sábado, 28 de janeiro de 2006

Mensagem

To: Minha grande amiga
Cc: Deus e o mundo
Cco: Pai do rock.

Eu sei que, de repente, sua vida virou um clichê. Você bem que tentou evitar. Não cortou o cabelo, nem as roupas ou alguma parte do corpo dele, e evitou todos os lugares comuns. A pior coisa é se separar e depois lembrar de uma música quer retrata a situação. Aí você tem certeza que aquilo é um clichê. Para quem se separou recentemente, evite os tipos de separação cantados por:
Fafá de Belém - quebra o prato, tranca o quarto e bebe licor.
Adriana Calcanhoto - ficar andando tão triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiste pela sala, não tem nada a ver. Você quase perdeu nesse quesito ao perder a chave do carro, mas o clichê completo, tipo Adriana, era perder a chave de casa, mesmo.
Elis Regina - até porque, se você ficasse no tapete atrás da porta, receberia uma boa mijada dos cachorros.
Emílio Santiago - esse é que eu não acredito mesmo. Até porque duvido que você já tenha sequer possuído um Neruda.
Mas mesmo fazendo tudo direitinho para evitar o papel, os coadjuvantes leram seu nome no elenco como A SEPARADA e passaram a se comportar como tal. Alguns com piedade, pensando "ah, coitada", e dizendo que as coisas são assim mesmo. Outros, com empatia, passam a atacar o seu ex. Dizem um monte de miséria sobre o sujeito que você nem imaginaria e revelam segredos que nunca te contaram por pena, mas que deveria fazer você refletir sobre a fidelidade desse amigo.
Mas a reação mais comum é mesmo jogar a culpa nA SEPARADA. Claro que atualmente não acontece como antes, quando só faltavam carimbar a alcunha na carteira de identidade.
O raciocínio é o seguinte:
- O marido saiu de casa. Conclusão: a mulher deve ter um gênio terrível.
- O marido espancava essa mulher quase todos os dias. Conclusão: ela devia chifrá-lo e/ou não engomar direito.
- O marido tinha outra mulher. Conclusão: a esposa não o satisfazia sexualmente.
- O marido saiu de casa levado pela polícia porque matou o sogro numa discussão sobre futebol. Conclusão: a mulher não soube escolher o noivo, casando com um sujeito que sequer torce pro mesmo time que o pai dela.
O mais engraçado é que qualquer um pode jogar a culpa na mulher: ela mesma, a família dela, a família dele, os amigos,que mal sabem da história... todo mundo. Mas clichê, clichê mesmo, é quando o sujeito que fez a merda e sabe muito bem disso, resolve jogar a culpa na mulher. Espero que isso não aconteça.
Câmbio final!

Considerações

Como eu previa, parte dos leitores foi embora com a mudança de endereço do blog. Paciência, ficaram os mais fiéis. Pra piorar um dos mais assíduos está sem conexão por uns tempos. Ó dia! Ó azar! Logo agora em que cada voto conta.

Bom, mas não estou aqui pr ame lamentar e, sim, pra pedir às pessoas que comentam que deixem o seu nome. Quem for usuário do blogger só precisa fazer o login, mas quem não for, clica em OUTRO, e coloca o nome. Porque determinadas mensagens podem ter sido enviadas por mais de uma pessoa, e a depender de quem escreveu, ela tem um significado diferente.

Obrigado.

domingo, 22 de janeiro de 2006

Ontem à noite.

Ontem, graças à gentileza de Eduardo Scaldaferri e Fernanda Paquelet, fomos ver AS NOVIÇAS REBELDES. Do elenco original só tinha Lelo Filho (claro) e Beto Mettig. Gostei muito de Paquelet e de Nilson. Luis Pepeu, eu achei fraco. Talvez porque tenho a imagem de Diogo ainda muito forte. Dei muitas risadas com a peça.

Depois fomos ao Boteco do França, onde Benício se juntou ao grupo. O Boteco é dos lugares que mais gosto em Salvador. A comida é boa e o atendimento também. A gente pode optar por ficar ao ar livre, dentro ou mais dentro ainda (no espaço com ar condicionado).

Aí Benício e Eduardo engataram numa conversa que fez eu me sentir como se estivesse num filme alemão, dirigido por um francês, com atores suecos. Em preto e branco.

Não sei o que era pior: aquele enredo, papo-cabeça, ou o fato de eu estar compreendo os dois e, eventualmente, servindo de intérprete.

Aproveitando o trocadilho d'As Noviças, minha noite começou nun sense e terminou non sense.

O Pinto do meu padre, fugiu pra sacristia da vizinha.

