quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Gripe

Enquanto ainda decido se vale a pena continuar vivendo, vou ao espelho e me deparo com a imagem daquele louro maluco de Um Lugar Chamado Notting Hill.


Pelo celular: Djaman Barbosa.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O que me importa

Ouço de um amigo que houve arrastão, ontem à noite, no Shopping Iguatemi. Nenhuma nota na internet. Em compensação, A Tarde On Line traz em "Últimas Notícias":
A Fazenda 3: Carlos Carrasco perde prova e está na Roça.
Isso, sim, afeta a vida das pessoas.


Pelo celular: Djaman Barbosa.

sábado, 20 de novembro de 2010

Estupidamente incorreto.

Um tempo atrás eu escrevi um texto sobre essa coisa estúpida do politicamente correto nas novelas. Dizia que se todos na ficição tivessem que ter comportamentos corretos, os dramas iam se acabar.
Ficção é ficção, náo é tratado social nem científico. Na ficção alguém pode decidir abrir a porta do hospício, os mortos ganham vida, o prefeito safado tem a nossa simpatia. Pela ficção torcemos pela adúltera e desejamos com todas as forças a morte de alguém. Na ficção, nem sempre o assassino vai preso (como de fato não vai na realidade), mas nem por isso a obra tem que dar explicações sobre os procedimentos policiais e judiciais do país.
Mas se uma personagem emitir uma opinião homofóbica, machista ou racista. Ah! Deus de quem crê! É uma comoção geral. Esqueçam as prisões superlotadas, as pessoas morrendo sem atendimento nos hospitais públicos, a seca do Nordeste, os dólares nas cuecas, meias e em outros locais mais escusos. O verdadeiro problema do país passa a ser o que a personagem da novela das oito (que passa depois das nove) disse ou fez.
Ministério Público, Juízes da Infância, ongs e movimentos de minorias se mobilizam como nunca se mobilizariam contra jovens da classe média que saem pela rua agredindo com lâmpadas fluorescentes.
Exigem com tal vigor a punição da personagem, do autor e da emissora, que os telejornais já sabem: quando querem que um crime seja punido, é só dar uma pitada de folhetim ao noticiário que o clamor surge.
Na época em que escrevi, eu disse que daquele jeito que os politicamente corretos queriam, seria impossível termos os grandes clássicos. Nem na minha mais louca paranóia eu poderia imaginar que esses sem ter o que fazer, arremedos de censura, policiais das idéias alheias, seriam capazes de um dia avançarem contra Monteiro Lobato.
Pois foi o que fez o Conselho Nacional de Educação querendo proibir a obra Caçadas de Pedrinho por considerá-la racista.
Em primeiro lugar, a obra tem expressões racistas, sim, seus estúpidos. E não só essa, mas em todo o "Sítio", Emilia (e algumas vezes as crianças) dispara insultos a Tia Nastácia fazendo alusão ao fato de ela ser negra. Isso não é bonito, mas era aceitável na época. Quer dizer, não que fosse aceitável o comprtamento da boneca. Qualquer criança consegue (eu ia dizer qualquer idiota, mas vi que os idiotas do CNE não conseguiram) perceber que aquele ato de Emília está errado. Não que a gente pensasse na época na situação do negro, mas porque era uma ataque despropositado contra uma pessoa boa. Emília era uma criança birrenta. Mesmo quando fazia a coisa certa era com muita dose de falta de educação, coisa que D. Benta e Tia Nastácia sempre comentavam. Apesar disso, Emília não era má. Tinha seu lado doce, terno, preocupada com os bichos, ainda que os usasse para seus propósitos quando queria.

Pra não ficar aqui citando obras e obras do passado que tem atitudes incorretas, vamos logo ao extremo e saber se os impecis pretendem censurar a Bíblia? Motivos não faltam: poligamia de reis, mesmo os ungidos do Senhor, apedrejamento de mulheres,  por ordem divina, escravidão, matança de crianças pelo povo de Israel. Que tal reescreverem também os clássicos gregos?

