segunda-feira, 28 de abril de 2008

Explicando...

Pouca gente entendeu a piada do post anterior, então não custa nada relembrar: palavras ou frases em negrito e com cor diferente do restante do texto significa um link, que dee ser acessado para melhor compreensão.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Estragando a festa e a notícia.

Pois foi só eu postar sobre o padreco com síndrome de Sally Fields que ele aparece pra estragar a minha postagem.

Como? você ainda não leu sobre o aparecimento dele? Claro, a notícia mais importante foi o valor que Tom Cruise gastou na festinha da filha. SObre o aparecimento do padre dos balões, ignoraram. Mas confiram lá.

Segura na mão de Deus e vai!

No meio religioso isso não é novidade.

Enoque, pai de Matusalém, um belo dia simplesmente sumiu. A Bíblia diz que "Deus o tomou para si". Pode ser um eufemismo para morrer, mas naqueles tempos acontecia cada coisa, que eu não duvido que Deus o pegou e levou pro céu. Sem mais.

O profeta Elias voou de primeira classe, direto pro céu. Numa carruagem de fogo, com cavalos de fogo, ele subiu num redemoinho. Espetáculo apoteótico para um único espectador, Eliseu, seu sucessor. Mas eram outros tempos, as verbas celestiais não eram economizadas, o dízimo era em ouro, minha gente!

Moisés também foi, mas só o corpo. Diz o Livro Sagrado que Deus pegou o corpo dele e nunca mais acharam. Falam até que teve uma briga da zorra, o Diabo de um lado, Gabriel (ou Miguel? Socorro, Padre Alfredo), brigando pela carcaça do velho.

Jesus Cristo também voou. Mas esse nem conta, porque fazia misérias. Voar era fichinha.

Depois desse período, um santo aqui, outro lá, subia uns metros e descia, mas as rotas celestiais foram se fechando. Ficava cada vez mais difícil subir pro Paraíso com corpo e tudo. Talvez Deus achasse que ficava essa discriminação entre quem tem corpo e quem só tem alma, sabe?

E eis que chega o padre brasileiro e tenta a façanha. Ao que tudo indica conseguiu. Amarrado a seus balões de aniversário ele alcançou o resultado mais que previsível para essa façanha: chegar ao Céu.

Por isso eu acho que deveriam parar as buscas, o gasto com helicópteros, bombeiros e policiais. Foi tudo uma questão de fé e deve ser respeitada. Deixem o padre em paz.

Agora, se o que o cara queria era fama, e ao que tudo indica era, foi bem feito. O caso parece ter sido de castigo divino. Primeiro, porque se estrepou, não vai poder desfrutar de qualquer fama. Segundo, porque, com a novela da Menina Isabela, os jornais não deram tanto destaque ao caso e nem o nome desse padre eu sei.

Ou seja, no quesito: Religioso Famoso Nas Alturas Sem Ecstasy, o pprimeiro lugar continua com a Irmã Bertrille:

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O povo unido...

No inicio do ano um garoto foi morto por um bandido que tinha sido acusado de matar outras 11 crianças e foi liberado pela polícia. A benevolência da lei causou a morte de Daniel Bernardi Lourenço.

Em março, fomos apresentados a cenas de horror de uma empresária que torturava uma criança.

Início de abril, um garoto de 9 anos é queimado com ferro de marcar gado.

Situações chocantes, revoltantes e, no entanto, não motivaram as mobilizações e as vigílias que se vêem no caso da garota Isabela.

O que há de tão chocante nesse caso, que falta aos outros? Os casos do menino queimado e da menina torturada relatam cenas de pura crueldade. Não foi um rompante de fúria irracional, como parece ter sido o caso Isabela. Foi apenas maldade, sem propósito, pelo puro prazer de causar dor. E, apesar disso, a população não se revoltou.

Aliás, por que a população está revoltada? O crime é chocante, sem dúvida, mas a polícia investigou, apontou suspeitos, coletou provas, pediu a prisão dos acusados. Ou seja, não foi como o caso do garoto Daniel, onde a negligência da polícia causou a morte do garoto.

No caso de Isabela, só restaria ao povo acompanhar os andamentos do processo e torcer pela condenação dos assassinos. Apesar disso, o povo insiste em ir pras ruas, gritar, ameaçar de morte, ofender os familiares dos acusados, como se eles não tivessem sofrendo o suficiente, ou como se ter um parente assassino também os incriminasse.

