sexta-feira, 24 de junho de 2011

Piloto de avião ofende colegas nos EUA - Hangar20 - Aviação de um jeito diferente

Piloto de avião ofende colegas nos EUA - Hangar20 - Aviação de um jeito diferente

Diz um ditado árabe que quando você aponta para a lua, o idiota fica olhando fixamente pro seu dedo.
Tudo bem que as ofensas do piloto aos colegas é algo desagradável e passível de punição, mas, no meu entender, o que merece destaque é o fato de que se um piloto esquecer de desligar o microfone, a torre de comando fica sem comunicação com outras aeronaves. Que absurdo é esse?!

Location:3ª Tv. Corte Grande,Salvador,Brasil

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Muita calma nessa hora



Esse vídeo causou muita revolta na população. Com razão. O advogado dizer que bandido, como qualquer outra profissão, tem ética, foi demais.
Realmente, talvez só uma dvogado para considerar bandidagem como profissão.
Mas a confusão maior é com relação à soltura do bandido.
Mais uma vez o povo tem dificuldade de entender o estado democrático de direito e quer que os mecanismos de repressão ajam de acordo com o que a imprensa e o clamor popular exigem, ao contrário do que a lei diz. E nesse caso, devo admitir que concordo com a lei.

A prisão preventiva, antes de uma condenação, é, e deve ser, a regra do qualquer sistema penal. Ao contrário do que se pensa, isso não é uma garantia para os criminosos. É uma garantia pra todos. Ninguém, por mais correto que seja, pode dizer que está completamente livre de uma acusação de crime. Muitos homens inocentes já foram indiciados. Se prendermos, como regra, todos os acusados, após serem inocentados quem iria reparar a essas pessoas o tempo que ficou preso? Apenas estados autoritários poderiam agir assim.
Mas existem casos em que, claro, é preciso que o cidadão fique preso mesmo antes de uma condenação. Se ele comprometer o processo de investigação (ameaçando testemunhas, adulterando provas), se houver risco de ele fugir, se ele em liberdade ameaçar a sociedade, são alguns dos exemplos onde essa prisão deve ser aplicada.
No caso em questão, a lei diz que o sujeito que espontaneamente se apresentar na polícia, não fica preso preventivamente. Por dizer que defendo esse tipo de lei, um sujeito chegou a desejar que eu ou alguém de minha família fôssemos baleados na rua.
Agora veja o pensamento simplista: roubar e matar já são crimes com pena de prisão prevista em lei, certo? A simples ameaça de ser preso por essa lei impediu esse cara de matar? Não.
Pois bem, se além disso, não houvesse a garantia de não prisão preventiva em caso de apresentação, esse sujeito iria se apresentar? Só se fosse o otário maior da otariolândia.
O que aconteceria, então? Os criminosos continuariam a roubar e a matar, mas nunca se apresentariam espontaneamente. Será que haveria mais gente presa ou mais gente foragida?
Essa legislação não beneficia o criminoso, ou sua conduta criminosa, beneficia apenas a conduta de se apresentar espontaneamente numa delegacia depois. Isso não quer dizer que ele ficará livre. Ele vai responder à condenação em liberdade e, se condenado, irá preso. Como deve ser.
O problema é que essa geração reality show precisa ver a prisão na tela da TV, e como a TV não acompanha os casos até o final, as pessoas pensam que se o sujeito não for preso ali, significa que foi inocentado.
Bom, é o preço a se pagar pela Idiocracia que criamos. Sei que, em parte, esse sentimento de impunidade ocorre por causa das leis frouxas depois que o sujeito é condenado. Por causa da possibilidade de recorrer em liberdade, quando o correto seria ir preso após a condenação e recorrer já cumprindo a pena, pois nesse caso, já houve um veredito que não pode ser desprezado. Por causa das leis de progressão de regime muito benevolentes. Por causa dos ricos nunca irem pras cadeias.

sábado, 11 de junho de 2011

Quem sabe?

