segunda-feira, 29 de setembro de 2008

PROPAGANDA ELEITORAL GRATUITA

Interrompemos nossa programação para algumas reflexões sobre horário eleitoral gratuito e eleições em geral.

Pra começo de conversa, qual a necessidade desse horário eleitoral? A resposta que vem na ponta da língua dos idealizadores dessa pérola é a possibilidade de levar a um maior número de pessoas as propostas dos candidatos, sendo gratuito para dar chances a candidatos ricos e pobres. Pra começo de conversa, não vivemos mais na época das novelas das 8 com 100% de audiência, onde a televisão era o maior meio de comunicação com a população. Hoje, durante o horário gratuito, sobe a audiência das TVs a cabo e os acessos à internet. Ou seja, só fica em frente a TV quem é preguiçoso o suficiente pra não desligar, ou quem quer ver a Leocrete.

O espaço é dividido de acordo com o tamanho do partido. Ou seja, partidos maiores tem mais espaço, então tem maior chance de fazer mais candidatos e, portanto, continuar maiores tendo mais espaço. Por que o tempo não é democraticamente dividido entre todos?

Além do mais, os partidos mais ricos continuam dispondo de mais força de ataque nas outras mídias, nos outdoors, nos balões gigantescos, nos muros pintados, nos carros de som... ou seja, o horário eleitoral gratuito não corrige distorção alguma. Acho que os debates seriam suficientes pra ouvir as propostas dos candidatos, sendo totalmente dispensável aquele horário de ataques gratuitos aos candidatos.

Particularmente em Salvador, a brincadeira é saber quem pode e quem não pode usar a imagem do presidente Lula. O PT entrou na Justiça pra poribir o PMDB de usá-las. Não seria necessário se o PT não tivesse se tornado um partido populista e sem identidade. Se Lula não tivesse se transformado num demagogo que não grava um apoio direto ao candidato do seu partido, mas grava um genérico pedindo voto para os candidatos "da base aliada".

Quando vejo a propaganda dos vereadores, então, é que mais me pergunto o porquê de tudo aquilo. O TRE libera espaço na televisão pra uma candidata dizer: "me ajeite, que eu te ajeito"?! A corrupção e a compra de votos foram oficializados no país e eu não estou sabendo?! Os juízes do TRE assistem à propaganda eleitoral gratuita? Devem estar na internet ou vendo TV a cabo, certamente.

A se julgar pela propaganda dos vereadores, a população carente de Salvador não pode reclamar de assistência médica ou jurídica. São dezenas de médicos e advogados que revelam ter passado "toda a vida trabalhando para ajudar os necessitados e os mais carentes". Acreditado que isso seja verdade, pois não posso crer que o TRE cede espaço na televisão para pessoas falarem mentiras, fico preocupado com a possibilidade desse contingente de voluntários samaritanos ganhar a eleição. Os pobres e necessitados ficarão sem médico e advogado? Não posso concordar com isso, por isso acho que o melhor é não votar nesses aí, pra que eles continuem com seu trabalho humanitário junto à "população carente de nossa cidade".

Agora o que me causa espanto, mesmo, é a propaganda do TSE! E nem tô falando do figurino de Lavínia Vlasak, que isso merece um estudo à parte. É que em uma das propagandas, ela diz que a urna eletrônica é à prova de fraude.
Vejam os senhores a que nível de sofisticação chegou a tecnologia tupininquim: os computadores dos grandes bancos são à prova de fraude? NÃO. Os da microsoft são? NÃO. Os da Nasa, do Pentágono, os do governo japonês? Também não. Mas aqui, no "país do futuro", a gente desenvolveu uma urna eletrônica à prova de fraude. Nem nos mais delirantes sonhos da época da ditadura, quando ufanistas bradavam que "esse é um país que vai ra frente, oh, oh, oh, oh, oh", se sonhou com tal cenário de avanço tecnológico.

É realmente por inveja e por despeito que países de primeiro mundo não se rendem a essa tecologia maravilhosa, pioneira, avançada para o nosso século, e continuam com suas eleições pré-históricas, usando cédulas e canetas. Tsc, tsc. Que atraso desse resto de mundo subdesenvolvido, não?

