Levei anos para tirar a sensação de que estava fazendo algo de errado em ficar na cama até mais tarde aos domingos.
Domingo era dia de ir à igreja e, como bom cristão, eu sabia as consequências de não se fazer o que se deve fazer.
Hoje, não acredito mais em inferno e, mesmo que ele existisse, qualquer papa ou pastor evangélico diria que apenas retornar a visitar o "pai todo poderoso" semanalmente não iria garantir a minha saída do suplício eterno.
De qualquer forma, as manhãs de domingo estão pacificadas em minha consciência e, mesmo que acorde cedo, eu só me levanto depois das 10:00h, a não ser que haja algo muito interessante no Parque da Cidade ou no MSN.
Mas o entardecer do domingo ainda me traz uma angústia que não consigo explicar.
A idéia natural é que seria por causa da segunda-feira. Dia de volta ao trabalho. Mas isso não explica que não tenha essa sensação, por exemplo no fim das férias. Ou porque essa tristeza ocorre mesmo nas férias ou em véspera de feriado.
Antes de começar a trabalhar no interior, estava tratando isso ocupando meus finais de domingo com peças teatrais, cinemas e jantares. Estava quase conseguindo transformá-lo em um sábado.
Hoje não tenho mais oportunidade pra isso e a depressão das tardes de domingo tem ficado mais forte. Preciso resolver isso logo.
-Via iPhone
domingo, 30 de janeiro de 2011
Tombo
Eu gosto muito de enroladinho de queijo e presunto. Só que ultimamente, não sei por que, inventaram de não botar mais as fatias de queijo e presunto inteiras, mas picadas. Até sei porque, pra economizar e colocar uma porção menor em cada salgado. Pra piorar, desse jeito que está, o picadinho do recheio fica todo numa parte só da massa. Um horror.
Agora, ruim, mas ruim mesmo, é a moda de ter brigadeiro de colher nas festinhas. Ora, a única coisa que torna humanamente suportável uma festa cheia de crianças barulhentas correndo é saber que tem uma mesa cheia de um docinho de chocolate coberto com chocolate granulado. E quando o brigadeiro tem o miolo durinho... Hmmmmm.
Mas quando você sai de casa, escolhe um presente entre as dezenas de opções de Max Steel, roda procurando uma vaga próxima à casa de festas, atura aquela gritaria na piscina de bolas, o choro da que não conseguiu ir no elástico, a indiferença do aniversariante, que já ganhou dezenas de Max Steel, alguns iguais ao seu, e só se importa com o PlayStation que o pai deu, e no final não encontra o brigadeiro, mas uma tacinha plástica com uma pasta de chocolate, é muita falta de respeito com o convidado, não é não? Você só não pega de volta seu presente porque não lembra se comprou o Max Steel Alpinista ou o Max Steel ...o que será isso? Gogo Boy? Não... Mergulhador!
Tudo bem que toda criança quando aprende a fazer brigadeiro, logo descobre que é mais prático pegar uma colher e comer direto na panela. Mas numa festinha, isso demonstra preguiça do buffet, além de ser anti-ecológico com sua tacinha e colherzinha de plástico ao invés da forminha de papel. Se não estão pensando em agradar os convidados, pensem ao menos no aquecimento global.
Por ser um doce tipicamente brasileiro, o brigadeiro deveria ser tombado pelo Patrimônio Histórico Cultural e quem fizesse fora dos padrões deveria ser multado por atentar contra a nossa cultura.
Pelo iPhone
Agora, ruim, mas ruim mesmo, é a moda de ter brigadeiro de colher nas festinhas. Ora, a única coisa que torna humanamente suportável uma festa cheia de crianças barulhentas correndo é saber que tem uma mesa cheia de um docinho de chocolate coberto com chocolate granulado. E quando o brigadeiro tem o miolo durinho... Hmmmmm.
Mas quando você sai de casa, escolhe um presente entre as dezenas de opções de Max Steel, roda procurando uma vaga próxima à casa de festas, atura aquela gritaria na piscina de bolas, o choro da que não conseguiu ir no elástico, a indiferença do aniversariante, que já ganhou dezenas de Max Steel, alguns iguais ao seu, e só se importa com o PlayStation que o pai deu, e no final não encontra o brigadeiro, mas uma tacinha plástica com uma pasta de chocolate, é muita falta de respeito com o convidado, não é não? Você só não pega de volta seu presente porque não lembra se comprou o Max Steel Alpinista ou o Max Steel ...o que será isso? Gogo Boy? Não... Mergulhador!
Tudo bem que toda criança quando aprende a fazer brigadeiro, logo descobre que é mais prático pegar uma colher e comer direto na panela. Mas numa festinha, isso demonstra preguiça do buffet, além de ser anti-ecológico com sua tacinha e colherzinha de plástico ao invés da forminha de papel. Se não estão pensando em agradar os convidados, pensem ao menos no aquecimento global.
Por ser um doce tipicamente brasileiro, o brigadeiro deveria ser tombado pelo Patrimônio Histórico Cultural e quem fizesse fora dos padrões deveria ser multado por atentar contra a nossa cultura.
Pelo iPhone
Vida de gado
Quando li que a Câmara Municipal de Piracicaba pretendia promulgar uma lei para impedir o sacrifício de animais em cultos afros, achei uma boa idéia.
Não que eu acreditasse nas boas intenções dos vereadores de lá, pois se eles estivessem preocupados com os animais realmente, deveriam também proibir o uso deles em testes e o abate cruel.
Não faz nenhum sentido ficar causando dor e sofrimento a seres vivos para encontrar uma melhor cor de batom ou uma fragrância nova. O ser humano não precisa de um novo pó compacto!
Mas logo vi que os adeptos das religiões de matriz africana (gente não tem um termo próprio, como católicos, crentes, protestantes, espíritas? Dá um trabalho escrever tudo isso) estavam protestando alegando discriminação religiosa.
Pra mim parecia ser mesmo por discriminação. Mas do ponto de vista dos animais, me pareceu certo.
Afinal, por que sacrificar animais para atender a crença do humano?
Os religiosos alegaram o direito constitucional à crença religiosa.
