sábado, 31 de outubro de 2009

Dando uma pausa

O meu papo tá qualquer coisa. Já qualquer coisa doida dentro mexe.
Voltamos em breve com nossa programação normal.

Vamos a la playa

Quando estou em Salvador, detesto a idéia de ir à praia. Pensava que tinha a ver com a possibilidade de me queimar, mas na verdade vejo que é a visão da infância, quando ir à praia significava pegar ônibus lotado pra ir e, muito pior, ônibus lotado com pessoas sujas de areia se apertando contra seu corpo assado na volta.
Percebo isso aqui no Morro, onde posso tranqüilamente descer e ficar sentado de frente pro mar até a hora que quiser, sabendo que voltarei em paz pro quarto andando.
Êh vidinha mais ou menos!

Dos morros do Rio para o Morro de São Paulo

Ficamos vendo TV enquanto o sol não abria, já que acordamos muito cedo.
Na Record, uma competição entre homens e mulheres.
Um ator, que fez o André em Tropa de Elite, reclamou:
"As palavras pras meninas estão mais fáceis do que pra gente. ESTÁ HAVENDO UMA CERTA XENOFOBIA EM RELAÇÃO A ELAS".
Eu não sei o que ele pensa que seria xenofobia, mas não seja o que for, não deveria ser em relação a eles?!

A Voz do Morro

Dessa vez viemos sem Vitório. Ele está trabalhando na escalação de
um elenco. Convidamos Benicio, mas esse agora está escalado prum
elenco tipo CAMA DE GATO, o que o impede de certas paticipações em
VIVER A VIDA. Andréa, que há muito largou essa vida de casting, até
veio pra Bahia esse final de semana mas estava escalada pra outras
coisas.
Enfim nenhum dos três estava disponível para escalar o Morro.
Qualquer um desses ia se divertir com o que ouvimos ontem."Qual o plural de aluguel?"
Percebi no tom do sujeito que ele sabia a resposta, mas tava querendo
impressionar o pessoal da mesa dele. Lembrei de uma ocasião, num
aniversário lá em casa, quando alguém falou, do nada: "campus é
singular, o plural é campi". Ficamos esperando o que se seguiria
àquilo, mas era tudo. Provavelmente o cara tinha aprendido naquela
semana algo que todos ali sabiam e como não tinha aparecido a
oportunidade de demonstrar esse conhecimento, ele forçou a barra.
Na mesa ao lado a aula prosseguiu:
"Alugueres"
Pronto, mais um que criava a oportunidade de mostrar um conhecimento
recém adiquirido. Que pena que as pessoas não jogam mais Master!
Mas o sábio não se contentou em ensinar. Quis explicar:
"Aluguéis é o USUAL. Mas alugueres é que é o COLOQUIAL."
Tava indo tão bem, como se diria na Escolinha do Professor Raimundo.
Tive que me conter para não ir lá perguntar a ele o que significava
coloquial.
Mas enquanto eu esperava Beto pra relatar essa conversa que eu julgava
engraçada, ele estava ouvindo uma muito melhor:
"Eu gosto de estudar os astros, sabia?"
A conversa começou assim, do nada também. E sem que Beto respondesse
prosseguiu:
"Eu sou meio astronauta!
A lua é o satélite da Terra, sabia?"
Parece que o Morro tá cheio de gênios esse final de semana.
"Prazer, DITO, estudante de filosofia".
No mundo perfeito criado e gerido por mim, Beto responderia:
"Prazer, FEITO, estudante de psiquiatria."
E formariam uma dupla sertanejo-astrológica.


sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Subi o morro, subi cansado. Pobre de mim, pobre de nada

Ontem na hora de sairmos pro ferry boat, vimos que Zumbi estava com algum problema no olho que parecia inflamado. Não foram precisos nem 5 minutos para decidirmos não viajar mais. Em menos de 10, estávamos ligando para Dr. Paulo, do É O BICHO VET CENTER, que atende os meninos quase desde o nascimento de Zumbi. Apesar de passar da meia-noite, Dr. Paulo ouviu a descrição que Beto fez da situação, nos tranqüilizou mas disse que fizemos muito bem em chama-lo e prescreveu um antiinflamatório e um antibiótico. De manhã ele atendeu Zumbi, que já estava recuperado, disse que houve uma lesão na córnea mas que já estava tudo bem. Se tivéssemos viajado, talvez o olho inflamasse.
Apesar de ter sido acordado no meio da noite, Dr. Paulo não nos cobrou a consulta, apenas cobrando o protocolo normal de vacinação dos dois, que já estava na época.
Gosto do jeito que ele trata e conversa com os cachorros. Para ele os clientes são Zumbi e Zabelê, tanto que quando ligo costumo me identificar como "Djaman de Zumbi".
Ele até perguntou pela irmã de Zumbi e até lembrava o nome dela. Dr. Paulo é um exemplo de alguém que seguiu uma vocação.
Depois disso tudo seguimos pra Nazaré, e chegamos aqui no Morro.
Amanha terei novidades.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Câncer social