Ou isso... ou o TSE está mentindo, como mentem alguns dos candidatos que o TSE certifica como aptos a concorrer a cargos públicos. Mas nessa hipótese eu não quero crer, porque se pensar assim, terei que pensar também que o TSE mente ao divulgar que certos candidatos tem ficha limpa, quando a gente sabe que estão carregados de processos, mente ao dizer que eleições proporcionais são democráticas, quando a gente vê que candidatos com mais votos perdem a vaga pra outros com menos, numa matemática que só eles entendem, mente ao aprovar contas de candidatos que recebem doações mais do que escusas de empresas que participam ou participaram de licitações. Mas não posso crer que o TSE mente, senão chegarei à conclusão de que todos os candidatos são iguais, participam e ajudam a manter esse esquema eleitoral corrupto brasileiro, e que é perda de tempo votar em qualquer um deles. Seguindo esse raciocínio acaberei votando nulo, como, aliás, votei nas últimas eleições.

sábado, 13 de setembro de 2008

"A liberdade com disciplina"

Netinho revelou na Revista QUEM que é bissexual. Minha primeira reação quando soube da notícia foi: POR QUÊ?
A matéria foi confirmada pelo próprio em seu blog o que quer dizer que é verdadeira.
Pensei em duas possibilidades para essa entrevista, e em nenhuma delas vi o motivo da declaração.

Possibilidade 1: NETINHO NÃO É BISSEXUAL!
Tá bom! Isso deu certo com Ana Carolina. Mas não quer dizer que dará certo com ele. Se Netinho não for bissexual e usou isso como estratégia de marketing, foi um jogo arriscado. No caso de Ana Carolina, considerando os poucos que acreditaram na reportagem, ela mexeu com o imaginário das lésbicas, sem perder necessariamente o apelo (?) com os heterossexuais, uma vez que o imaginário masculino se excita com a idéia de duas mulheres na cama. O mesmo não acontecerá com Netinho. Suas fãs, certamente, continuarão fascinadas por ele, mas não pelo fato de ser bi, e, sim, pelo fato de não acreditarem que ele é bi, ou de acreditarem que, como ele declarou, de que esse lance se passou há um tempo atrás. A declaração serviria para divulgar a música, muito boa, por sinal, que diz: "Menino com menino, menina com menina".

Possibilidade 2: NETINHO É REALMENTE BISSEXUAL!
A maior repercussão em achar que Netinho só teve 500,5 noites de amor com mulheres, enquanto a outra metade ele se divertia com meninos, seria realmente nas suas fãs. Apesar de muitas já andarem por outras praias, nesse mundo volúvel de gostos, onde celulares são trocados semanalmente, um grupo grande se mantém fiel, acompanhando o artista em todos os lugares. Como essas fãs reagiriam? E por que Netinho resolveu revelar isso? Será que etinho acordou um dia e pensou: "Esse barraco vai cair"? Será que ele pensou que estaria diminuindo o preconceito... se foi, é tiro fora a meu ver. Bissexuais não constituem exatamente uma minoria discriminada como os homossexuais. Estão mais no campo das entidades desacreditadas, como os ETs. Uma declaração do tipo: "Eu sou bissexual" tem o mesmo efeito que Xuxa dizendo: "Eu vejo duendes". Ou Karina Bacchi posando de namorada do Baixinho da Kaiser na Caras. A gente dá um risinho e pensa que é um golpe publicitário... e quase sempre é.
Mesmo que Netinho não tenha feito isso mercadologicamente (isso existe) , não vejo necessidade de tornar pública uma coisa dessas. Revista semanal não é confessionário ou terapeuta pra sair dizendo tudo que sente, pensa ou fazer catarse pra se sentir aliviado. Seja qual for a motivação, não achei legal.
Acho que sexo é uma coisa privada e asism deve permanecer. Não precisa ficar disfarçando, nem escondendo, mas não precisa escancarar. Ninguém pergunta a um hetero qual posição ele prefere na cama ou com que freqüência faz sexo (a não ser no programa Silvio Santos ou em outros que o tentam copiar sem a mesma competência). Da mesma forma, acho que aqueles que tem outros comprotamentos sexuais fora da maioria (gays, bissexuais, pansexuais, sadomasoquistas, swingers), não têm que se expor nem confessar suas preferências.
Viver sem hipocrisia, com verdade diante daqueles que lhe são próximos, e até mesmo respodendo sinceramente quando lhe perguntarem, é o máximo que admito.
Durante anos, nunca ouvi que Netinho fosse bissexual. Ouvi outras coisas, é verdade, como de resto se ouve de qualquer um que é famoso nesse país. Então por que esse repente de sinceridade? A meu ver, desnecessário.