Discordo. Quer dizer, concordo com o direito à livre manifestação da religiosidade, mas temos que convir que ele não pode ser absoluto e tem que coexistir com outros direitos.
Por exemplo, se eu fosse adepto de uma religião que pregasse o sacrifício de bebês ou de mulheres virgens, não poderia exercer minha crença, correto?
O que muitos esquecem é que a humanidade já teve essas manifestações religiosas, mas foi evoluindo ao passar a entender mulheres e bebês não mais como coisas, mas sim como seres vivos iguais ao homem. Será que não está mais do que na hora de estendermos esses modo de ver aos animais?
Outro exemplo foi quando a lei do silêncio chegou às igrejas, obrigando-as a fazer tratamento acústico. Alegou-se discriminação. Ora, a liberdade de culto dos evangélicos não é mais que o meu direito ao sossego. Valores, cada um tem o seu. Então o direito ao culto não pode ser absoluto.
Pra mim, matar animais num ritual religioso é algo sem sentido, desnecessário e só existe em função da arrogância humana de achar que a sua crença é tão verdadeira que se sobrepõe à vida de outros seres.
Concatenadas todas essas idéias, pensei em escrever o post. Mas faltava alguma coisa.
Faltava saber o que as pessoas que praticavam esses rituais achavam disso. Eu já tinha visto a questão da liberdade religiosa, mas e o que eles falavam sobre a crueldade dos animais?
Notei que muitas das discussões sobre o tema vinha de uma tal Rede Afrobrasileira Sociocultural. Fui lá e, para poder participar, fiz minha inscrição.
Coloquei minhas ponderações e esperei por respostas e, como é comum em dicussões públicas, um monte de acusações de discriminação, racismos, ignorância e outras coisas que lemos em fóruns sempre que damos uma opinião contrária.
Enquanto esperava li as manifestações que já havia lá sobre o assunto. Diziam da hipocrisia da lei porque as pessoas não iriam se tornar vegetarianas. Atacam só os cultos afros.
Dessa argumentação também discordei. Uma coisa é matar um animal para se alimentar. Alimentar-se de carne faz parte da própria natureza. Um animal mata outro para comer. O que acho desnecessário é esse abate cruel que temos. Se o ser humano tem conhecimento e condições de abater sem causar dor desnecessária ao animal, por que fazê-lo? Só pode ser crueldade.
Mas o que estava sendo questionado era matar para atender um ritual. Pois começaram a chegar os comentários à minha postagem. E ciomo eu estava escrito na rede, recebia mensagens de outros fóruns também. Meu email ficou povoado de palavras que eu não entendia e de nomes tão estranhos como se eu tivesse entrado numa rede de RPG.
Em primeiro lugar, devo dizer não houve uma única resposta mal-educada ou intolerante. A rede parece ser formada por pessoas adultas e maduras. Recebi respostas de Pai Sandro de Obaluwaye e Alexandre de Oxalá - Baba Alaiye
Compreenderam que meus questionamentos partiam de um desconhecimendo do ritual e explicaram, em várias linhas que vou resumir, que basicamente eles matam animais em rituais onde eles são usados como alimento. Até aí, não fazem nada mais cruel do que eu quando compro um BigMac.
A diefrença é que eles próprios fazem isso. Criam os animais e matam ali, pelo que entendi.
Não há qualquer prazer nessa matança, e o jantar é ritualístico.
Por mim, até aí, tudo bem. Ou pelo menos, tudo tão ruim pros animais quanto o que todo humano carnívoro pratica. Talvez até menos, porque as galinhas ali não são torturadas como nas granjas, onde ficam acordadas com luz forte sobre a cara e lhes metem um tubo na garganta por onde são obrigadas a comer.
Mas não é isso que está no imaginário popular. O que a população pensa é que os animais são sacrificados para se fazer "trabalho", "despacho".
Claro que os vereadores, para fazerem a lei, deveriam ter se inteirado do assunto. Deveriam ter ido verificar como são tratados os animais e porque eles são sacrificados.
Mas esse senso comum sobre o sacrifício fortaleceu os grupos de defesa dos animais. Eles nõa estavam necessariamente sendo discriminatório, mas estavam pesando o que eles achavam que era feito com os bichos com o que eles acreditam que seja direito desses bichos. Eles não precisavam ser vegetarianos para isso, como muitos nos fórum diziam, porque eles não estavam defendendo que não se podia abater aniamais para alimentação. Mas eles estavam contra o que parecia ser um abate desnecessário.
Há um outro aspecto desses rituais que ainda questiono. É quando o animal é sacrificado para uma "troca de energia" ou algo assim. É como se matasse o animal para curar alguém.
Como agnóstico, essa segunda parte me parece desperdício. Questiono também se, num plano de divindidades, animais valem menos que humanos. Novamente arrogância humana. Nos achamos a imagem dos deuses e fazemos os deuses à nossa imagem. Todavia, não é diferente do que quando fazem animais sofrerem dores terríveis em pesquisas da cura de doenças para humanos. A diferença é que de um ponto os animais são mortos pela ciência e noutro pela fé.
Enfim, cheguei a conclusão que infelizmente animais são mortos em rituais afro, da mesma forma que são mortos em abatedouros e laboratórios.
Acho que o pessoal da Rede Afrobrasileira Sociocultural, que conseguiu impedir a aprovação da lei, poderia fazer um trabalho de esclarecimento à população. Bastava explicar o que me explicaram, que até o presidente do Greenpeace seria obrigado a concordar que os animais estão morrendo nos terreiros pelos mesmos motivos que morrem no dia-a-dia: para alimentação e na esperança de restaurar saúde dos humanos.
Um dia, espero, alcançaremos a compreensão de que os outros seres não existem para nos servir. Mas até lá, é pura discriminação querer parar a prática só no candomblé.
Não que eu acreditasse nas boas intenções dos vereadores de lá, pois se eles estivessem preocupados com os animais realmente, deveriam também proibir o uso deles em testes e o abate cruel.
Não faz nenhum sentido ficar causando dor e sofrimento a seres vivos para encontrar uma melhor cor de batom ou uma fragrância nova. O ser humano não precisa de um novo pó compacto!