Saber que Walter Pinheiro participou da manifestação contra o projeto que criminaliza a homofobia ao lado de Jair Bolsonaro foi uma surpresa, mas nem tanto. Walter, como demais políticos, tem compromissos com votos e enquanto os defensores do aborto, das minorias, das liberdades individuais se dividem em disgressões e discutem por picuinhas, evangélicos votam em blocos em quem o pastor mandar sem analisar proposta de ninguém. Certamente uma classe muito mais fácil de agradar e pra quem devemos dar poucas satifações.
Como eu já disse antes, Jair Bolsonaro, e agora o novo homofóbico Walter Pinheiro, se estrebucham como se essa lei fosse transformá-los, ou a seus filhos, em homossexuais.
Afinal, o que diz a tal lei? Ela altera alguns dispositivos legais. Quem quiser ler na íntegra, ou como está no momento, sem a emenda de Marta Suplicy, é só clicar aqui.
Mas como nem todos têm paciência pra clicar eu vou resumir.

Em primeiro lugar ele altera a lei 7.716, que hoje trata dos crimes de preconceito de raça ou cor. E altera os seguintes artigos:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Para:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero

Alguém vislumbra o fechamento de igrejas  até aqui? Ótimo, prossigamos com a alteração.

Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
    Pena: reclusão de um a três anos

Para
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares ou locais
semelhantes abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.
Parágrafo único: Incide nas mesmas penas aquele que impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público de pessoas com as características previstas no art. 1º desta Lei, sendo estas expressões e manifestações permitida às demais pessoas.


Em algum momento, esse artigo permite que homossexuais pratique atos obscenos em público? Ou obriga estabelecimentos a aceitar dos homossexuais quaisquer práticas que não aceitam dos demais? 
Outra alteração:
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
        Pena: reclusão de um a três anos e multa.

Para

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.

Veja bem, os padres, religiosos e crentes em geral são unânimes em dizer que eles não discriminam, nem induzem à discriminação. Então também não é para eles esse artigo. Concorda?

Pois bem, fora dessas 3 alterações, a lei provê mais uma alteração, dessa feita no art. 140 do código penal, mais especificamente no parágrafo 3º. Veja como é, e como ficaria:

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
        Pena - reclusão de um a três anos e multa.

Para

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero
Pena - reclusão de um a três anos e multa.
Ou seja, para incorrer nesse artigo, seria preciso injuriar alguém. Os evangélicos utilizam isso para espernear que sua liberade de expressão será tolhida. Pois bem, alguns evangélicos, e não poucos, acreditam que realmente houve um homem chamado Noé que construiu um barco do tamanho de sei lá o quê, onde passou 40 dias com toda (veja bem, TODA) a fauna terrestre. Depois da enchente, Noé encheu a cara e um de seus filhos (Cão... o nome do sujeito era Cão, mesmo. Vá lá, algumas traduções chamam de Cã) zombou dele.
Noé lançou a seguinte maldição sobre Cão:

E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera.
E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos.
E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
Gênesis 9:24-27

Então. Saibam os leitores que  há uma interpretação dessa maldição, seguida por muitos evangélicos, que diz que os descendentes de Cão são os negros, e por isso eles se tornaram escravos em tantos lugares. Bom, isso não é repetido nos cultos abertos das Igrejas, obviamente, mas não são também proibidos de se falar em seus estudos bíblicos. A lei que criminaliza o preconceito racial não destruiu a crença evangélica fundamentalista, apenas a colocou em sua real dimensão, dentro de seus estabelecimentos. Em nada afeta a sociedade. 

Um livro mais "moderninho" dos crentes, do Novo Testamento, diz:

A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição.
Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio.
Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
 1 Timóteo 2:11-13


Claro que os crentes do ano 2011, obviamente constrangidos com a discriminação desse "homem de Deus", tentam contextualizar, dizer que era a visão da época e coisa que o tal. Fazem a concessão que não fazem com os textos que falam da homossexualidade. E certamente fazem isso hoje, porque a sociedade evoluiu para os direitos das mulheres. Mas quem duvida que textos como esse foram usados por séculos para justificar a subjugação das mulheres pelos homens, com as bênçãos de "deus"?
Quantas vezes a Bíblia não foi usada para dizer que dar direitos iguais às mulheres seria o fim da família e da sociedade?