Nos anos 80, a cantora Via Negromonte cantava (e só eu lembro):
Preconceito
Não faz bem a ninguém
E sem ele
Penso o que seria do poder.
Preconceito
Já causou muito mal
Quem elege
Seres que decidem o que é normal

A música (que eu desesperadamente procuro em programas de compartilhamento sem sucesso) fazia uma clara alusão ao preconceito como instrumento de manutenção do status quo.
Os poderosos precisam ter e alimentar o preconceito, pois, como a letra continua a dizer, "quando os nossos não se dão outros ficam sem cair".
O preconceito divide a sociedade e nos faz brigar por diferenças ridículas como cor de pele, orientação sexual, religião, deixando de observar onde está o real foco de nossos problemas: políticos que desviam o dinheiro que poderiam alimentar, medicar e abrigar pessoas, que morrem, minguam ou partem para a marginalidade.
O preconceito tem um efeito tão devastador quanto o pão e o circo.

"A ação do governo não é só em defesa do interesse público, é da saúde da mulher também. Embora hoje câncer de mama seja uma doença masculina também. Deve ser consequência dessas passeatas gay"

Essa pérola foi dita pelo governador Roberto Requião e pretendia ser um gracejo. Infelizmente os vídeos exibidos não revelam qual foi a reação da platéia, mas a frase do governador é desastrosa em muitos sentidos.
Pra começar, deixa claro que a saúde da mulher não é interesse público, já que os distingue claramente no início da frase, como se fosse uma concessão do governo promover ações em defesa da saúde da mulher. E quais seriam esses interesses públicos que não envolvem o combate ao câncer da mama?
Depois, atribui aos gays a culpa pela causa de câncer de mama nos homens. Apesar de absurda e ridícula, a acusação reforça o preconceito. A AIDS ainda é chamada de "câncer gay", e muitos acreditam que foi uma praga divina contra os homossexuais. Quem pode medir o impacto que isso causou no ânimo de se procurar uma cura?
Por fim, a frase do governador estigmatiza os homens que tem câncer de mama. Se a ignorância já faz o homem se recusar a um exame de próstata, imagine reconhecer ter uma doença que é relacionada a mulheres e agora, graças ao governador, a gays! Quantos homens agora se recusarão a fazer qualquer exame quando a suspeita for câncer de mama, evitando o tratamento rápido que poderia levar à cura?
Será que o governador se preocupa com isso?
Claro que não. O governador se preocupa com o que ele entende como "interesses públicos" que, pelo visto, passa longe da saúde e da dignidade da populacão.

Para aqueles que, como eu no início, ainda tinha a esperança de que a frase pudesse estar mal interpretada, tirada de contexto ou ser um mal entendido, aqui vai o vídeo que nos mostra que, infelizmente, essa é a verdade. A verdade deles, pelo menos.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Já começou

Disney anuncia compra da Marvel por US$ 4 bilhões

Tá. Eles disseram que não iria mudar nada, a gente acreditou. Mas nem se passaram dois meses e como se explica essa notícia:

Dunga chama Hulk e mais três novidades para amistosos contra Inglaterra e Omã


As três novidades devem ser Pantera Negra, Pequeno Polegar e Alexandre Pato... Donald!

Amanhã de manhã...

De vez em quando, eu tomo café da manhã na padaria ao lado do
trabalho. Costumo pedir um misto e um suco de laranja.
Outro dia, antes que eu pedisse, a menina se antecipou: "já sei, um
misto e um laranja. É sempre isso".
Aquilo me irritou e só agora, enquanto escrevo, percebi a semelhança
com um episódio de Sex and the City.
Na vez seguinte mudei o pedido, mas a menina trouxe um misto. Em
circunstâncias normais, aceitaria, afinal eu gosto de misto, mas a
gracinha dela lhe rendeu a recusa e o prejuízo de um sanduíche.
Lembrei disso agora, enquanto espero meu pedido. Não é um misto.

Postando pelo telefone

O blog disponibiliza postagem pelo email. Isso significa mensagens
mais constantes, porém mais curtas.
Aguardem.

Djaman Barbosa

domingo, 25 de outubro de 2009

Alguma coisa está fora da ordem...

Olha, se amanhã descobrirem que estão misturando ácido em centrais de abastecimento de água, eu não vou me espantar.

Esse pobre rapaz teve que jogar uma pedra num carro, quase atingindo um bebê, por "causo de sistema de desrugar a pele":



Esse outro deu um nó psicanalítico na cabeça do entrevistador que só queria como resposta o nome de um supermercado:



E, por fim, um pobre cidadão que teve a existência "escalada" pela máfia chinesa! Perguntaram sobre as balsas e o cara viajou legal:

sábado, 24 de outubro de 2009

Velcoidade Máxima... num cinema perto, mas muito perto mesmo, de você.