Mas logo vi que os adeptos das religiões de matriz africana (gente não tem um termo próprio, como católicos, crentes, protestantes, espíritas? Dá um trabalho escrever tudo isso) estavam protestando alegando discriminação religiosa.
Pra mim parecia ser mesmo por discriminação. Mas do ponto de vista dos animais, me pareceu certo.
Afinal, por que sacrificar animais para atender a crença do humano?
Os religiosos alegaram o direito constitucional à crença religiosa.
Discordo. Quer dizer, concordo com o direito à livre manifestação da religiosidade, mas temos que convir que ele não pode ser absoluto e tem que coexistir com outros direitos.
Por exemplo, se eu fosse adepto de uma religião que pregasse o sacrifício de bebês ou de mulheres virgens, não poderia exercer minha crença, correto?
O que muitos esquecem é que a humanidade já teve essas manifestações religiosas, mas foi evoluindo ao passar a entender mulheres e bebês não mais como coisas, mas sim como seres vivos iguais ao homem. Será que não está mais do que na hora de estendermos esses modo de ver aos animais?
Outro exemplo foi quando a lei do silêncio chegou às igrejas, obrigando-as a fazer tratamento acústico. Alegou-se discriminação. Ora, a liberdade de culto dos evangélicos não é mais que o meu direito ao sossego. Valores, cada um tem o seu. Então o direito ao culto não pode ser absoluto.
Pra mim, matar animais num ritual religioso é algo sem sentido, desnecessário e só existe em função da arrogância humana de achar que a sua crença é tão verdadeira que se sobrepõe à vida de outros seres.
Concatenadas todas essas idéias, pensei em escrever o post. Mas faltava alguma coisa.
Faltava saber o que as pessoas que praticavam esses rituais achavam disso. Eu já tinha visto a questão da liberdade religiosa, mas e o que eles falavam sobre a crueldade dos animais?
Notei que muitas das discussões sobre o tema vinha de uma tal Rede Afrobrasileira Sociocultural. Fui lá e, para poder participar, fiz minha inscrição.
Coloquei minhas ponderações e esperei por respostas e, como é comum em dicussões públicas, um monte de acusações de discriminação, racismos, ignorância e outras coisas que lemos em fóruns sempre que damos uma opinião contrária.
Enquanto esperava li as manifestações que já havia lá sobre o assunto. Diziam da hipocrisia da lei porque as pessoas não iriam se tornar vegetarianas. Atacam só os cultos afros.
Dessa argumentação também discordei. Uma coisa é matar um animal para se alimentar. Alimentar-se de carne faz parte da própria natureza. Um animal mata outro para comer. O que acho desnecessário é esse abate cruel que temos. Se o ser humano tem conhecimento e condições de abater sem causar dor desnecessária ao animal, por que fazê-lo? Só pode ser crueldade.
Mas o que estava sendo questionado era matar para atender um ritual. Pois começaram a chegar os comentários à minha postagem. E ciomo eu estava escrito na rede, recebia mensagens de outros fóruns também. Meu email ficou povoado de palavras que eu não entendia e de nomes tão estranhos como se eu tivesse entrado numa rede de RPG.
Em primeiro lugar, devo dizer não houve uma única resposta mal-educada ou intolerante. A rede parece ser formada por pessoas adultas e maduras. Recebi respostas de Pai Sandro de Obaluwaye e Alexandre de Oxalá - Baba Alaiye
Compreenderam que meus questionamentos partiam de um desconhecimendo do ritual e explicaram, em várias linhas que vou resumir, que basicamente eles matam animais em rituais onde eles são usados como alimento. Até aí, não fazem nada mais cruel do que eu quando compro um BigMac.
A diefrença é que eles próprios fazem isso. Criam os animais e matam ali, pelo que entendi.
Não há qualquer prazer nessa matança, e o jantar é ritualístico.
Por mim, até aí, tudo bem. Ou pelo menos, tudo tão ruim pros animais quanto o que todo humano carnívoro pratica. Talvez até menos, porque as galinhas ali não são torturadas como nas granjas, onde ficam acordadas com luz forte sobre a cara e lhes metem um tubo na garganta por onde são obrigadas a comer.
Mas não é isso que está no imaginário popular. O que a população pensa é que os animais são sacrificados para se fazer "trabalho", "despacho".
Claro que os vereadores, para fazerem a lei, deveriam ter se inteirado do assunto. Deveriam ter ido verificar como são tratados os animais e porque eles são sacrificados.
Mas esse senso comum sobre o sacrifício fortaleceu os grupos de defesa dos animais. Eles nõa estavam necessariamente sendo discriminatório, mas estavam pesando o que eles achavam que era feito com os bichos com o que eles acreditam que seja direito desses bichos. Eles não precisavam ser vegetarianos para isso, como muitos nos fórum diziam, porque eles não estavam defendendo que não se podia abater aniamais para alimentação. Mas eles estavam contra o que parecia ser um abate desnecessário.
Há um outro aspecto desses rituais que ainda questiono. É quando o animal é sacrificado para uma "troca de energia" ou algo assim. É como se matasse o animal para curar alguém.
Como agnóstico, essa segunda parte me parece desperdício. Questiono também se, num plano de divindidades, animais valem menos que humanos. Novamente arrogância humana. Nos achamos a imagem dos deuses e fazemos os deuses à nossa imagem. Todavia, não é diferente do que quando fazem animais sofrerem dores terríveis em pesquisas da cura de doenças para humanos. A diferença é que de um ponto os animais são mortos pela ciência e noutro pela fé.
Enfim, cheguei a conclusão que infelizmente animais são mortos em rituais afro, da mesma forma que são mortos em abatedouros e laboratórios.
Acho que o pessoal da Rede Afrobrasileira Sociocultural, que conseguiu impedir a aprovação da lei, poderia fazer um trabalho de esclarecimento à população. Bastava explicar o que me explicaram, que até o presidente do Greenpeace seria obrigado a concordar que os animais estão morrendo nos terreiros pelos mesmos motivos que morrem no dia-a-dia: para alimentação e na esperança de restaurar saúde dos humanos.