Se os cristãos acham que os negros são descendentes de Cão, e que a escravidão foi cumprimento da maldição de Noé (e portanto, dentro de desígnios divinos), que achem. Desde que, por essa crença, eles não discriminem negros, fiquem com seus achismos.  Se querem acreditar que a mulher é causadora do pecado original e da condição desgraçada humana, que acreditem. Mas mantenham sua crença para si e, no máximo, para a coitada que se sujeitar a isso por livre e espontânea vontade.
 
As leis anti-discriminação não pretendem mudar o pensamento das pessoas. Apenas suas atitudes.
Quem for contra essas leis, certamente é um racista, sexista, homofóbico. 

sábado, 4 de junho de 2011

Eu desisti

Como o taxi atrasou muito, cheguei ao cinema em cima da hora da sessão. Ao ver as filas imensas, percebi que seria impossível. Mas percebi que tinha serviço de compra automática. Nas 3 máquinas que funcionavam, pessoas tentavam atabalhoadamente comprar os ingressos. A inaptidão de nosso povo com a utilização de equipamentos de auto atendimento é impressionante e rompe barreiras sociais.
Finalmente uma máquina vagou. O casal à minha frente foi, mas passou pra outra máquina que vagou logo depois. Fui à máquina e descobri porque. A máquina estava travada. Voltei pra fila.
Ai uma cria de humano saiu de seu lugar no final da fila e foi até a máquina e ficou mexendo. Os filhotes de homo sapiens possuem uma inexplicável atracão por mexer em equipamentos cujo funcionamento não compreendem, para inacreditável orgulho de seus pais.
De tanto mexer, ou apesar disso, a máquina destravou e voltou ao menu inicial. Pois o girino de gente começou a comprar os ingressos.
Pensei em dizer que ele deveria voltar pro fim da fila. Pensei em dizer praquela mulher lá atrás que ela era uma desgraça como mãe e que se existisse mesmo um Deus ela seria estéril, pois assistia àquilo sem reação e talvez com certo orgulho da esperteza de seu filho.
Mas simplesmente desisti. Desisti de ver aquela sessão. Vim comer e depois, se for o caso, verei a próxima.
O brasileiro, e especialmente o baiano, chegou ao fim da linha no que diz respeito a comportamento social.
São desrespeitosos, mal-educados, inconvenientes, sujos e preguiçosos.
Mas não pretendo educá-los. Não teria tal capacidade. Poderia até impor meu direito, mas desisti.
Não viverei muito mais do que o tempo que já vivi nesse planeta. Caso ele não se acabe até lá, não deixarei descendentes com os quais me preocupar. Então, dane-se.