O Padre Marcelo fez uma "missa pela paz", ou sei lá como se chamou, como se o assassinato da menina fosse fruto da violência pública que vitima crianças nesse país todos os dias. Não foi. Foi uma tragédia, sim, mas privada, a qual o Estado não pode se furtar em coibir. O movimento todo da população, em defesa dessa única menina, vítima da violência familiar, não se explica.

E não venham me dizer que é uma tragédia maior por um pai matar um filho. Quantas crianças tem sido mortas por seus pais e mães no noticiário? No Espírito Santo um pai foi acusado de atirar a filha do 4º andar e... nada de protestos, nem saiu por mais de uma semana no Jornal Nacional e nem pensar em capa da Veja.

Ahhhh, talvez esteja aí um fato importante. As pessoas que vão protestar nas ruas pela morte de Isabela sabem que serão filmadas, fotografadas, talvez até entrevistadas. Não digo que essa seja a intenção primordial delas, mas o caso Isabela "está na moda", os outros não. O fato de amenina ser branca e de classe média, ao contrário dos demais relatados e dos milhares que aconteceram nesse país, em nada prejudica a solidariedade do povo, da imprensa, dos padres...

É um caso chocante, sim. Mas nada justifica tanto destaque, tanta cobertura, como se fosse a pior coisa que aconteceu nesse país nos últimos 15 anos.

sábado, 19 de abril de 2008

We are living...

Ainda em busca de outro celular, entrei no site da Submarino. Encontrei o mesmo produto anunciado duas vezes, com preços diferentes. Um deles acompanhava uma bolsa para o celular "grátis". Contato on line da Submarino:

Steffany Leite:
Olá Djaman. Em que posso ajudar?
Djaman:
Estou em dúvida sobre uma coisa, vcs tem 2 anúncios do N95 Nokia
Djaman:
Djaman:
Djaman:
não é o mesmo produto? como pode ter dois preços?
Steffany Leite:
Djaman, peço gentilmente que entre em contato com a nossa central de televendas (11) 4003-2000.
Djaman:
não tem como responder on line?
Steffany Leite:
Djaman, informo que trata- se (sic) de uma divergência em sistema.
Liguei para o telefone. Expliquei pra atendente que examinou os dois produtos e me disse:

- A diferença é que um vem com a bolsinha e o outro, não.
- Mas o anúncio diz que a bolsinha é grátis.
- É. A bolsinha é grátis.
- Mas se é grátis, então o preço deveria ser o mesmo, não é?
- Só um momento.
Depois de alguns segundos, ela retorna:
- Sr. Djaman, a informação que eu tenho é que está correto. Apesar do site dizer que a bolsinha é grátis, está sendo cobrada.
- Ahhhhh, é grátis, mas cobra R$ 100,00, é isso?
- É.
- Obrigado.
- O senhor não vai querer levar?
- Não. Eu não quero pagar por algo que é grátis.
- Então leva o outro, sem a bolsinha.
- Não obrigado.

Quem ama chateia?

Perdi meu celular. Não dá pra explicar em poucas linhas como eu posso ter perdido um troço daqueles que não é pequeno.

Pior foi descobrir que ele custa mais de R$ 2.000,00 o que significa que não poderei comprar outro igual tão cedo.

Bloqueei a conta e fui na loja da OI comprar outro chip e resgatar o número. Antes de chegar na loja, passei pelo estande da OI que fica no 2º piso do Iguatemi. Meu olho logo bateu num HTC de R$ 1.660,00 que eu tinha vista na internet. Fiz algumas perguntas pra moça e perguntei se poderia ve o aparelho:

- Infelizmente, não.
- Você espera que eu pague R$ 1.660,00 em algo que eu sequer posso tocar? Isso não é fruta na feira, moça, que se a gente comprar uma ruim tem um prejuízo de R$ 0,50. Estamos falando d emais de mil reais!
- Desculpe, s eo senhor quiser pode verificar no site da HTC...
- Eu já acessei o site da HTC e já vi as especificações técnicas. Eu sei comprar pela internet e se vim a uma loja é para verificar coisas que não dá pra saber pelo site: sentir o peso, a dimensão, ver as telas de agenda, o player, etc.
Fui saindo e ela soltou essa:
- Desculpa, mesmo, é para a prórpia segurança do cliente.
- Como assim? O celular morde? Solta raios? Por que minha segurança estaria em risco se eu tocasse no celular? É radioativo?!

