena 2. Local: Parque da Cidade. Antes do show de Mart'nália.
Um amigo internauta: Oi, tudo bom?
Eu: Tudo e você?
Amigo: Bem...
(Andamos juntos pela entrada, e eu ali percebendo uma terceira figura com quem não falei)
Amigo: Você conhece o Padre *******?
Eu: er... bem... gasp... sim

Essas duas situações, ocorridas na mesma semana me fez perceber que tenho problemas com padres. Não sei porquê, mas tenho.

Eu fico desconcertado na presença deles. Como não fui criado numa família católica, nunca tive contato com padres na infância, nem na adolescência. Acho que por isso não sei como me relacionar com eles. Não sei como me dirigir a eles, como tratá-los.

O primeiro padre que eu vi ao vivo, foi um professor na faculdade. Mas aí, ele entrou na categoria professor e assim foi. Tudo bem que ele era tratado como Padre Rubens, mas pra mim era o mesmo que chamar Edgar Borba, Edna Saback, era como se o nome dele fosse aquele. E a experiência não foi muito boa, não. Padre Rubens não gostou quando eu respondi, na primeira aula, que não tinha religião. Ele veio com um papo que temos sempre a religião em que nascemos, apesar de não a praticarmos e eu disse que nem essa eu tinha porque não era batizado. Sim, eu era pagão. Situação que orgulharia minha atual postura agnóstica, se não tivesse me batizado numa igreja protestante aos 20 anos. Mas isso é outra história. Padre Rubens também não gostou quando eu o corrigi que o Alcorão não era o livro dos judeus, e, sim, dos mulçumanos. Era 1988 e ainda não tinha acontecido o grande fato que colocou os mulçumanos e seus costumes no imaginário dos brasileiros: A novela O Clone. Mas apesar de não gostar de mim, Padre Rubens nunca me perseguiu e sempre foi justo nas notas, então não é por causa dele que me sinto pouco à vontade diante de um padre.

Acho que é mesmo o estranhamento diante do desconhecido. O que eu sei sobre padres? Apenas aquilo que é de conhecimento geral: eles usam batina (mas eu sempre os vejo com roupas comuns), els podem unir pessoas para sempre, eles jogam uma água que evitam que as criancinhas vão para o inferno e se eles mantiverem relações sexuais, as mulheres viram mulas-sem-cabeça.

Mas e no dia-a-dia? Como se comporta um padre no coditiano? Imagine que eu seja amigo d eum padre e vá ao McDonalds. Eu peço um Big Mac com suco de uva, aí, acidentalmente, o padre gesticula e passa o braço sobre meu lanche... eu posso comer daquele pão e beber daquele vinho?

Brincadeiras à parte, não tenho a menor idéia do que me deixa desconfortável na presença de um padre. Sei que não é um problema do tipo que Almodóvar tem com os padres, mas espero que não seja um desconforto do tipo que Linda Blair sentia.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

No meio judiciário existe uma distância continental entre a Bahia e o Rio Grande do Sul. E, sinceramente, eu trocaria todas as festas de largo pela oportunidade de morar num estado que tem um judiciário assim:

Estudante que perdeu trabalho acadêmico por falha em PC receberá R$ 10.700

Movimento dos Sem Teto para Decolar

Irritados com atrasos, passageiros tentam invadir pista de aeroporto em SP

Sabe aquele discurso da classe média de que movimento de sem terra/teto é coisa de baderneiro? Que entende a situação deles, mas que não podem desrespeitar a lei, a ordem e a propriedade privada?

Como é que vai ficar agora?
Fui fazer um download de uma atualização da Microsoft e resolvi, sei lá porquê, ler o contrato. Não li todo, é verdade, parei nessa parte:


A Microsoft não oferece garantia sobre a confiabilidade ou precisão do serviço ou dos resultados obtidos a partir dele. Você compreende que os mecanismos de segurança no serviço possuem limitações inerentes e você é responsável por determinar que o serviço atenda às suas necessidades.