Há posição de defesa ao CNE de que não quer banir nada, apenas colocar notas explicativas nas obras para contextualizar e falar sobre a situação do negro. Alegam, inclusive, que Caçadas de Pedrinho já alertava que na época a onça não estava protegida pelo IBAMA. Então, pergunta-se, por que falar da onça e não do negro?
Bom, em primeiro lugar porque o tema da obra não é o negro, nem o racismo. Ainda que tenha alguma frase racista, não é o tema do livro. Se formos ficar explicando tudo isso, teremos que explicar todos os comportamentos que coloquei no início do texto. Muito mais salutar que isso seja abordado por alguém, e se os professores e os pais não estão preparados para isso, ora pílulas, a culpa não é de Monteiro Lobato. Segundo que isso joga uma lupa numa questão que, sem esse estardalhaço, não teria feito tanto mal assim. Qualquer pessoas instruída percebe que essa obra só pode ser fruto de um outro tempo, qualquer um sabe que jamais compositor algum faria uma música que diz: "mas como a cor não pega mulata, mulate eu quero seu calor".
Ou vamos colocar notas explicativa para explicar a lei Maria da Penha cada vez que cantarmos:
Olhei pra ela e disse. Vai já pra cozinha. Dei um murro nela. E joguei ela dentro da pia. Quem foi que disse. Que essa nega não cabia?

Nelson Rodrigues, machista, homofóbico e incorretíssimo, que só um idiota se daria ao trabalho de  contestar suas frases provocantemente absurdas, já sintetizava essa situação:

O trágico da nossa época ou, melhor dizendo, do Brasil atual, é que o idiota mudou até fisicamente. Não faz apenas o curso primário, como no passado. Estuda, forma-se, lê, sabe. Põe os melhores ternos, as melhores gravatas, os sapatos mais impecáveis. Nas recepções do Itamaraty, as casacas vestem os idiotas. E mais: – eles têm as melhores mulheres e usam mais condecorações do que um arquiduque austríaco.
Antigamente, o silêncio era dos imbecis; hoje, são os melhores que emudecem. O grito, a ênfase, o gesto, o punho cerrado, estão com os idiotas de ambos os sexos.

Concluía eu, na minha "Confissão", que nos coube por fatalidade uma das "épocas débis mentais", e das mais espantosas da história. Há uma debilidade mental difusa, volatizada, atmosférica. Nós a respiramos. Isso aqui e em todos os idiomas. É um fenômeno internacional tão nítido, tão profundo, que não cabe nenhuma dúvida, não cabe nenhum sofisma.

E acontece, então, esta coisa nunca vista: - todos agem e reagem como imbecis. Não que o sejam, absolutamente. Muitos são inteligentes, sábios, clarividentes; e têm um nobilíssimo caráter, e uma fina sensibilidade, e uma alma de superior qualidade. Mas num mundo de débis mentais, temos de imitá-los. Não sei se me entendem. Mas, para viver, para sobreviver, para coexistir com os demais, o sujeito precisa ir ao fundo do quintal. E lá enterrar todo o seu íntimo tesouro."
 

Para Tatá

DE CORPO INTEIRO


Procuro desesperadamente o original dessa música cantada por Rigaud. Quem tiver, por favor não deixe que a última lembrança que eu tenha da canção seja essa versão arrocha com sotaque pernambucano.

Vídeo pornô para menores de 18 anos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Amo-te, ó rude e doloroso idioma

Na Rede Record, a jornalista (exige-se ou não diploma pra isso, afinal?) anuncia a nova série de reportagens sobre brasileiros que fazem sucesso no exterior. Então diz: "Você vai saber como é a vida desses imigrantes".
Minha mente voltou, então, para os tempos de escola, quando aprendi que imigrante era o sujeito que entrava no país (ou no estado, na cidade), enquanto que as pessoas que saem do seu lugar natal para viver em outro são denominadas emigrantes.
Até aceitaria se a matéria falasse de vários brasileiros num único país, pois seriam todos imigrantes nesse outro lugar, mas o enfoque trata mesmo de brasileiros que vão viver fora, em qualquer outro país e o nosso idioma tem uma palavra própria pra isso, então por que a jornalista não usou?
Isso me lembra um outro caso, muito comum, que ocorre quando alguém tem ancestrais de outra etnia. Muita gente boa diz que fulano tem "descendência" árabe, japonesa ou o que quer que seja.
Ora, quem tem descendência é quem tem filhos. Quem descende de estrangeiros tem "ascendência" estrangeira. Ou seja, seus pais, ou avós, ou alguns antepassados, são estrangeiros.


Pelo celular: Djaman Barbosa.

domingo, 14 de novembro de 2010

Pesquisa

No programa de Eliana (sim, o domingo prossegue), um médico disse que banana ajuda a acalmar ansiedade na TPM.
Então a piada machista tem sua validade. Mulher alterada é falta... de banana!


Pelo celular: Djaman Barbosa.