Saí do estande e fui à loja da OI. Comprei o chip e a mulher me disse para ligar pro *144 e desbloquear. Ao chegar em casa liguei, a moça disse que ia "estar desbloqueando", mas a ligação caiu. Como estava exausto, deixei pra fazer isso no dia seguinte. De manhã, ligo de novo, a moça confere meus dados e diz:

- O senhor solicitou uma mudança de plano, não foi?
- Como?
- O senhor tem um plano OI Conta Total e solicitou uma mudança...
- Eu não solicitei nada, eu só fui à loja e comprei um chip.
- Pois eu não posso desbloquear porque a solicitação está aqui pendente. Como o snehor comprou o chip, a loja fez uma solicitaçao pendente...
- Havia outra possibilidade de eu adquirir o chip se não fosse comprando? Eu poderia roubar ou achar o chip?
- Eu não estou dizendo isso, senhor. Estou dizendo que não posso desbloquear.
- Minha filha, eu perdi meu celular, eu bloqueei a conta, eu fui na loja, comprei um chip, a moça fez tudo e me disse pra ligar *144 pra desbloqueio. Eu fiz tudo que tinha que fazer?
- Sim, senhor, está correto.
- Então o problema não é mais meu, se eu não tenho nada pra fazer, agora é com a OI. Por favor desbloqueie minha conta.
- Só um minuto senhor.
"Quando uma atendente de telemarketing diz..." (Essa é só pra quem viu O INDIGNADO)
- Senhor Djaman, o senhor ligou ontem à noite pra fazer um desbloqueio e a ligação caiu?
- Sim.
- Então é essa solicitação que está pendente. O senhor disse que não fez solicitação nenhuma.
- E a senhora disse que a solicitação era de mudança de plano.
- Sim, mas o senhor disse que não fez solicitação alguma, mas fez.
- Porque a senhora falou em solicitação de mudança de plano.
- O senhor me informou que não fez mudança nenhuma.
- MINHA FILHA, VOCÊ PODE FAZER O DESBLOQUEIO OU NÃO?
- Já está sendo realizado, senhor.
- UM BOM DIA!

TUDO A VER

Em Taubaté, concurso para escriturário tem questões sobre BBB e casal "global"
Quem não acompanhou a última edição do "Big Brother Brasil" nem o fim do relacionamento de um casal de atores da TV Globo pode ter ficado de fora da seleção para escriturário da Prefeitura de Taubaté (130 km de SP).

Esses assuntos, entre outros, foram tema da prova do concurso público promovido pelo município no último domingo para a contratação de 40 escriturários (servidor encarregado da escrituração de registros ou expediente em repartição pública).

Ao todo, 1.600 pessoas concorreram às vagas. O resultado sai na próxima semana. Os classificados serão contratados para desempenhar trabalhos burocráticos, por R$ 450 mensais.

"Alexandre, Bianca e Fernando participaram de que edição do programa Big Brother Brasil?" e "Que famoso casal "global" anunciou, recentemente, o fim do casamento?" foram duas das questões. O teste teve 80 perguntas optativas, divididas em português, matemática, informática e atualidades.

Uma das perguntas foi anulada por erro da organização. Questionava o nome do presidente da Câmara Municipal de Taubaté, mas a opção correta --vereador Luiz Gonzaga Soares (PR)-- não constava entre as alternativas.

A seção de atualidades incluiu também questões sobre política ("Quem é o atual prefeito de São Paulo?"), saúde ("Qual é a doença transmitida através do mosquito -Aedes aegypti-?") e esportes ("Quais são os três pilotos brasileiros que disputam a temporada 2008 da Fórmula 1?").

O diretor do departamento de administração da prefeitura, Julio Cesar Oliveira, disse não ver problemas na inclusão das questões na prova. "Diga por que não pode pôr? Isso é uma coisa da administração. Ela resolveu colocar essa questão e pronto."