Fornecemos o serviço "no estado em que se encontra", "com todas as falhas" e "conforme disponível". O risco de usá-lo é responsabilidade sua. Na extensão máxima permitida pela legislação aplicável, as partes Microsoft não oferecem quaisquer garantias ou condições expressas. É possível que você tenha outros direitos estabelecidos pelas leis locais que este contrato não possa alterar. Até os limites permitidos por lei, a Microsoft exclui as garantias ou condições implícitas de comercialização, adequação a uma finalidade específica, mão-de-obra e não-violação e de qualidade satisfatória.

Apesar do que Bill Gates mandou escrever e traduzir aí, eu não compreendo, não. Não compreendo como uma empresa que cobra tão caro pelos seus produtos pode dizer que não se responsabiliza pela confiabilidade ou precisão dos mesmos. E ainda dizer que oferece o serviço com todas as falhas... quem é que quer comprar falhas???? Se é pra ter falhas e não ter responsabilidade ou garantia pelo produto, melhor é ter pirata que sai mais barato. Aliás, no pirata eu sempre posso ligar pro meu técnico e dizer que a "porra que ele instalou aqui não tá funcionando, não". E pelos mesmos 50 reais ele vem aqui ver.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Ajoelhou... come o milho!

O mais fote argumento usado pelos conservadores americanos para proibir a união civil entre pessoas do mesmo sexo pode ir por terra: o de que o casamento é para procriação.

A Aliança de Defesa do Casamento do Estado de Washington propõe que os casais heterossexuais americanos provem que têm condições de ter filhos e que tenham até 3 anos para procriar, sob pena de terem seus casamentos anulados.

Bom, claro que essa lei não será aprovada, disso ninguém se preocupe, mas serve para acabar com o verniz de "lógica" na argumentação daqueles que negam direitos civis às pessoas por causa de sua orientação sexual. É encarar que é preconceito, sim. Tão irracional como proibir negro de sentar nos ônibus em que tivesse branco em pé, ou mulher de votar.

O engraçado é que, enquanto acho "natural" essa postura reacionária por parte dos americanos, também acho que é de lá que virá a mudança. O Brasil ensaia, ensaia... mas não toma fôlego. Bem verdade que o governo prepara umas iniciativas discretas, "comendo pelas beiradas" como se diz, mas muito cauteloso. A inclusão de companheiros nos planos de saúde de servidores públicos está sendo discutida... para o ano que vem! O motivo de tanta demora, não se sabe. Também não sei se, no frigir dos ovos, vão interpretar que "companheiro" é afiliado ao partido político fundado pelo presidente da república.

Mas "malemal" é a parte do governo sendo feita. Falta a sociedade pressionar, falta a visão de que essa luta é mais do que garantir direito dos gays (apesar de ser isso também), mas é uma evolução no sentido de que nossas leis se pautem menos em conceitos religiosos ou opiniões pessoais e mais em humanidade, justiça, igualdade...

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Nem tudo que reluz é bolo de coco



Eu terminei um post, há quatro dias, me indagando se Marcos Sabino estava no orkut. Está.
Mais uma vez não vou colocar o sucesso mais conhecido (RELUZ) aqui no post. Coloco CORRENTEZA. Não é tão conhecida, mas acho que foi de novela porque ao ouvir eu me lembrei logo.

Praqueles de sempre, que não conhecem o cantor, vou me abster de colocar a ficha aqui e dar um conselho em uma só palavra: WIKIPÉDIA. Tá mais que na hora de vocês aprenderem a usar isso.

Quando eu pensei em Marcos Sabino, imaginei que sua única música de sucesso fosse realmente Reluz. Não foi. Teve mais. Mas ainda que fosse, as outras músicas de trabalho dele são boas, então por que ele não continua tocando? Vá lá que os gostos mudaram, mas certamente tem gosto pra essas músicas. Por que eu só posso encontrar DANÇA DA SOLIDÃO, através do emule? Será tão absurdo querer um espaço na rádio pra esses cantores?