Um dia, espero, alcançaremos a compreensão de que os outros seres não existem para nos servir. Mas até lá, é pura discriminação querer parar a prática só no candomblé.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Alegria da cidade
Quando garotos na Av. Paulista são vítimas de homofobia, escândalo nacional. Quando lésbicas na África sofrem "estupro corretivo", enchemos o Facebook de mensagens. E tome fitinhas rosas pra lá e pra cá. Mas se uma cantora, reconhecidamente lésbica, dá declarações homofóbicas e até se "corrige" (sem precisar de estupro algum), a gente deixa pra lá e cai na folia, porque o que importa nessa vida é pular carnaval. Skindô, skindô. "Ouô. Gente estúpida". Antes das ações cruéis, existem as idéias cruéis.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Suuuuuuuuuuuuuuuucesso!
Vamos esquecer a sincronia áudio/vídeo. Vamos ignorar a animação das bailarinas lindamente coreografadas. Demos um desconto na afinação e ritmo. O que me pega é essa letra:
LigapraavenidachamadonaOndinadizquecampograndetanabarraaesperar.
Pelo menos, foi assim que ouvi. Tudo junto.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Atenção. Você com essa ficha na mão.
Fiz o check-in em Guarulhos, jantei, e entrei na sala de embarque achando que teria um voo tranquilo.
Ao descer para o portão 1, deparei com uma cena de horror.
O saguão estava tomado de gente, muitos sentados ou deitados no chão. Sinal de que muitos voos atrasaram.
Crianças chorando, pessoas irritadas, ar-condicionado aparentemente desligado.
Como nos piores dias do caos aéreo, à exceção de que as pessoas não estavam gritando com os funcionários.
Ainda faltam 40 minutos pro meu embarque na aeronave. Eu espero.
-Via iPhone
Ao descer para o portão 1, deparei com uma cena de horror.
O saguão estava tomado de gente, muitos sentados ou deitados no chão. Sinal de que muitos voos atrasaram.
Crianças chorando, pessoas irritadas, ar-condicionado aparentemente desligado.
Como nos piores dias do caos aéreo, à exceção de que as pessoas não estavam gritando com os funcionários.
Ainda faltam 40 minutos pro meu embarque na aeronave. Eu espero.
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Location:Guarulhos,Brasil
Entendi, não
No programa Fala, Brasil da Rede Record, a moça anuncia: "A seguir, susto em Hollywood. Nicole Kidman anuncia que está grávida".
A menos que a notícia revele que Nicole Kidman é travesti ou que concebeu num ritual satânico, não vejo como a gravidez de uma atriz possa assustar Hollywood.
-Via iPhone
A menos que a notícia revele que Nicole Kidman é travesti ou que concebeu num ritual satânico, não vejo como a gravidez de uma atriz possa assustar Hollywood.
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domingo, 16 de janeiro de 2011
Oh, Lord, would you buy me...
Não é feitiçaria
Vários sanitários públicos contam com recursos de automatização de torneiras, saboneteiras, secadores de mãos, mictórios (só os masculinos, ladies) e tem um em SP que até a porta de entrada é automatizada.
Tudo isso para evitar que as pessoas toquem nas coisas dentro do banheiro. Legal.
Só que nunca fazem um banheiro com mais do que dois desses recursos. Assim não adianta nada. Você não pega na torneira, mas pega na saboneteira. Dá no mesmo.
-Via iPhone
Tudo isso para evitar que as pessoas toquem nas coisas dentro do banheiro. Legal.
Só que nunca fazem um banheiro com mais do que dois desses recursos. Assim não adianta nada. Você não pega na torneira, mas pega na saboneteira. Dá no mesmo.
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Location:Av. Paulista,São Paulo,Brasil
Promoção.
Hoje, passeando pela Liberdade, vimos uma ação de marketing dos biscoitos Trakinas, que eu chamaria de agressiva.
Garotas distribuíam biscoitos aos transeuntes. Muita gente se debatia pra pegar vários pacotes. Mas nem era preciso sr esforçar. As meninas empurravam os biscoitos pra gente.
A princípio, eu e Vinicius tentamos desviar, mas quando vimos que seria impossível passar por ali sem ser assediado por uma daquelas meninas, resolvemos pegar uns biscoitos também. O resultado foi esse:
-Via iPhone
Garotas distribuíam biscoitos aos transeuntes. Muita gente se debatia pra pegar vários pacotes. Mas nem era preciso sr esforçar. As meninas empurravam os biscoitos pra gente.
A princípio, eu e Vinicius tentamos desviar, mas quando vimos que seria impossível passar por ali sem ser assediado por uma daquelas meninas, resolvemos pegar uns biscoitos também. O resultado foi esse:
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Location:R. Augusta,São Paulo,Brasil
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Em Ribeirão Preto
Cheguei ontem à noite em Ribeirão Preto, sob forte chuva.
Depois de toda espera no aeroporto, fui espremido na poltrona de avião mais apertada que já vi. Fiquei com a impressão de que as pernas deveriam ir no bagageiro, porque ali não caberiam.
Durante o voo, alguns passageiros descobriram um dos segredos da tarifa baixa da Webjet. Eles não sabiam que o lanche era pago. Eu tinha decidido, desde que comprei a passagem, que não iria comprar o lanche, mas depois da demora do embarque e como não havia almoçado, resolvi pagar os R$ 18,00 por um sanduíche, uma bebida e um chocolate.
Alguns passageiros reclamaram porque não conseguiram nem água de graça. Uma mulher perguntou se aquilo era pra qualquer preço de passagem. Ficou decepcionada ao saber que pagar R$ 129,00 por uma passagem aérea não a tornava exatamente uma VIP.
Ao aterrissar, descobri que minha mala foi quebrada. Fiz a ocorrência e segui para a casa de Adenilson e Cida.
Apesar do tempo sem nos ver, e das evidentes mudanças físicas, parecia que os tinha visto na semana passada. As conversas pelo msn diminuíram esse lapso de mais de 12 anos, porém essa é a primeira vez que vejo os 4 juntos.
Adenilson e Cida são amigos queridos e se mudaram de Salvador há muitos anos, quando Vinicius ainda era um garotinho e Amanda sequer tinha nascido.