Não é nada, não é nada... é apenas a globalização.

domingo, 13 de abril de 2008

Fatos da vida

Eu tinha... o quê?...13, 14 anos... Morava no Recanto do Cabula. Um dos conjuntos habitacionais que eram o sonho da casa própria da classe média baixa, ou "remediados", ou como se reconheciam os pobres daquela época.

Eu andava com a turma do pessoal que morava na parte de cima. Eu era o único da parte de baixa. Não havia essa denominação de parte de cima, ou parte de baixo, até porque o desnível era pouco, mas lembro que tinha uma praça que logicamente era para uns prédios e depois de uma pequena descida, outra praça que era pra outro grupo de prédios... mais adiante, acho, tinha uma outra praça, ou outro local onde os meninos dos prédios mais afastados se encontravam. Acho que não tinham muitos meninos da minha idade na parte de baixo, o fato é que a segunda pracinha não era freqüentada e eu era o único da turma que morava num prédio que, obviamente, não tinha sido estruturado para usufruir daquela primeira praça. Mas mesmo assim, minha afinidade foi aquela turma e não com outras.

No meu prédio tinha um garoto mais ou menos da minha idade. Um pouco mais velho. Como já expliquei, ele não era da minha turma, e eu nem lembro seu nome. Lembro que ele tinha mais um irmão e uma irmã, e era filho de uma fisioterapeuta.

Pois justamente esse garoto se inscreveu num curso preparatório para fazer o curso da Escola Técnica. Minha mãe andava preocupada com minha educação, porque eu estudava em eEscola pública e, já naquele tempo, o ensino era deficiente. Ela resolveu me matricular no curso para eu tentar a Escola Técnica no final do ano.

A contragosto, fui. Não que eu me interessasse por qualquer área que a Escola Técnica oferecia, mas eu sabia que com nossa condição financeira não poderia me dar ao luxo de fazer "o que gostava", e no final das contas, eu nem gostava de nada em especial ainda. Melhor ter um curso técnico, que me possibilitasse ganhar algum dinheiro, pra depois fazer uma Faculdade. Além do mais, eu realmente gostava de estudar e a idéia de fazer um curso não era desagradável.

Desagradável era ir até o Largo do Tanque duas vezes por semana. O curso era na laje da casa do professor, que morava com a mãe, ou uma tia, sei lá, uma senhora qualquer que agora eu nem lembro de já ter visto.

Conheci o professor na entrevista para entrar no curso. Sim, eu não era o único que não podia me dar ao luxo de ficar mais 3 anos num científico e mais 4 ou 5 numa faculdade sustentado pela família e até um cacete armado improvisado em casa tinha entrevista.

As primeiras perguntas foram tranqüilas, mas as últimas foram desconcertantes. Eram perguntas pessoais, e o sujeito, dizendo que queria ser um amigo, e falava coisas que um adolescente dos anos 80 não falava na frente de adultos... mas mentia compulsivamente na roda de amigos. Como o meu vizinho não era meu amigo, não comentei com ele sobre esse fato que achei curioso.

As aulas começaram e tudo ia normal. Meu vizinho parou de ir ao curso, ou mudou de horário, nem lembro. Até que um dia o professor disse que queria falar comigo depois das aulas. A gente tinha feito alguns testes e eu via ele conversando com alguns alunos depois da aula. Eu tinha ido bem no teste, na verdade ele elogiou a nota, então não entendia porque queria falar comigo.

Ele começou com um papo sobre confiança, sobre garotos ficarem adultos e outras coisas bobagens que me fizeram ficar em alerta. Era um tempo mais ingênuo que o atual, mas não era um tempo de estúpidos. Lembro de percorrer os olhos pela casa e ver que a única saída era a porta de entrada, que estava fechada com um portão a cadeado. Janela nem pensar, porque a casa era no segundo andar, sobre a garagem e, provavelmente, tinha grade também. Fiquei em pé e ele me parou com a mão. Tentou abrir meu zíper. Segurei a mão dele, mesmo sabendo que fisicamente não era páreo pra um adulto. Na verdade, eu era franzino e não era páreo para a maioria dos meninos de minha idade.