Estimativa

No programa Tudo É Possível (sim, é o mais interessante a se fazer nesse domingo em Nazaré), Ana Hickman tenta descobrir a idade de Sergio Mallandro.
Como uma conversa com Sergio Mallandro é um exercício de paciência pra qualquer monge tibetano desistir, nenhuma resposta estava sendo obtida.
Aí um repórter e editor da revista F Magazine disse:
"vamos ver, você disse que quando namorou a Xuxa, ela tinha 16 e você 19. Como a Xuxa hoje está com 48, podemos deduzir que você tem entre 53 a 55".
Das duas, três: ou Xuxa fez uma viagem ao espaço, e relativizou a diferença de idade entre ela e Mallandro, ou esse repórter sabe algo sobre passagem do tempo que o resto da humanidade não sabe.


Pelo celular: Djaman Barbosa.

sábado, 13 de novembro de 2010

Pesquisa

Acabo de ler num site qualquer: "Os ateus, homens fiéis e liberais são os mais inteligentes da população masculina".

Estou bem na fita. 3 em 3.

Atualizando: agora só 2 em 3, foi mal aí.


Pelo celular: Djaman Barbosa.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quem disse que vida de artista é fácil? Não basta ser bonito, ter talento, ficar sorrindo pra qualquer estranho que acena na rua e fingir que os diretores sabem o que estão dizendo. Eles têm que tomar cuidado pra não arranjar empresários que o metam em encrenca.
Vejam o caso de Reynaldo Gianechinni.
O primeiro empresário fodeu com ele e tomou o apartamento. Tudo no sentido literal.
Agora, aparece um que não teve o menor receio em liberar a imagem do ator para o Pintos Shopping. Além de estar sorrindo na entrada da loja, que é conhecida como "Pintão", o ator ainda fez um comercial que ganhou uma versão manipulada (ooops) digitalmente (oooopsssssss) no You(lá dele)tube.
Será que ninguém percebeu o estrago que seria para "Gian"(para os íntimos, como gostam de frisar algumas revistas de celebridades) estampar sua imagem a um estabelecimento que não contente em ter o nome "Pintos", tem o slogan "Tudo que você mais gosta no lugar que você sempre quis".


O mais interessante é que o ator virou piada na internet, o vídeo teve milhares de acesso, topo do Twitter, mas não rendeu nada pra loja, ao menos na inauguração.

CDC

Vejam a contribuição que essa cidadã está dando à sociedade, ao reclamar de um problema que realmente afeta milhões de brasileiros.
Se mais pessoas tivessem essa consciência de ir buscar seus direitos, principalmente contra empresas que prestam serviços essenciais, nossa sociedade seria melhor.


Alguém sabe que diabo é uma moeda verde?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Do mundo não se leva nada

Silvio Santos coloca SBT como garantia de empréstimo ao Panamericano

SÃO PAULO - O empresário Silvio Santos colocou todo seu complexo empresarial como garantia do empréstimo de R$ 2,5 bilhões concedido ao Banco Panamericano, do Grupo Silvio Santos, pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A operação de ajuda financeira foi anunciada na terça-feira, 9. A garantia inclui o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), a empresa de cosméticos Jequiti, a Liderança Capitalização, as lojas do Baú da Felicidade e o próprio Banco Panamericano. As garantias somam R$ 2,7 bilhões.

Pois é, tempos difíceis pro homem do baú.
Já há quem vislumbre o futuro da emissora.