Os meninos são fantásticos, devem dar lá as preocupações deles aos pais, mas da pra ver que receberam educação de pais que não foram ausentes, nem pretenderam ter superfilhos talentosos ou inteligentes.
Uma boa educação tradicional, com base em bom senso e amor, é o que deve ter ocorrido nesse lar. O que reforça minha teoria de que educar bem os filhos pode não ser fácil, mas se os pais querem mesmo fazer as coisas, conseguem.
Já conhecia Vinícius das conversas pela internet e de quando nos encontramos em São Paulo. Tem a timidez charmosa do pai, que atrai muitas mulheres. Mesmo aquelas que só o vêem por foto. É inteligente também.
Amanda parece ter a inteligência do pai. Aquele tipo de interesse por ler e saber das coisas. Talvez tenha a esperteza da mãe. Uma vivacidade para perceber as coisas ao redor e tirar conclusões disso. Como tem apenas 12 anos, talvez seja cedo pra dizer tudo isso, mas se realmente ela tiver essa combinação dos dois, seus pais irão purgar nos próximos anos quaisquer pecados que tenham pensado em cometer.
-Via iPhone
Depois de toda espera no aeroporto, fui espremido na poltrona de avião mais apertada que já vi. Fiquei com a impressão de que as pernas deveriam ir no bagageiro, porque ali não caberiam.
Durante o voo, alguns passageiros descobriram um dos segredos da tarifa baixa da Webjet. Eles não sabiam que o lanche era pago. Eu tinha decidido, desde que comprei a passagem, que não iria comprar o lanche, mas depois da demora do embarque e como não havia almoçado, resolvi pagar os R$ 18,00 por um sanduíche, uma bebida e um chocolate.
Alguns passageiros reclamaram porque não conseguiram nem água de graça. Uma mulher perguntou se aquilo era pra qualquer preço de passagem. Ficou decepcionada ao saber que pagar R$ 129,00 por uma passagem aérea não a tornava exatamente uma VIP.
Ao aterrissar, descobri que minha mala foi quebrada. Fiz a ocorrência e segui para a casa de Adenilson e Cida.
Apesar do tempo sem nos ver, e das evidentes mudanças físicas, parecia que os tinha visto na semana passada. As conversas pelo msn diminuíram esse lapso de mais de 12 anos, porém essa é a primeira vez que vejo os 4 juntos.
Adenilson e Cida são amigos queridos e se mudaram de Salvador há muitos anos, quando Vinicius ainda era um garotinho e Amanda sequer tinha nascido.
Os meninos são fantásticos, devem dar lá as preocupações deles aos pais, mas da pra ver que receberam educação de pais que não foram ausentes, nem pretenderam ter superfilhos talentosos ou inteligentes.
Uma boa educação tradicional, com base em bom senso e amor, é o que deve ter ocorrido nesse lar. O que reforça minha teoria de que educar bem os filhos pode não ser fácil, mas se os pais querem mesmo fazer as coisas, conseguem.
Já conhecia Vinícius das conversas pela internet e de quando nos encontramos em São Paulo. Tem a timidez charmosa do pai, que atrai muitas mulheres. Mesmo aquelas que só o vêem por foto. É inteligente também.
Amanda parece ter a inteligência do pai. Aquele tipo de interesse por ler e saber das coisas. Talvez tenha a esperteza da mãe. Uma vivacidade para perceber as coisas ao redor e tirar conclusões disso. Como tem apenas 12 anos, talvez seja cedo pra dizer tudo isso, mas se realmente ela tiver essa combinação dos dois, seus pais irão purgar nos próximos anos quaisquer pecados que tenham pensado em cometer.
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Location:R. Aldo Focosi,Ribeirão Preto,Brasil
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Você livre pelo ar
Aqui estou eu, sentado no chão do aeroporto. Apesar de o incompetente do funcionário da Webjet dizer que o voo estava no horário, cheguei no portão 1 e só encontrei atônitos passageiros da empresa diante de um embarque da TAM.
Nenhum funcionário da Webjet para dar explicações. Depois disso, o monitor anunciou o embarque das 15:00 da Webjet para Recife.
Como o nosso voo seria 14:25, chequei a informação no aplicativo da Infraero e vi que o voo estava para às 16:00.
Por que desgraça o funcionário da Webjet não disse isso pra mim e pros outros passageiros que perguntaram?
-Via iPhone
Embarque nesse avião.
Céu azul
Após mais de uma hora de espera, surgiram rumores de que seria feita uma fila só para Ribeirão Preto. Enquanto um funcionário orgazinava a nova fila, um outro, muito inteligente, acho que a maneira mais rápida seria gritar: "Ribeirão Preto, aqui". Resultado o fim da fila correu e minha posição ficaria bem pior. Resolvi permanecer na fila original com mais outros passageiros que protestaram.
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Dirija-se ao portão.
Apesar de meu voo ser às (eu sei que hoje, o chique entre os estudantes das melhores faculdades é escrever "ás", mas eu sou antigo) 14:23, cheguei aqui no aeroporto por volta de 12:20.
A fila da Webjet está gigantesca.
Fui até a máquina e fiz o check-in. Aí minha surpresa. Para despachar a mala, era na fila normal.
Qual a vantagem, então, de de fazer o check-in na máquina? Será que os imbecis não conseguem ver que se eles colocarem pessoas para despachar as malas de quem já fez o check-in, eles vão estimular que as pessoas façam o check-in antes, agilizando o atendimento?
Quase (eu disse"quase") sinto saudades da Gol.
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A fila da Webjet está gigantesca.
Fui até a máquina e fiz o check-in. Aí minha surpresa. Para despachar a mala, era na fila normal.
Qual a vantagem, então, de de fazer o check-in na máquina? Será que os imbecis não conseguem ver que se eles colocarem pessoas para despachar as malas de quem já fez o check-in, eles vão estimular que as pessoas façam o check-in antes, agilizando o atendimento?
Quase (eu disse"quase") sinto saudades da Gol.
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Roçando a língua de Luis de Camões
"Atenção, senhores usuários do Ferry-boat. Próxima saída ao ferry, horário das 11:20. Ao ferry Agenor Gordilho".