Percebi que estava perdido. A tal mãe ou tia, se existisse, não estava em casa. Ele continuou falando em tom calmo. Eu sentei de novo, vendo que a resistência física só iria irritá-lo. Ele disse que teve aquela conversa com outros garotos e que a reação deles tinha sido diferente. Falou do meu vizinho. Frisava como eles eram muito mais adultos que eu e que minha reação era de uma criança.

Com a voz mais calma pedi pra ir ao banheiro e ele permitiu. Entrei e tranquei a porta. Foi aí que ele percebeu o erro. A janela do banheiro era pequena e dificilmente eu passaria por ali, mas ela dava pra escada que era vista pela rua. Um menino gritando com a cabeça naquela janela certamente chamaria a atenção. Não sei se eu teria coragem de fazer aquilo, se suportaria o vexame, mas parecia uma alternativa.

Com a voz tentando parecer firme eu disse que queria ir embora. Ele falou mais algumas coisas. Falei tentado parecer mais firme ainda, sem gritar, com a voz trêmula e ele respondeu que tudo bem. Lembro que só abri a porta porque pela resposta eu percebi que ele estava longe da porta do banheiro. Ele ainda dizia que eu tinha entendido tudo errado. Ele abriu o portão e eu me apressei pra fora daquela casa, descendo a escada aos pulos.

Na rua, finalmente, desatei num choro. Como eu já disse, não era totalmente ingênuo com relação a essas coisas. Um ano antes, estava no conjunto e um homem apareceu perguntando se eu sabia onde era a casa de sei-lá-quem. Fiel aos conselhos de mamãe para não falar com estranhos, menti dizendo que não morava ali e me preparei para mudar o caminho, já que o sujeito estava parando bem na minha frente. Ele estendeu a mão e pegou no meu "pinto" (aos 12/13 anos a gente chama de outros nomes, mas olhando agora, esse termo é o mais adequado). Corri entrando no prédio de um amigo e tocando a campainha. Foi um susto e tanto, mas era algo pra se contar para os amigos. O tal sujeito era um "tarado", um inimigo, uma figura que devemos evitar como os ladrões, os vendedores de drogas, os seguranças de shopping e os diretores do colégio. Era de se esperar que "tarados" atacassem crianças e era nosso papel tomar cuidado com estranho e correr deles. Apesar de nunca ter me deparado com um desses antes, apesar de ter tomado um susto danado, era um dos fatos da vida que tarados existiam. Era como choque elétrico.

O pedófilo que tentou me atacar era diferente. Ele era um professor. Nunca me alertaram que eu deveria tomar cuidado com professores. Nunca me disseram que eles poderiam ser inimigos. Acho que minha mãe nunca pensou nisso. Ao que eu soubesse professores não mentiam nem nos faziam mal.

Não disse nada a ninguém. Nem aos meus amigos, nem a minha mãe, nem ao meu vizinho. Na verdade, era a única pessoa com quem eu tinha vontade de falar. Queria saber se era verdade o que o professor tinha dito, que tinha "conversado" com ele. Mas não tive coragem de falar com ninguém. Temia que não acreditassem em mim.

Parei de ir ao curso. Minha mãe não entendia. Fui ficando mais rebelde e já faltava às aulas da escola também. Quando minha mãe perguntava por que eu não queria fazer o curso, minhas respostas eram atravessadas e grosseiras. Um belo dia, depois de minha mãe sair para trabalhar (ela ensinava 3 turnos numa escola pública), chega em minha casa o tal professor. Disse que queria falar comigo, entender porque eu não ia mais ao curso. Eu estava em casa com meu irmão, 4 anos mais novo. Em defesa de minha mãe, ela sempre teve necessidade de me deixar só em casa, mas sempre contou com amizade de um ou outro vizinho mais próximo e sabia que numa emergência podíamos contar com eles. Também sempre nos alertou sobre os perigos. Pelo menos os que ela conhecia. Nunca tivemos problemas. Eu sabia que nada aconteceria ali, porque eu tinha os vizinhos em caso de necessidade, mas mesmo assim fiquei apavorado. Ele disse que minha mãe ligou pra ele, para conversarmos sobre o curso. Se ele tinha a confiança de minha mãe pra entrar em minha casa, eu nunca poderia falar nada contra ele. A princípio ele falou que eu tinha entendido tudo errado e que deveria voltar ao curso. Diante de minhas negativas, ele começou a dizer que ninguém nunca acreditaria em mim. Que ele diria que eu é que fora na casa dele e os outros meninos iriam dizer que isso nunca aconteceu com mais ninguém.