Será que é assim em todo o mundo? Sei lá, eu vejo Britney Spear e vejo Madonna e vejo Gloria Gaynor e vejo Shirley Bassey. O sucesso de hoje tem maior destaque, mas não rouba todo o espaço. Coletânias de Donna Summer não custam o mesmo do novo sucesso de Shakira, mas ao menos existem!

Por mais descartável que seja a sociedade americana, ela ainda preserva alguma coisa. Ela lembra. A gente, não.

Volto a dizer que não se trata de gosto, mas da falta de oportunidade de conhecer pra gostar ou não.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Sentença

Ao contrário do texto confuso e sem sentido do post anterior, coloco aqui uma sentença escrita em linguagem coloquial, porém sem erros gramaticais ou ortográficos e totalmente compreensível.

Processo Número: 0737/05
Quem pede: José de Gregório Pinto
Contra quem: Lojas Insinuante Ltda, Siemens Indústria Eletrônica S.A e Starcell

Ementa:
UTILIZAÇÃO ADEQUADA DE APARELHO CELULAR. DEFEITO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO FABRICANTE E DO FORNECEDOR.

Sentença:

Vou direto ao assunto. O marceneiro José de Gregório Pinto, certamente pensando em facilitar o contato com sua clientela, rendeu-se à propaganda da Loja Insinuante de Coité e comprou um telefone celular, em 19 de abril de 2005, por suados cento e setenta e quatro reais. Leigo no assunto, é certo que não fez opção por fabricante. Escolheu pelo mais barato ou, quem sabe até, pelo mais bonitinho: o tal Siemens A52. Uma beleza! Com certeza foi difícil domar os dedos grossos e calejados de marceneiro com a sensibilidade e recursos do seu Siemens A52, mas o certo é que utilizou o aparelhinho até o mês de junho do corrente ano e, possivelmente, contratou muitos serviços. Uma maravilha! Para sua surpresa, diferente das boas ferramentas que utiliza em seu ofício, em 21 de junho, o aparelho deixou de funcionar. Que tristeza: seu novo instrumento de trabalho só durou dois meses. E olha que foi adquirido legalmente nas Lojas Insinuante e fabricado pela poderosa Siemens..... Não é coisa de segunda-mão, não! Consertado, dias depois não prestou mais... Não se faz mais conserto como antigamente! Primeiro tentou fazer um acordo, mas não quiseram os contrários, pedindo que o caso fosse ao Juiz de Direito. Caixinha de papelão na mão, indicando que se tratava de um telefone celular, entrou seu Gregório na sala de audiência e apresentou o aparelho ao Juiz: novinho, novinho e não funciona. De fato, o Juiz observou o aparelho e viu que não tinha um arranhão. Seu José Gregório, marceneiro que é, fabrica e conserta de tudo que é móvel. A Starcell, assistência técnica especializada e indicada pela Insinuante, para surpresa sua, respondeu que o caso não era com ela e que se tratava de "placa oxidada na região do teclado, próximo ao conector de carga e microprocessador". Seu Gregório: o que é isto? Quem garante? O próprio que diz o defeito, diz que não tem conserto.... Para aumentar sua angústia, a Siemens disse que seu caso não tinha solução neste Juizado por motivo da "incompetência material absoluta do Juizado Especial Cível - Necessidade de prova técnica." Seu Gregório: o que é isto? Ou o telefone funciona ou não funciona! Basta apertar o botão de ligar. Não acendeu, não funciona. Prá que prova técnica melhor? Disse mais a Siemens: "o vício causado por oxidação decorre do mau uso do produto". Seu Gregório: ora, o telefone é novinho e foi usado apenas para falar. Para outros usos, tenho outras ferramentas. Como pode um telefone comprado na Insinuante apresentar defeito sem solução depois de dois meses de uso? Certamente não foi usado material de primeira. Um artesão sabe bem disso. O que também não pode entender um marceneiro é como pode a Siemens contratar um escritório de advocacia de São Paulo, por pouco dinheiro não foi, para dizer ao Juiz do Juizado de Coité, no interior da Bahia, que não vai pagar um telefone que custou cento e setenta e quatro reais? É, quem pode, pode! O advogado