O locutor da TWB não apenas desconhece nossa gramática. É pior. Ele pensa que conhece. Ele não fala como os ignorantes usuários do sistema que dizem "saída do ferry". Assim é como falam os vizinhos dele, os colegas de trabalho, a família.
Ele é diferente. Ao menos, quer ser. E ser diferente significa falar como os "doutores" e ele já viu doutor falando "ao". Então "ao" é chique, é inteligente.
E nosso herói passa a usar "ao" quando acha conveniente. Isso, certamente, vai impressionar os usuários, vai humilhar os colegas e vai demonstrar ao chefe que ele merece ser promovido. E quer saber mais? Ele viu os doutores usando "literalmente". A partir de agora, toda vez que tiver oportunidade, ele usa "literalmente". E quando escrever, já sabe, tem um "a" sozinho, tasca uma crase. É culto.
Esse é o retrato de uma mediocridade que despreza tanto a si mesmo, que rejeita tanto os seus, que cai no ridículo de expor sua ignorância tentando parecer culto. O povo que rejeita o Tiririca e renova as oportunidades para Collor.
"O Brasil é feito por nós".
-Via iPhone
O locutor da TWB não apenas desconhece nossa gramática. É pior. Ele pensa que conhece. Ele não fala como os ignorantes usuários do sistema que dizem "saída do ferry". Assim é como falam os vizinhos dele, os colegas de trabalho, a família.
Ele é diferente. Ao menos, quer ser. E ser diferente significa falar como os "doutores" e ele já viu doutor falando "ao". Então "ao" é chique, é inteligente.
E nosso herói passa a usar "ao" quando acha conveniente. Isso, certamente, vai impressionar os usuários, vai humilhar os colegas e vai demonstrar ao chefe que ele merece ser promovido. E quer saber mais? Ele viu os doutores usando "literalmente". A partir de agora, toda vez que tiver oportunidade, ele usa "literalmente". E quando escrever, já sabe, tem um "a" sozinho, tasca uma crase. É culto.
Esse é o retrato de uma mediocridade que despreza tanto a si mesmo, que rejeita tanto os seus, que cai no ridículo de expor sua ignorância tentando parecer culto. O povo que rejeita o Tiririca e renova as oportunidades para Collor.
"O Brasil é feito por nós".
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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Dai-me paciência
A moça abre um guichê e me chama. Saio da minha fila e vou até ela.
Um velho que acabara de subir a escada, que fica ao lado do guichê, chega na minha frente.
- Qual o próximo comercial pra Feira?
- 17:30
- Não tem 17:20, não?
Francamente. Se tivesse o horário de 17:20, por que diabos a vendedora omitiria? Além do mais, pra quem vai de comercial, esses 10 minutos da saída pouco importam.
- Não senhor, o ônibus é 17:30.
- E é a mesma coisa nos outros guichês?
NÃO, velho burro. Cada guichê vende um determinado horário de ônibus, exclusivamente. A Santana tem um funcionário para vender tarifa de cada ônibus que parte. Acho até que mudam por dia da semana.
-Via iPhone
Um velho que acabara de subir a escada, que fica ao lado do guichê, chega na minha frente.
- Qual o próximo comercial pra Feira?
- 17:30
- Não tem 17:20, não?
Francamente. Se tivesse o horário de 17:20, por que diabos a vendedora omitiria? Além do mais, pra quem vai de comercial, esses 10 minutos da saída pouco importam.
- Não senhor, o ônibus é 17:30.
- E é a mesma coisa nos outros guichês?
NÃO, velho burro. Cada guichê vende um determinado horário de ônibus, exclusivamente. A Santana tem um funcionário para vender tarifa de cada ônibus que parte. Acho até que mudam por dia da semana.
-Via iPhone
Location:Brasil
Prova de conhecimento
E é nesse país que se critica a candidatura de Tiririca! Continuo achando que não há melhor representante da população.
E vamos nós, aterrar.
Antes de escrever qualquer coisa sobre o reveillon em Fortaleza, tenho que escrever sobre o incidente da volta. Os amigos do Facebook já sabem, mas aqui vai um relato mais completo.
Nos últimos dias em Fortaleza fiquei com uma espécie de alergia. Por conta própria (atenção, crianças: não façam isso em casa!) tomeu um comprimido de Allegra que Beto estava usando. Continuei com o problema e com dor de cabeça. Pensei que talvez não fosse alergia, mas um princípio de gripe. Como tenho sinusite, sei que tenho que me livrar da secreção o mais rápido possível. Nesses casos, eu costumava usar um spray nasal que a otorrina me passou, mas procurei ler a bula (na internet tem bula de todos os remédios) e vi que não seria aconselhável utilizar, pois faço uso de outro medicamento (para pressão).
Na verdade a bula diz que os descongestionantes em spray "podem interagir com outros medicamentos". Na hora pensei que essa não seria a melhor forma de dizer que não se deve usar o spray se você toma outro remédio. "Pode interagir" dá a ideia de que não há problema nenhum. Eles podem interagir, ficam amigos numa boa, sem problemas. Se o leigo lê que um remédio "pode" interagir com outro, ele toma os dois, porque "pode". A bula deveria dizer "não pode interagir com outros, senão dá merda". De qualquer forma, interpretei o aviso da forma correta e não comprei o descongestionante nasal. Em vez disso, comprei um paracetamol.
Na véspera da viagem dormi muito mal. Em parte por causa do nariz, em parte por causa da chuva que desabou em Fortaleza, com muita trovoada. Acordei às 4h e me arrumei para irmos ao aeroporto. Fizemos o chek-in. Tomei um chocolate com pão e tomei meu remédio pra pressão.
O voo estava atrasado, mas isso era previsível por causa do tempo. Chegamos mesmo a pensar que seria pior.
Ao entrar no avião, sentia a cabeça pesada, mas achei que era o sono, dormir no meio da decolagem e acordei com o serviço de bordo. Pedi uma água.
Depois disso, dormi mais um pouco. Acordei com um mal estar. Me sentia estranho. Ouvi o piloto anunciar que "dentro de instantes" chegaríamos ao aeroporto de Salvador. Sei que entre esse aviso e a aterrissagem ainda dmeora um tempo e o mal estar persisitia. Beto perguntou o que eu tinha e eu disse que estava enjoado. Ele me deu o saco de vômito. Eu disse que iria ao banheiro.