Durante anos, eu sequer lembrei desse fato. Por volta de 1995, do nada, esse episódio voltou à minha mente e eu estranhei ter esquecido isso por tantos anos.

Corte temporal. 2008. Exposição Star Wars. Numa sala de exposição de armas, um rapaz vestido de Jedi fala sobre os diferentes sabres de luz para algumas crianças. Os meninos fazem perguntas e ele responde à maioria. Para algumas, confessa, que "ninguém sabe". Então ele convida as crianças para irem ver a nave tal, em formato tringular, na sala escura. Uma sensação ruim tomou conta de mim. A sala escura era anterior àquela em que estávamos. Obviamente as crianças já tinham passado por lá e feito todas as perguntas aos outros contratados da exposição. Um dos meninos informou à mãe que iria na outra sala com o moço e ela, distraída olhando os figurinos da mãe de Luke Skywalker, ou sei lá quem era, concordou com a cabeça. Fiquei aflito. Cheguei a pensar em ir atrás e checar aonde eles tinham ido, na hora que o pai da criança chega e pergunta pelo filho. A esposa diz que ele saiu com um rapaz da exposição pra outra sala e o pai pergunta: "e você deixou ele ir só?" A mãe responde: "que é que tem?"

Tive vontade de dizer praquela mulher o que é que tinha. Por Deus, não estamos mais nos anos 80. Pedofilia é mostrada na TV toda semana. Todo dia, se for TV a cabo. Hoje não se pode mais ignorar os riscos de deixar um filho sozinho com um estranho... ou com um conhecido... até com um parente é arriscado, pelamordedeus, e aquela mulher deixou eles irem com um estranho de vestido!

As mães dos anos 70 e 80 não eram negligentes. Nos alertavam contra todos os perigos que elas conheciam. Apenas não podiam evitar o que nem imaginavam. A mãe de Joana Maranhão não tinha motivos pra desconfiar do técnico. As atuais, em sua maioria, passam longe disso. Esperam que as crianças aprendam tudo na televisão ou no google.

Talvez os pais precisem aprender algumas coisas. Talvez se visitassem os sites como o Brasil contra a pedofilia lessem notícias como essas:

  • Segundo o boletim de ocorrências da Polícia Civil, R.B.J, pai da criança teria introduzido os dedos na vagina da criança.
  • Um sacerdote católico, de 38 anos, foi preso em flagrante pela Brigada Militar na noite do último sábado, 16, no interior de uma igreja localizada na avenida Buarque de Macedo. Ele é suspeito de crime de pedofilia e atentado violento ao pudor. No ato da prisão, o acusado estava na garagem que faz parte do prédio da escola e está localizado ao lado da igreja. No local, ele seduzia uma menor de 12 anos.
  • As autoridades de Nevada (EUA) prenderam neste domingo Darren Tuck, acusado de mostrar a terceiros um vídeo pornográfico no qual aparece uma menina de três anos junto a um homem seminu, informou neste domingo a televisão local.
  • Desta vez, a vítima é uma garota de 13 anos, moradora da Zona Norte, que, após ser aliciada por um adulto no Orkut, site de relacionamentos, foi convencida a se despir diante do computador, sendo filmada por uma webcam.
E para quem só acredita no que vê na TV:



sábado, 5 de abril de 2008

Oxford: gênio adolescente de Matemática vira prostituta
Uma estudante considerada "um gênio da matemática", que conquistou um lugar na Universidade de Oxford aos 13 anos, foi descoberta se prostituindo, dez anos depois. Sufiah Yusof, 23 anos, oferece seus serviços em um site de prostituição de Londres, segundo informa o jornal Daily Mail.
De acordo com a publicação, Sufiah cobra 130 libras (aproximadamente R$ 452) por hora de trabalho e está disponível para os clientes entre as 11h e as 20h.

Sei, não. R$ 452 reais por hora?! Tá mais pra gênio das finanças!

Lembra aquela piada da menina que foi pra capital trabalhar e começava a mandar dinheiro pros pais. Quando volta pra cidade, cheia de presentes pra família e claros sinais de prosperidade, os pais perguntam a sua profissão:

- Pai, mãe, eu tenho que confessar que sou prostituta!