Enquanto aqui no Brasil, os passageiros correm desesperadamente para não perder o ônibus, países mais desenvolvidos tem um sistema de transporte que não permite perder um só passageiro. Eles vão atrás!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Comprei um pack com 12 latinhas de cervejas no G Barbosa. Embalado naquele saquinho frágil, logo previ que iria se romper. Pedi pra moça reforçar o saco, mas ela ignorou e continuou embalando as outras compras.
Quando fui pegar, pedi de novo um outro saquinho para embalar as cervejas. A atendente respondeu, de forma seca: "basta o senhor carregar direito, eu não tenho autorização para reforçar pacotes".
Talvez o cansaço da viagem, a necessidade de levar o pão e o queijo que também tinha comprado e a incerteza do estorno da compra no cartão de crédito tenham me impedido de agir como faria normalmente: devolver todas as compras! Ao invés disso, pedi num outro setor onde me deram uma outra sacola, informaram que o G Barbosa não tem nenhuma restrição em dar outra sacola, mas nem procuraram saber quem foi a empacotadora que agiu daquela maneira.
Não sei se a simpática era militante do Greenpeace, mas talvez ela tenha visto esse vídeo aí e imaginado se conseguiria repetir a experiência... só que para isso eu teria que ter bebido tanta cerveja que não precisaria de sacola pra carregar.

domingo, 18 de outubro de 2009

Criança Esperança

Menino de 11 anos viaja nove horas embaixo de ônibus para ir a Aparecida
Criança diz que queria pagar promessa para Nossa Senhora.


Acabo de ver essa notícia no Fantástico e o que mais me chamou a atenção foi que não havia na matéria nenhum tom de censura à irresponsabilidade do garoto que colocou sua vida em risco nessa aventura. Ao contrário, havia uma exaltação à fé do menino e atribuíram à N. Sra. Aparecida o fato de ele ter saído com vida, após viajar num espaço apertado junto ao tanque de combustível. A matéria do sítio acima ainda ressalta que a família está recebendo assistência da empresa de ônibus. Ou seja, a travessura que colocou em risco a vida do menino e as dos passageiros foi premiada pela abordagem das matérias e, quem sabe, estimule outros garotos sem nada na cabeça a repetir a façanha.

Enquanto isso na Sala de Justiça...

MP notifica Manoel Carlos por criança vilã em "Viver a Vida"

Seria tão bom se os órgãos governamentais, as ONGS e as militâncias desse país dessem tanta atenção aos assuntos reais quanto dão para os ficcionais.

D'além mar

Casal suspeito de agredir e violar pastor.

Depois de lerem a matéria e entenderem que não se trata de nenhuma tentativa violenta de uma nova reforma, nem ação do Greenpeace em defesa dos carneiros, quero chamar atenção para essa frase:

"Inclusive, terá, de acordo com a PJ, sido violado, com recurso a uma cenoura".

Não só aí, mas em todo o texto, vemos uma narrativa que dificilmente será encontrada nos jornais daqui do Brasil, e não me refiro apenas àqueles que exibiriam em sua primeira página manchetes do tipo: "Homem contratado para cuidar de ovelhas vai pro Vale do Cobrão e leva cenoura!"
No sítio Jornal de Notícias também tem uma narativa fluida, cronológica e detalhada do caso. Ou, pelo menos, tão detalhada quanto o bom gosto permite.

Algumas vezes nossos noticiários parecem exagerar nos recursos narrativos e desprezam uma narrativa linear, mas não é disso que quero falar. É dessa tentativa inútil de reforma ortográfica para unificação da língua portuguesa.

Os textos que estão aqui são compreensíveis pra mim, ainda que escritos em português de Portugal, e ao mesmo tempo são estrangeiros e nenhuma unificação da ortografia vai mudar isso.

Não sei como anda a aprovação do tal acordo ortográfico nos outros países, mas eu ainda tenho dificuldades com as perdas dos acentos, não sei mais o que tem ou não hífen, e ainda uso o trema. Enão tem lei que consiga fazer isso mais fácil.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Eu tô no meu direito de consumidora legal"

Quem achou a charge do post anterior exagerada, vejam essa consumidora de versões alternativas do Windows.

Pobres meninas

Logo de manhã, no Bom Dia Brasil, tive que ouvir a trágica história das estudantes terrivelmente prejudicadas pelo adiamento da prova do Enem. As coitadas terão pejuízo porque já compraram a passagem de volta pra França. Mas a família já contratou um advogado pra processar a União.
Ora, que o adiamento prejudicou muita gente, é verdade. Mas ao oferecer a prova, o governo não o fez para os moradores da França, EUA ou Japão. Os moradores desse lugares resolveram fazer uma prova em outro país por sua conta. Da mesma forma, não entendo as queixas daqueles estudantes que iam fazer prova em outra cidade, que alegam ter gastado com passagem e hospedagem. A prova não é nacional?!
Claro que se tem que apurar a falha na segurança, e o governo tem que cobrar todas as despesas da empresa responsável, mas com todo respeito aos prejudicados, algumas reclamações parecem tão absurdas quanto essa:

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...