Levantei, andei pelo corredor. Estava na altura da primeira poltrona quando...
Ouvi a voz de Beto me chamando. Achei estranho. Sentia uma ardência na boca e abri o olho. Uma sensação de sono. Estava deitado. Estava em casa? Não. Tinha mais gente lá olhando pra mim. Eu estava deitado no corredor do avião.
Beto disse: "Você desmaiou". Anotem aí. É muito importante dizer pra uma pessoa que desmaiou que ela desmaiou. A gente não tem a menor noção do ocorrido e fica confuso. Ouvi a comissária perguntar se havia algum médico a bordo. Não só havia, como era um cardiologista. Tirou minha pressão. Disse que estava muito baixa. Disse também que eu não poderia ser levantado. A dor que eu sentia foi da boca partida. Disseram que sangrava mas não percebi nada. Devo ter batido quando caia.
As comissárias ficaram com um pepino. De um lado o médico disse que eu não poderia ficar sentado, de outro a aterrissagem deitado no chão não só era desaconselhável, como, segundo disseram, aquele local era o mais perigoso.
A palavra final estava com a comissária chefe. Ela decidiu que eu deveria ficar atravessado na porta de saída e não no corredor. Tentei levantar para mudar de posição e o mundo rodou. Fiquei atravessado. As comissárias tiraram as cortinas do avião para fazer uma proteção pra minha cabeça. Me colocaram numa posição lá. Mandaram todos se sentar, menos uma comissária que ficaria conversando comigo até o momento em que ela mesma tivesse que sair. Uma das comissárias sentou e prendeu minhas pernas entre as suas. Mesmo quando saiu de perto de mim, a outra comissária conversava comigo: "Esse barulho é o trem de pouso baixando. Não se assuste. Já estamos chegando. Agora você vai ouvir um tranco".
Pousamos e fui retirado numa cadeira de rodas. Fiquei no posto de saúde da Infraero até que tudo se normalizasse.
Não sei o nome do cardiologista que me atendeu no ar, nem os nomes das comissárias do voo 3859 da TAM, mas sou grato a eles.
Já marquei consulta com meu cardiologista e vou perguntar a ele como a pressão do hipertenso aqui pode ter caído tanto. Eu sei que diabéticos às vezes sofrem de hipoglicemia, mas nunca ninguém me disse que minha pressão poderia cair tanto. Procurei referências com o paracetamol, mas lá só fala em hipotensão em casos de superdosagem, o que não ocorreu.
De qualquer forma, por enquanto, estou sem poder beijar, graças ao inchaço da boca, por isso, tenham paciências.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Nota de Falecimento
Dona Zuzu, do bar Aconchego da Zuzu, morre aos 103 anos
Luiz Lasserre, do A TARDE
Eduardo Martins | Ag. A Tarde | Arquivo
Dona Zuzu tinha 103 anos
O bairro do Garcia (e todos que frequentavam ou conheciam o tradicional espaço Aconchego da Zuzu) está de luto com a notícia do falecimento da matriarca que dava nome ao restaurante. Juvência dos Santos Marinho – ou simplesmente Dona Zuzu — faleceu em casa e foi sepultada às 16h deste domingo, 2, no cemitério do Campo Santo.
Com uma trajetória de 103 anos, ela nasceu no Politeama de Baixo, tendo vivido também no bairro do Tororó.
Símbolo de alegria e entusiasmo, com atuação marcante na época de ouro do Carnaval das escolas de samba — que tinham no Garcia um celeiro de artistas —, ela se estabeleceu no bairro, vivendo com os seis filhos, 16 netos e 9 bisnetos.
Dona Zuzu morava numa pequena "ilha", em que estão distribuídas várias casas, cujo pátio central abriga o restaurante que lhe presta homenagem, o Aconchego da Zuzu.
Parece que a disputa final de Highlander será entre D. Canô e Hebe Camargo.
domingo, 2 de janeiro de 2011
AguENTA
Essa postagem começou a ser escrita em 29/09/2010. Resolvi não terminar, nem publicar no dia, porque revelava coisas que à época eu ainda precisava dizer diretamente a algumas pessoas antes de publicar no blog. Agora resolvi terminar e publicar.
Acabo de acordar com 40 anos. Fui até o espelho e a sensação é pura decepção. Não pelo fato de ter 40 anos, mas pela total falta de mudança entre o ontem e o hoje.
As desvantagens de ser um quarentão, como ficar gordo, hipertenso, ser chamado de tio, eu já senti há uns anos. As vantagens (ficar charmoso, mais sábio, ser respeitado como alguém mais velho) não chegaram até hoje. E olha que eu procurei tudo isso no espelho e só achei os mesmos fios brancos e sinais senis de ontem.
Na área da saúde fui ver quais os exames necessários para um homem de 40 anos. Descobri que estou atrasado nuns dois da faixa dos 30, mas já fiz uns dos 40 e até um que é para a faixa dos 50 anos.
A tal "idade do lobo", numa clara alusão a quem corre atrás da Chapeuzinho, come a Vovó e é derrotado pelos jovens caçadores, não me parece nada interessante, mas tampouco ameaçadora.
Tive durante esse ano, é bem verdade, alguns questionamentos sobre a chegada da idade. O stress normal, que sempre tive, veio acompanhado de questionamentos sobre competências, merecimentos, sucessos e fracassos e sempre relacionado ao fato de não ser mais jovem.
Mas nada angustiante. Tenho claro a consciência de que se não tivesse vivido tanto, não teria passado por tudo, conhecido tantos amigos, chegado em tantos lugares. Por outro lado, é inevitável a sensação de perda, o arrependimento do que não se fez e o desejo de mais.
Não dá pra esconder, pelo menos de mim mesmo, o medo por ter perdido nestes últimos anos, alguns colegas e amigos da minha faixa etária. Ainda que nem todos por problemas de saúde, pois alguns foram vítimas da violência, a constatação é a mesma: a vida de algumas pessoas acabam por volta dos 40 anos. E o que é que se faz com os planos? Com aquilo que deixamos para depois?