Gritos, berros, choros, o pai dizendo: "isso não, isso, não"; a mãe: "onde foi que errei meu Deus?"

A filha diz:

- Olha desculpem, mas a verdade é essa. Todo esse dinheiro e esses presentes, eu consegui porque sou PROSTITUTA!

Os pais se calam de repente: - Ahhhhhhhhhhh, prostituta?! Graças a Deus, minha filha, a gente entendeu PROFESSORA SUBSTITUTA!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Vídeo do mês

Aproveitando a peça O INDIGNADO, o vídeo do mês traduz a indignação desse brasileiro. Que é a minha também.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Só Raiva - capítulo final. Espero

E depois de minha ligação para a Saraiva, finalmente hoje o status do meu pedido mudou:


Fone de Ouvido Estéreo Bluetooth Motorola S9 Black 1 Separado para Postagem 02/04/2008

Aliás, mudou ontem, pelo visto, depois do meu telefonema que já foi quase às 21:00 horas. Fiquei impressionado com a eficiência dessa livraria que fez seus funcionários procurarem meu fone junto ao fornecedor no turno da noite. Sim, porque até eu ligar a informação era de que estava em busca, e depois mudou para separado para postagem. É nesse ponto que eu tento explicar pra alguns amigos que não se pode deixar por isso mesmo. Sei lá porque, a Saraiva retirou o produto do site. Não sei se foi erro, se ela não tinha mais produto com aquele preço, ou se pretendia aumentar porque estava muito barato. Estava mesmo. O certo é que era mais vantajoso pra saraiva que eu desistisse da compra, ela me devolveria o dinheiro e depois, eu que comprasse por um preço maior! Como eu demonstrei que não ia desistir, a Saraiva liberou meu produto. Simples assim.

Ah! Sim. Eu coloquei uma avaliação negativa no site Buscapé, que é acessado por muita gente que compara preços. Eu, por exemplo, deixei de comprar um fogão em dois sites que estão com preço mais baixo por causa de avaliações negativas de outros usuários. Imagino que muitos consultem isso. No caso da Saraiva.com meu erro foi me deixar levar pelo atendimento da loja física em salvador, que é muito bom. Pensei que fosse o mesmo na virtual. Não é. De qualquer forma, o site Buscapé mandou a avaliação para a Saraiva e foi depois disso que o status do meu pedido mudou. Ou seja, vale a pena reclamar, não se deve aceitar passivamente as imposições das empresas.

Agora é esperar
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quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ninguém pinta como eu pinto

Artista que pinta com pênis vai concorrer a prêmio máximo na Austrália

Só Raiva

Pra quem se interessou pelo post de ontem, obrigado, mas não foi livro que eu comprei na Saraiva. Foi um fone de ouvido pro celular e o menor preço era o de lá. Bem menor, diga-se de passagem. Inclusie acho que eles querem me fazer desistir dessa compra. Depois de mandar um e-mail relatando o post anterior e não obter resposta, resolvi tentar o atendimento de novo. Dessa vez fui atendido imediatamente:

Jair Marcos Olá Djaman, em que posso ajudar?
Djaman gostaria de saber pq meu pedido não foi entregue, o prazo foi ontem
Jair Marcos Por favor, aguarde um momento Djaman
Djaman certo
Djaman eu vou ficar mandando texto de vez em quando pq ontem fui desconectado por ficar muito tempo sem troca de mensagens

(Como tinha que aguardar o tal momento, vim aqui e digitei essa parte do texto)

Jair Marcos O fone, no qual solicitou para compra, está em busca junto ao nosso fornecedor
Jair Marcos Posso ajudar com mais alguma informação Djaman?
Djaman Mas como assim?
Djaman no site dizia disponibilidade imediata
Djaman e o prazo de 5 dias úteis para entrega?
Jair Marcos Fez uma compra por encomenda, o seu pedido está em busca junto ao nosso fornecedor, quando o mesmo chegar em estoque e for verificado que fez o pagamento, será postado para entrega
Djaman O pagamento foi feito imediato, já confirmado desde o dia 25/03. Hoje é dia 02/04