"Pense no absurdo, na Bahia há precedente" - Otávio Mangabeira.

Pra quem não é da Bahia, esse é o Padre Pinto. Não contente com as piadas que poderiam ser feitas com seu nome, o pároco da Lapinha resolveu ganhar destaque nacional dançando fantasiado na Festa de Reis.

Passados mais de 15 dias, o padre ainda é assunto nas mesas de bares e nas rodas de amigos.

Uns dizem que é louco, outros o chamam de corajoso. Eu acho que padre exagerou no vinho, entregou a Deus e confiou que a aposentadoria do Vaticano por invalidez é muito boa.

Ontem num churrasco um professor universitário disse que uma aluna fez um vídeo, no ano passado, sobre a festa da Lapinha. Nesse vídeo uma senhora, que faz as roupas e é porta estandarte, dizia: "No reisado eu me espalho, quem me segura é Padre Pinto".

Na Bahia é assim. Padre que se veste como drag queen e dança como pomba gira ainda contém alguns mais exaltados.

Navegando e comentando

Google recusa revelar dados para governo dos EUA
O autoritarismo de Bush preocupa. O pior é que parece estar tornando natural, para as pessoas, esse tipo de atitude em defesa da "democracia e da liberdade". Mas não se enganem, mais dia ou menos dia eles chegam aqui.

Record questiona Ibope sobre audiência da novela.
Qeum acompanhou a audiência on line viu que a novela Prova de Amor ficou 5 pontos à frente do Jornal Nacional, horário mais caro da TV brasileira. Mas nesses tempos de caixa 2, o Ibope apresentou um relatório no dia seguinte, dando um empate para os dois programas. Alguém aí ainda vai acreditar se a Globo falar em "mais um campeão de audiência"?

Rapaz transmite seu suicídio na Internet via webcam
Espero que não tenha sido por conexão discada. Já pensou que morte lenta e angustiante?

Ipod pode ser mais danoso que moto-serra
Não acredito nessa, não. Eu tenho o DVD do Massacre da Serra Elétrica e duvido que se consiga fazer aquilo tudo com um aparelho de mp3.

Entenda a nova falha do Windows e proteja-se
O título mais correto seria: Entenda o Windows e proteja-se com Linux.

Internautas preferem ouvir voz do sexo oposto
Façamos as contas. A pesquisa diz que 68% dos homens e 61% das mulheres programam o sistema de vocalização de palavras com a voz do sexo oposto. Com isso, aquela outra pesquisa de que 10% da população é de homossexual parece até modesta.

Jovem consegue mais de US$ 1 milhão com página "inútil"
Bom, pra ele teve uma utilidade e das grandes, que foi fazer ele ganhar 1 milhão de dólares. O cara vendeu uma página em branco para anúncios publicitários, o que prova que usuário da Internet compra qualquer bobagem.

Oslo tem primeiro descongelador infravermelho de aviões
Essa é de uma nova linha do jornalismo onde você coloca um título chamativo, mesmo que não corresponda à notícia. Sim, porque quem se der ao trabalho de ler a matéria verá: "Em Nova York, um sistema similar está em uso no aeroporto de Newark desde 1999". ora, então como é que o de Oslo pode ser o primeiro?

Pedro Bial diz que não lê sobre o BBB¨porque o cérebro dele não é penico

Dispensa comentários.

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

I am what I am!

Tem certas coisas a respeito da gente que a gente não gosta de admitir. Mas tem que ao menos, às vezes, pensar a respeito.
Provavelmente, eu seja implicante.
Na melhor das hipóteses, eu diria, eufemisticamente, que sou exigente. Mas então ficarei implicante dentro de alguns anos, ou até em questão de meses pelo andar da carruagem.
Digo isso, quando comparo o meu comportamento ao de outras pessoas, principalmente em relação à prestação dos serviços.
Como explicar que todo mundo se divirta num determinado bar da Barra enquanto que eu detesto o ambiente por ser absurdamente quente, demorar no atendimento, servir cerveja quente ou não servir o que se pediu? Olha que eu até dei uma chance e fui lá uma segunda vez. Impliquei com o lugar e não quero mais saber. Passei uma terceira vez, porque era o aniversário do Gustavo Granjeiro, mas só mesmo pra dar um abraço nele. Não tive a menor vontade de ficar.
Mas não quero ver essa implicância como um defeito, já que o fato de não ir num bar tão badalado não me faz ficar em casa me lamentando. Até que saio muito, considerando que gosto de ficar em casa também. Mas quando estou pagando, quero ser bem servido. Por outro lado, nem no restaurante mais caro de Salvador, eu teria uma noite como essa:
Nada de ficar ouvindo o chato barulhento da mesa ao lado. Prefiro um ambiente agradável e descontraído para conversa com pessoas inteligentes.

