domingo, 7 de setembro de 2014

Zeroseteum

"Eu tava 'queto' no meu canto, vieram me cutucar" dizia a música da montagem de Médico a Pulso, feita na Bahia há alguns anos, com direção de Celso Jr. ... e lá se vão mais de 13 anos... Mas a música me veio à memória por conta do convite feito por Patrícia Brasil para escrever sobre a cena cultural soteropolitana no site Zeroseteum. 

Não seria uma experiência inédita, apesar de eu não ter muita certeza se o que tenho a falar a esse respeito seria do interesse de alguém. No TRT Cultural, eu faço (ou fazia, a insconstância da publicação nunca me deixa saber se ainda existe ou não) entrevistas com o objetivo de divulgar os trabalhos, espetáculos, shows e cursos de artistas soteropolitanos. Mas não sou repórter, o espaço é pouco e as perguntas se resumem ao básico sobre o evento. Por essas entrevistas já passaram Os Mentirosos, Alice Ramos, Caio Muniz, Bubba de Campos, Will Carvalho, Vitório Emanuel, entre outros.

No blog Sigo Adiante eu já fiz comentários sobre peças e shows, mas não sou crítico e costumo falar como mero espectador e do meu gosto. E gosto, já sabemos... Mesmo no blog, com um público pequeno, tive dificuldades em fazer algumas críticas, porque conheço alguns dos cantores, atores, diretores ou autores e às vezes ficava com receio de que se aborrecessem. Mas para fazer um texto verdadeiro, às vezes, tem que se quebrar alguns ovos. Pelo menos uma vez, ao que eu saiba, uma artista se ofendeu com o comentário que fiz sobre o show, a ponto de perguntar, entre a produção, se alguém conhecia o autor daquele texto. Felizmente, quando nos conhecemos, ela não lembrava mais do episódio.

E agora vem esse desafio para escrever para um público maior, num veículo que não é meu, possivelmente patrocinado. Não dá pra passar por uma experiência dessas incólume. Por mais sincero que seja o elogio, alguns creditarão a um "puxa-saquismo" devido à amizade. Ainda que construtiva à crítica, ela poderá criar algum atrito com aqueles que, com as dificuldades que conhecemos, batalharam pra levar aquela arte ao público. Mesmo insistindo no ponto de vista amadorístico e do espectador, a critica (positiva ou negativa), vez por outra, será desqualificada por quem enxergará a falta de conhecimneto técnico do articulista.

Mas a intenção, quer seja escrevendo, quer seja entrevistando, é a de trazer uma outra visão sobre o que está ocorrendo em Salvador. Não, pretenciosamente, uma visão inovadora, inédita ou revolucionária. Apenas uma visão de mais um, que somada a outros, quer ajudar o espectador a se informar melhor, a escolher melhor, a apreciar melhor do que Salvador tem a oferecer.

E que venha o Zeroseteum.
   


Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...