Jair Marcos Sim, quando o produto chegar ao nosso estoque o mesmo será postado para entrega
Djaman E para que serve aquele prazo anunciado?
Jair Marcos é o prazo de busca junto ao fornecedor
Djaman Então depois de 5 dias úteis, que venceu ontem, encerrou o prazo para busca?
Djaman No e-mail que recebi dizia prazo de entrega 5 dias úteis apos a confirmação do pagamento
Djaman "Previsão de Entrega do Pedido: Até 5 dias úteis após a confirmação do pagamento"
Djaman Não fala que é prazo para busca, fala prazo para entrega

Jair Marcos Sim, mas no ítem pelo qual solicitou a compra, consta que o produto estará em busca
Djaman Posso confirmar isso, só um minuto no site?
Jair Marcos sim, tudo bem
Djaman É impressão minha ou o fone não está mais no site?
Djaman Existe algum telefone, onde eu possa falar com alguém para resolver isso sem precisar ir à Justiça?
Jair Marcos 11-33352957
Djaman Obrigado

Jair Marcos Posso ajudar com mais alguma informação Djaman?
Djaman Ajudaria se a Saraiva informasse antes que não cumpre os prazos, mas agora é tarde. Pelo seu atendimento, obrigado, boa noite

Depois disso, veio uma pesquisa sobre o site... imagina! Bom, usei o telefone e realmente a Saraiva sugere o reembolso do dinheiro. O produto não está mais no site. Que raiva. No site tem um campo de disponibilidade de entrega e lá dizia IMEDIATA. Eles tem que cumprir o que prometem. Não quero o dinheiro de volta. Quero o fone. Que por sinal não está mais à venda.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Proteção ao Consumidor

Fiz uma compra na Saraiva.com. É a primeira vez que compro lá. Parece, a princípio, um pessoal sério e profissional. Fiz a compra em 24/03 e eles prometeram entregar em até 05 (cinco) dias úteis. Os sites Submarino e Americanas.com costumam entregar antes do prazo prometido, exceto em datas especiais como Natal.

Hoje, 01/04, nada do produto. Vou no site e lá diz "produto em busca". Como assim? Na hora da compra dizia que o produto tinha disponibilidade imediata. Acesso o atendimento on line... quem quiser acompanhar. Eu era o 19º, mas já sou o 7º na fila de espera. Na ficha de entrada do atendimento, eles me pediram nome, email e número do pedido.
Na primeira tentativa, expliquei a situação pra Gabriela. Ela me pediu um minuto pra verificar... e fui excluído por excesso de tempo sem troca de mensagens. Segunda tentativa. Sou o número 19 de novo.

Fui atendido por Danilo.

A conversa foi assim:
Olá Djaman, em que posso ajudar?

Djaman oi Danilo

Djaman Em primeiro ligar, eu espero uma rapidez, porque estava sendo atendido por Gabriela e fui desconectado por excesso de tempo sem troca de mensagens

Djaman Eu fiz um pedido em 24/03 e confirmei em 25/03, com previsão de entrega em 05 dias úteis

Djaman esse prazo encerrou hoje. Gostaria de saber qual a posição do meu pedido

Djaman oi

Danilo Um momento por gentileza

Djaman ok

Danilo Lamentamos informar-lhe que, devido à uma instabilidade em nosso sistema, não podemos atender sua solicitação neste momento. Pedimos sinceras desculpas e a gentileza de entrar em contato conosco dentro de alguns minutos

Djaman mas o atendimento encerra 21 horas

Djaman são 20:57, eu serei atendido em alguns minutos?

Danilo A Saraiva.com.br agradece seu contato.

Danilo Boa noite.

Depois ele simplesmente me desconectou. Tentei acessar mais 3 vezes. Era atendido por uma funcionária que dizia boa noite e depois aparecia a mensagem "Você foi desconectado pelo usuário". Ou seja. Essa empresa é séria? O que eu posso pensar senão que essa empresa, que não cumpre o prazo, está tentando me dar o cano e roubar meu dinheiro sem entregar a mercadoria? "Tomei no cu, prejuízo?" - Como diria Frank Menezes, no espetáculo O INDIGNADO? Aguardem desdobramentos. Por enquanto fica aqui o alerta. Evitem a Saraiva e evitem dor de cabeça.

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...