gastou dez folhas de papel de boa qualidade para que o Juiz dissesse que o caso não era do Juizado ou que a culpa não era de seu cliente! Botando tudo na conta, com certeza gastou muito mais que cento e setenta e quatro para dizer que não pagava cento e setenta e quatro reais! Que absurdo! A loja Insinuante, uma das maiores e mais famosas da Bahia, também apresentou escrito de advogado, gastando sete folhas de papel, dizendo que o caso não era com ela por motivo de "legitimatio ad causam", também por motivo do "vício redibitório e da ultrapassagem do lapso temporal de 30 dias" e que o pobre do seu Gregório não fez prova e então "allegatio et non probatio quasi non allegatio". E agora seu Gregório? Doutor Juiz, disse Seu Gregório, a minha prova é o telefone que passo às suas mãos! Comprei, paguei, usei poucos dias, está novinho e não funciona mais! Pode ligar o aparelho que não acende nada! Aliás, Doutor, não quero mais saber de telefone celular, quero apenas meu dinheiro de volta e pronto! Diz a Lei que no Juizado não precisa advogado para causas como esta. Não entende seu Gregório porque tanta confusão e tanto palavreado difícil por causa de um celular de cento e setenta e quatro reais, se às vezes a própria Insinuante faz propaganda do tipo: "leve dois e pague um!" Não se importou muito seu Gregório com a situação: um marceneiro não dá valor ao que não entende! Se não teve solução na amizade, Justiça é para isso mesmo! Está certo Seu Gregório: O Juizado Especial Cível serve exatamente para resolver problemas como o seu. Não é o caso de prova técnica: o telefone foi apresentado ainda na caixa, sem um pequeno arranhão e não funciona. Isto é o bastante! Também não pode dizer que Seu Gregório não tomou a providência correta, pois procurou a loja e encaminhou o telefone à assistência técnica. Alegou e provou! Além de tudo, não fizeram prova de que o telefone funciona ou de que Seu Gregório tivesse usado o aparelho como ferramenta de sua marcenaria. Se é feito para falar, tem que falar! Pois é Seu Gregório, o senhor tem razão e a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, a Loja Insinuante lhe devolver o dinheiro com juros legais e correção monetária, pois não cumpriu com sua obrigação de bom vendedor. Também, Seu Gregório, para que o Senhor não se desanime com as facilidades dos tempos modernos, continue falando com seus clientes e porque sofreu tantos dissabores com seu celular, a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, que a fábrica Siemens lhe entregue, no prazo de 10 dias, outro aparelho igualzinho ao seu. Novo e funcionando! Se não cumprirem com a ordem do Juiz, vão pagar uma multa de cem reais por dia! Por fm, Seu Gregório, a Justiça vai dizer à assistência técnica, como de fato está dizendo, que seu papel é consertar com competência os aparelhos que apresentarem defeito e que, por enquanto, não lhe deve nada. À Justiça ninguém vai pagar nada. Sua obrigação é fazer Justiça! A Secretaria vai mandar uma cópia para todos. Como não temos Jornal próprio para publicar, mande pelo correio ou por Oficial de Justiça. Se alguém não ficou satisfeito e quiser recorrer, fique ciente que agora a Justiça vai cobrar. Depois de tudo cumprido, pode a Secretaria guardar bem guardado o processo! Por último, Seu Gregório, os Doutores advogados vão dizer que o Juiz decidiu "extra petita", quer dizer, mais do que o Senhor pediu e também que a decisão não preenche os requisitos legais. Não se incomode. Na verdade, para ser mais justa, deveria também condenar na indenização pelo dano moral, quer dizer, a vergonha que o senhor sentiu, e no lucro cessante, quer dizer, pagar o que o Senhor deixou de ganhar. No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro. Conceição do Coité, 21 de setembro de 2005 Gerivaldo Alves Neiva, Juiz de Direito
Não sei se a sentença é verdadeira, mas como esse blog é lido por pessoas ligadas à imprensa, ao direito e ás Lojas Insinuantes, espero comentários.