Claro que o cantor pode ouvir críticas como essa minha e, simplesmente dizer: "Que me importa de duvidas que eu sou bissexual, que minha experiência com homem é coisa do passado e com drogas foi uma experiência única (está no blog dele)".

Realmente Netinho não tem que se importar com a opinião alheia, eu o achei corajoso quando resolveu mudar do axé pro pop, e gostei muito do resultado artístico, apesar de achar quer foi um desastre de marketing como a coisa foi feita, com o sumiço do artista por um tempo.

Novamente achei coragem o cantor gravar a música "Tá bom", só espero que essa entrevuista não seja uma estratégia. E se for, espero que dê certo.

Mas que não gostei, não gostei.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

De volta aos 80... e poucos

- É aquele gordinho bonito?

A frase deveria soar como um elogio, mas foi como um murro no meu estômago. Eu sabia que estava gordo, meus amigos comentavam, se espantavam o quanto eu tinha engordado. Mas era a primeira vez que alguém dizia que eu ERA gordo!
Fiquei preocupado com aquilo.
Na verdade, todo meu discurso contra a ditadura da estética já tinha perdido o sentido quando eu vi meus exames de colesterol e depois que o cardiologista me receitou remédio pra pressão. Não era mais uma questão de não se enquadrar a padrões de beleza, mas de saúde.
Quando fui ao nutricionista. Ele fez medições, pesagens, averiguações e me mostrou em várias tabelas do excel que eu estava acima do peso. Pensei na inutilidade de se pagar R$ 200,00 pra ouvir algo que já se sabe. Mas ele prosseguiu com a porposta d euma dieta.
O que eu gostava de comer?
Massa, oras, pensei que fosse evidente.
Verduras?
Nem pensar.
Fui pra casa imaginando a tortura que seria aquela dieta.
Na verdade foi bem mais fácil do que eu pensei. Não era uma privação de fome, em alguns momentos eu achava que nem conseguiria comer tudo que era preciso na hora.
Mas, ao contrário do que eu pensava antes, não existe uma ditadura da magreza, existe, sim, uma ditadura da gula. As pessoas não se conformam de que você está fazendo dieta e tentam te empurrar todo tipo de comida pelas mais diversas desculpas: "é hoje, só", "você também não póde abrir mão de tudo assim de vez", "desse jeito você vira antisocial"... tudo bobagem.
Em primeiro lugar, não era só um dia. Todo dia alguém vinha com um doce, um quitute, uma fritura. Depois que ninguém é nutricionista pra saber a melhor forma de se fazer dieta e por último que eu continuava indo com as pessoas pros lugares, só não comia o mesmo que eles comiam ou, quando abria exceção, não o fazia na mesma quantidade de antes.
Ainda assim, as pessoas insistiam: "você não pode fazer isso pra sempre, já está muito magro, agora já chega".
Fato é que eu fui emagrecendo. Passei de 94 para 78 quilos. Baixei meu guarda roupa de 46 para 40. Passei a usar roupas antigas que não tinha tido coragem ainda de me desfazer. Alguns trapinhos da viagem a New York voltaram a ser usados. Algumas roupas que não couberam nem quando compradas passaram a ter serventia.
Passei a andar como se tivesse assaltado um brechó. Os anos 80 voltaram pra mim. Melhor, voltei aos anos 80 com a cabeça de hoje. Tudo que a gente quer. A dieta se tornou uma máquina do tempo.
O cardiologista suspendeu o remédio da pressão.
Passei a atrair olhares mais jovens... quem diria que a geração de 20 e poucos podia ter bom gosto?
Estou com tudo e estgou prosa.
Gostei do estilo da dieta e pretendo continuar, graças a São Thiago Onofre. Agora ele aumentou um pouco a minha ração e mandou eu entrar na academia. Ainda bem, se continuasse desse jeito, em breve estaria usando calça boca de sino ou shorts Adidas com as 3 listras do lado...

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...