Esse aspecto, bem mais que o físico, me preocupa agora. Repenso minha vida e vejo que deixo de fazer muita coisa agora em prol de construir algo pra depois. Na verdade, inconscientemente, reproduzo um padrão de comprtamento que deve estar nos nossos genes. Projetamos um futuro, já que procuramos nos perpetuar através dos nossos descendentes. Mas eu não tenho descendentes. Nem mesmo meus sobrinhos, que possuem 25% dos meus genes cada um, despertam em mim esse sentimento. E olha que, segundo estudos científicos, dois sobrinhos seriam o equivalente a um filho na nossa luta pela preservação dos genes!
Também não penso em adotar filhos. Não por falta de afeto pelas crianças, como alguns possam pensar, mas por pura incompetência de dar orientação a seres em formação. Acredito ter recebido uma boa educação de minha mãe, mas não tenho e competência dela para passar isso adiante, principalmente, porque muito do que me foi ensinado não foi verbalizado, mas demonstrado em sua luta diária. Aprendi muito observando-a, e algumas vez relembro como ela agiu em determinada situação. Mais ou menos como o astro da série Joe, o Fugitivo.
Assim, parei pra pensar, pra quem estou preparando um futuro? Por que estou deixando para fazer as coisas quando minha vida estiver mais calma, mais tranquila, mas estável, mas arrumada?
Percebi que o momento é de viver minha vida agora. Fazendo o que gosto e quero. Não faz sentido ficar como uma formiga que estoca muito mais folhas do que pode consumir em todos os invernos de sua vida. Até porque, tudo pode se acabr nesse verão.
Acabo de acordar com 40 anos. Fui até o espelho e a sensação é pura decepção. Não pelo fato de ter 40 anos, mas pela total falta de mudança entre o ontem e o hoje.
As desvantagens de ser um quarentão, como ficar gordo, hipertenso, ser chamado de tio, eu já senti há uns anos. As vantagens (ficar charmoso, mais sábio, ser respeitado como alguém mais velho) não chegaram até hoje. E olha que eu procurei tudo isso no espelho e só achei os mesmos fios brancos e sinais senis de ontem.
Na área da saúde fui ver quais os exames necessários para um homem de 40 anos. Descobri que estou atrasado nuns dois da faixa dos 30, mas já fiz uns dos 40 e até um que é para a faixa dos 50 anos.
A tal "idade do lobo", numa clara alusão a quem corre atrás da Chapeuzinho, come a Vovó e é derrotado pelos jovens caçadores, não me parece nada interessante, mas tampouco ameaçadora.
Tive durante esse ano, é bem verdade, alguns questionamentos sobre a chegada da idade. O stress normal, que sempre tive, veio acompanhado de questionamentos sobre competências, merecimentos, sucessos e fracassos e sempre relacionado ao fato de não ser mais jovem.
Mas nada angustiante. Tenho claro a consciência de que se não tivesse vivido tanto, não teria passado por tudo, conhecido tantos amigos, chegado em tantos lugares. Por outro lado, é inevitável a sensação de perda, o arrependimento do que não se fez e o desejo de mais.
Não dá pra esconder, pelo menos de mim mesmo, o medo por ter perdido nestes últimos anos, alguns colegas e amigos da minha faixa etária. Ainda que nem todos por problemas de saúde, pois alguns foram vítimas da violência, a constatação é a mesma: a vida de algumas pessoas acabam por volta dos 40 anos. E o que é que se faz com os planos? Com aquilo que deixamos para depois?
Esse aspecto, bem mais que o físico, me preocupa agora. Repenso minha vida e vejo que deixo de fazer muita coisa agora em prol de construir algo pra depois. Na verdade, inconscientemente, reproduzo um padrão de comprtamento que deve estar nos nossos genes. Projetamos um futuro, já que procuramos nos perpetuar através dos nossos descendentes. Mas eu não tenho descendentes. Nem mesmo meus sobrinhos, que possuem 25% dos meus genes cada um, despertam em mim esse sentimento. E olha que, segundo estudos científicos, dois sobrinhos seriam o equivalente a um filho na nossa luta pela preservação dos genes!
Também não penso em adotar filhos. Não por falta de afeto pelas crianças, como alguns possam pensar, mas por pura incompetência de dar orientação a seres em formação. Acredito ter recebido uma boa educação de minha mãe, mas não tenho e competência dela para passar isso adiante, principalmente, porque muito do que me foi ensinado não foi verbalizado, mas demonstrado em sua luta diária. Aprendi muito observando-a, e algumas vez relembro como ela agiu em determinada situação. Mais ou menos como o astro da série Joe, o Fugitivo.
Assim, parei pra pensar, pra quem estou preparando um futuro? Por que estou deixando para fazer as coisas quando minha vida estiver mais calma, mais tranquila, mas estável, mas arrumada?
Percebi que o momento é de viver minha vida agora. Fazendo o que gosto e quero. Não faz sentido ficar como uma formiga que estoca muito mais folhas do que pode consumir em todos os invernos de sua vida. Até porque, tudo pode se acabr nesse verão.
Eu Desejo... o melhor pra você em 2011 (Bruno Motta, comediante Stand Up)
Muita gente acha que comediante é quem conta uma piada, quem ri da desgraça alheia, quem colcoa o pé pro outro cair. Pensam que comediante é o engraçadinho do almoço que ou ouvir qual vai ser a sobremesa pergunta: "Mas é pavê ou 'pa comer'?"
Um comediante não é nada disso. Um comediante é um artista, sensível e inteligente. Sabe observar os fatos. Sabe nos fazer rir da coisa certa e na hora certa.
Recebi um email com essa mensagem de um dos maiores comediantes brasileiros de stand up, em minha opinião, se não o maior. Em talento, pelo menos.
Quem esperou até o finalzinho pela piada, entendeu bem o que é um comediante.
Um comediante não é nada disso. Um comediante é um artista, sensível e inteligente. Sabe observar os fatos. Sabe nos fazer rir da coisa certa e na hora certa.
Recebi um email com essa mensagem de um dos maiores comediantes brasileiros de stand up, em minha opinião, se não o maior. Em talento, pelo menos.
Quem esperou até o finalzinho pela piada, entendeu bem o que é um comediante.
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