Para Leo


Eu sou contra a tal "flexibilização" da linguagem, o nome bonito que deram para a permissão de escrever errado atropelando todas as regras que tornam um texto compreensível.

É pura perda de tempo falar sobre esses blogs e fotoblogs de adolescentes, mas até que no caso deles podemos falar de uma nova linguagem. Eles, na verdade, estão excluindo os adultos de suas conversas, típicas de quem não consegue mascar chiclete e usar acento agudo ao mesmo tempo.

Mas quando esses erros estão estampados em jornais, circulando para o público em geral, não importa a tiragem do mesmo, aí é um caso sério. O texto acima (quem quiser pode clicar na imagem para ampliar) é um exemplo disso. Pretende comparar o jornalista com o prefeito. Não faz uma conexão clara das idéias e diz coisas usando uma lógica que produz frases análogas a essa: "ao contrário da maçã, que é arredondada, a banana é amarela". Ou seja, compara duas coisas distintas, com características que não tem nada a ver e ainda tenda ver antagonismo nelas, ou proximidade. O artigo seria ótimo numa prova de vestibular, para questões de interpretação de texto:

1 - Explique, com mínimo de 1 e máximo de 389 palavras, como cada característica do prefeito, usada pelo autor como exemplo da pouca diferença entre as duas profissões, está presente no jornalista :

a) Eleito pelo voto direto por 04 anos;
b) Podendo se reeleger-se por mais 04 anos;
c) Tem a responsabilidade de administrar a cidade;


Depois dessa brilhante introdução (alguém mais reparou no "se reeleger-se"?), ele passa a discorrer sobre as dificuldades de um prefeito de uma cidade pequena. "Por mais pequena que seja o tamanho" é uma pérola, pois não errou apenas no óbvio, deslizando também na condância com o gênero (pequena-tamanho).

O parágrafo seguinte fala sobre o jornalista. E aí você espera as características do mesmo que seriam parecidas com a do prefeito... mas qual.

Depois do "há, sim" ( o texto é um primor, mesmo), ele diz que estava querendo citar DIFERENÇAS entre as duas profissões. Supõe, provavelmente, que as semelhanças já ficaram muito bem explicitadas nos parágrafos anteriores. Essas diferenças seriam a segunda questão da prova do vestibular:

2 - Dentre as características abaixo, atribuídas ao jornalista, cite aquelas do prefeito que são opostas a elas:

a) Responsabilidade de criar um elo entre o povo e o poder.
b) Noticiar na maioria das vezes o que não gostaria.
Bom, talvez eu é que não tenha entendido o texto. Vai ver que o autor e a blogueira que "excrevi axim" têm aquela razão ali do texto: a "razão" que a própria razão desconhece.
Existem casamentos (Mulher de 65 anos enfrenta puma para salvar o marido) e casamentos (mulher envenena marido para turbinar seios com dinheiro do seguro).

Ontem


Ontem fui ao Shopping Iguatemi com Andréa. Estacionamos naqueles estacionamentos lá de cima.

Não sei porquê, lembrei disso ao ler a matéria sobre uma senhora de 49 anos e seu carro num estacionamento em Langenhagen - Alemanha.
O título da nota é: Juliana Paes rebola em feijoada regada a cerveja.

Eu não pude deixar de pensar que "regada a cerveja" qualquer pessoa rebola. O que me lembrou meu primeiro vídeo do youtube, que foi censurado e tirado do ar.

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...