Pelo iPhone

Location:R. Clarival do Prado Valladares,Salvador,Brasil

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pária cibernético

Mais uma vez sou acusado de anti-social por ficar conectado na internet através de dispositivo móvel. Reclamam se respondo uma mensagem no MSN, se confiro informações do Facebook ou verifico email.
Pessoas conectadas viraram os novos fumantes da sociedade. Em breve vão querer que sentemos em lugares separados.
Concordo que é desagradável estar com alguém cuja atenção esteja na internet, na televisão, no radinho, nos problemas do trabalho, no filho que ficou em casa com a babá ou em qualquer outro lugar que não no interlocutor. Mas o fato de estar com uma pessoa também não me exclui de estar em contato com outras. As pessoas reagem como se eu estivesse me relacionando com o computador, quando na verdade estou me comunicando com amigos que não posso ter lado a lado comigo.
Será errado usar a tecnologia para manter uma proximidade que seria impossível de outra forma?
Será que devemos evitar criar novas regras de etiqueta e continuar seguindo as antigas que não abarcam coisas que não existiam?
Criei, sim, uma rede de amigos com quem me comunico por meios eletrônicos. E só por seres distantes, eles não são de segunda categoria. São também pessoas que estão do outro lado desses equipamentos. O tipo de relação com eles tem variações, claro. Com alguns apenas baboseiras e brincadeiras, com outros assuntos sérios. Alguns podem esperar uma resposta quando eu chegar em casa, mas a outros eu posso responder numa pausa entre as conversas, ou quando minha companhia for ao banheiro, ou enquanto estamos na trânsito.
Em geral quando demonstro que eu não levo mais de um minuto pra responder uma mensagem e que nunca interrompo ou me privo de nada pra fazer isso, a resposta que ouço da pessoa é que ela não conseguiria fazer isso, que se ficasse conectada assim, não conseguiria pretsar atenção em nada. Ou seja, porque a pessoa não consegue, eu também não deveria?
Quanto aos que me acusam de ser viciado na internet, eu consigo muito bem desligar (e não colocar para vibrar) o celular em cinemas, teatros, reuniões e sempre que acho necessário.
Mas não sou intolerante como as pessoas que não suportam os smartphones. A partir de agora, em nome dos amigos presenciais, desligarei meus contatos à distância. Mas estejam preparados para preencher cada minuto de minha atenção de libriano, e não se atrevam a se distrair atendendo o celular para resolver problemas domésticos que não envolvam emergências médicas.
Maior que a atenção de libriano é a cobrança de libriano.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tudo que é perfeito a gente pega pelo braço


Talvez a sua reação tenha sido a mesma que vi nos comentários das pessoas que leram essa nota no Facebook: descrédito de que Jacaré possa ser capaz de atuar bem numa peça de teatro.
Alguns alegaram sua atuação n'A Turma do Didi para justificar a desconfiança no seu trabalho. Para muitos, é apenas porque ele é um "ex-É o Tchan". Chegaram a compará-lo a ex-BBB's.
Gostaria de fazer algumas considerações acerca disso.
Em primeiro lugar, a comparação de Jacaré com participantes de realities shows é desmensurada. Edson Gomes Cardoso dos Santos não é uma pessoa em busca de celebridades. É um artista. Dançarino e coreógrafo, ele integrou, sim, o grupo musical que vendeu mais de 6 milhões de álbuns.
Se as pessoas gostam ou não do jeito que ele dança ou das músicas que a banda toca é outra questão. Não se discute que ele é dançarino e coreógrafo e isso é arte. E não é coisa que qualquer um faça, pois ao que se saiba, não apareceu nenhum outro dançarino com a projeção que ele teve, fazendo o que ele faz. A maioria dos grupos que se seguiram deram destaque ao vocalista que também dança, mas apenas como dançarino desse tipo de pagode, só lembro dele.
Pois bem. No que diz respeito a sua participação na TV, o programa Turma do Didi é fraco. Como vários programas que aparecem na TV. No elenco tem Marcelo Augusto, cantor, que é fraquíssimo. Marcelo Augusto protagozinou um musical sobre Carlos Machado, O Rei da Noite. Não vi qualquer crítica antecipada ao seu desempenho, por fazer parte da Turma do Didi.
Na TV atores rasos como Paulo César Grande, Vitor Fasano, Marcos Pasquim, têm destaque e ganham até papéis principais. Alguém realmente acha eles grandes atores? Alguém faz piada quando lê que eles estão numa peça de teatro?
Qual então a diferença entre eles e Jacaré? Ter formação como dançarino? Ter participado de um grupo que apelava para a sexualidade? Ter participado de um programa humorísitico ruim? Ter atuação fraca na TV?
Pensem bem que a resposta virá.
Concordo que pelos trabalhos mostrados, Jacaré não deu indícios de ser um grande ator. Mas isso torna impossível que ele tenha estudado teatro (alguém sabe se ele o fez?) e que atue numa peça? Em nenhum momento foi dito que ele interpretaria uma grande produção shakesperiana. Ele realmente não merece a chance de atuar numa peça? Podemos ridicularizar sua participação sem ao menos ir vê-la? Podemos dizer com certeza que ele é incapaz de sustentar um papel, que nem sabemos qual é?
Trabalhos anteriores ruins torna impossível que ele se aprimore? Pau que nasce torto nunca se endireita?

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...