domingo, 7 de novembro de 2010

Shirley

Desde a primeira vez que ouvi falar em Trilogia Shirley eu estranhei. Afinal, eu havia visto apenas duas peças.
Na época, eu não tinha tanto contato com Claudinho, e aceitei a desculpa de que o pessoal tinha optado por montar apenas duas das peças.
Passou-se o tempo e vejo anunciada outra montagem das Shirleys. Opa. Novamente, apenas duas peças encenadas.
Que diabo de trilogia é essa? Procuro na internet. Encontro referências à trilogia, mas quando procuro as montagens, sempre duas. Que mistério!
Vi um site que tinha os textos de Claudinho, pensei que ali teria a resposta. Nada. Havia vários textos de Claudinho. Na parte das Shirleys, tinha o nome das três peças, mas só duas estavam disponíveis para download.
Comecei a pensar em conspiração, maldição, brincadeira ou golpe de marketing.
Falei com Claudio Simões, na tentativa de dirimir essa dúvida que já me consumia há anos. Afinal, havia ou não três peças na famosa trilogia? E por que essa terceira nunca foi encenada? Onde estaria a Shirley esquecida?
Claudinho deu-me evasivas. Disse que eram três peças, como devem ser todas as trilogias, mas que os grupos montavam apenas duas, por motivos diversos. Alegou que não era marketing e garantiu que todas as três haviam sido montadas, porém alternadamente. Jurou que houve uma montagem das três, há sei lá quanto tempo, se não me engano em outro estado.
Não me convenci.
Eis que agora Claudinho anuncia a montagem da trilogia. Pensei: "qual será a desculpa que ele vai arranjar pra apresentar uma trilogia de duas peças?"
Paranóico, cheguei a pensar que Claudinho prepararia algo para o dia que eu fosse assistir, apenas para me provar que existiam três peças.
Informei que iria na sessão das 21:00h, mas fui na de 19:00
Ahhhhh! Ele ia ser pego de surpresa.
A primeira peça foi encenada. Lembrava dessa. Simplesmente Shirley. Mudança de cenário e veio a segunda. Totalmente Shirley. Essa eu também já conhecia. Tudo muito bom. Os atores muito bem, mas agora era a hora da verdade. Imaginava nos bastidores um Claudinho dizendo pro elenco que não havia terminado, pois um sacana que duvidava da existência da terceira peça estava ali e, portanto, eles teriam que voltar e fazer qualquer coisa.
Entra o elenco e... Finalmente Shirley.
Brincadeiras à parte, não duvido do talento de Claudinho de um dia bolar uma saída se uma situação dessas realmente ocorresse. Mas é óbvio que a peça existia e nos permite compreender melhor essa obra.
"Finalmente" não tem a mesma comicidade das outras duas (ou até tem, a depender do que você entenda como comédia), mas ao contrário de destoar, ela se integra e ressalta elementos das outras peças. Os dramas familiares que anteriormente me fizeram rir, por sequer percebê-los como tais, agora ganharam novos contornos.
Zeca de Abreu, Fernando Marinho e Fernanda Paquelet, só pra citar os três cujo trabalho eu já aplaudiria de pé, passaram de bons atores para "atores do caralho" na minha opinião. O fato de o próprio autor dirigir a encenação deve ter contribuído para que o tom certo fosse mantido, mesmo quando seria tentador dar aquela fala de um jeito mais engraçado para quebrar o climão. Não era preciso. A nossa tragédia diária é engraçada, mesmo, sem caras e bocas, sem maneirismos, sem salamaleques. Basta que sejam outros, e não nós mesmo, a observá-los.
Mil coisas passaram pela minha cabeça enquanto via "Finalmente Shirley": Será que ele escreveu antes das outras duas? Tem um quê autobiográfico? Tem um quê da MINHA biografia?
Lembro que Claudinho chegou a me mandar o texto das três peças há alguns anos, mas eu não lembrava de nada dessa terceira (mais um mistério que envolve essa trilogia). Na minha memória só existiam as outras duas.
Fiquei contente ao perceber, desde o começo, o tratamento que Claudinho ia dar para a tragédia que recaiu sobre a família. Para desespero de Alberto, que aguardava ansioso pela revelação do mistério, eu achava que já conhecia as obras de Claudinho o suficiente pra saber que ele era capaz daquilo. É a mesma satisfação que sinto quando percebo uma pista falsa nos livros de Agatha Christie. Eu penso: "você me tapeia muito, eu não descubro o assassino, mas pelo menos, nessa eu não caio".
É como uma pequena vitória diante de um mestre. A gente perde, pois acaba enganada, mas não é tanto assim.
Bom. Não sei se todos sairão do Teatro Modulo com a mesma sensação que eu, afinal foram anos de expectativa por essa trilogia completa, mas acreditem quando eu digo que valeu a espera.


Pelo celular: Djaman Barbosa.

sábado, 6 de novembro de 2010

Salve a Sakineh

Salve a Sakineh
O site é sério e o caso é real. Quem duvidar, pode pesquisar sobre a situação de Sakineh no Google.
Quanto ao AVAAZ.ORG, esse site conseguiu as assinaturas para a Lei da Ficha Limpa.
Vale a pena clicar no link e apoiar

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Triste Bahia

Se um fast-food lento já é ruim, o que dizer de um fast-food lento na rodoviária?
Será que o McDonalds não percebe que quem come aqui tem pressa? Aliás, muita pressa.


Pelo celular: Djaman Barbosa.

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...