Péssimo serviço? Música alta? Barulheira? Que tal bebida gelada, que você mesmo pode se servir e vários ambientes para quem quer ouvir música e para quem quer conversar? Cardápio simples, mas agradável.
Tá com sono, mas sua carona está num papo animado? Nada como estar num ambiente familiar.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Na lan house

Precisei fazer um doc urgente, mas depois de 2 horas tentando nos computadores do TRT, fazendo as alterações que o suporte do Bradesco sugeriu e não conseguindo nada, tive que vir acessar a internet daqui.

Comprei 1 hora, que é o mínimo. Por R$ 1,00. Morram de inveja Jorginho e Iago. Pensando bem, quem vai ter inveja de alguém que tá morando em Itamaraju?

De qualquer forma, sobrou tempo demais e eu estou aqui, aproveitando e postando sobre o nada, pois ainda faltam 00:34:00.

Jussara Silveira

No sábado, eu tive que escutar que Jussara Silveira era parada, que não se movimentava. Discordei, polidamente, mas não entro nesse tipo de discussão.

Acho que tem gosto pra tudo. Se alguém quer ver uma pessoa saracoteando no palco como uma cabra cega com pulgas, estão aí os ensaios dos Mascarados para satisfazer.

Particularmente, prefiro uma cantora que entenda e sinta o que canta. Que passe uma verdade em seus shows. Pra mim, assim é Jussara.

A postura de Jussara no palco já mostra que ela não está "parada". Da escolha do figurino, onde o que parecia uma manta se revelou mais tarde ser uma saia, à pose, sentada num banquinho, cada gesto faz parte do espetáculo.

Mesmo sendo a dona do palco, sabe dividí-lo com outras pessoas, como é o caso de Luis Brasil, generosamente.

À vontade, íntima, simpática com o público, mas no palco, acima de tudo, como uma verdadeira artista e não alguém que escolheu uma roupa qualquer do dia-a-dia e vai, sem ensaio algum, cantar de qualquer jeito.
Bem verdade que Jussara não costuma pular quando está no palco. Mas pra quê? Se ela sabe flutuar...

Free... sempre free

Eu ainda não comentei aqui sobre a mudança do blog porque queria uma transição menos traumática. Por isso já comecei com postagens normais. Mas aqui estou eu, de blog novo, já alterando, inclusive, o modelo. Foi aí que eu lembrei que Iago tinha prometido fazer um modelo de blog pra mim. Mas nós não conversamos muito sobre o assunto e eu fiquei em dúvida se seria de graça. Tudo indicava que sim, porque foi ele quem ofereceu, mas como ele lida com informática profissionalmente poderia não ser. Tá certo que ele não é webdesigner, é técnico em informática, mas eu não tava pedindo pra fazer o site do Banco do Brasil e sim um blog. Tem muita gente com menos qualificação que tá cobrando pra isso.

Pois isso me levou a pensar que muita gente tenta extrair de amigos e parentes algum serviço de graça. Principalmente, mas não exclusivamente, quando o trabalho é muito mais mental do que braçal.

Lembrei que quando eu trabalhava no Bradesco da Barra e almoçava no restaurante perto dali, alguns colegas demonstraram espanto pelo fato de eu pagar a conta, uma vez que a proprietária era minha prima. Imagine o prejuízo dessa coitada se toda a nossa família aparecesse lá pra comer de graça.

Tenho certeza que a vida de alguns contadores se torna um inferno na época da declaração do imposto de renda. Não apenas pela demora dos clientes em mandar os comprovantes, mas pelo número de pedidos de amigos e parentes que pedem "um favorzinho".

Os recém formados, então, sofrem um bocado. O cara sai da faculdade de Direito e, no sábado ou domingo, recebe a visita de um cunhado pedindo que explique isso ou oriente naquilo. Não, ele não precisa conratar um advogado, basta dizer o que ele deve fazer que ele mesmo dá conta. Ora, isso se chama consultoria e é um serviço pago, sim.

O pior, ainda, é que tem gente que, na hora do aperto, conta com as facilidades ou mesmo isenção de pagamento por parte do amigo, mas não valoriza aquele serviço. Provavelmente por ter custado pouco ou nada. Tanto é assim que, precisando novamente do serviço, dessa vez com possibilidades de pagar, ele recorre a outro profissional. Deve pensar que um sujeito que faz serviço barato, ou parcelado ou de graça não deve ser bom...
Conheço dois taxistas que relatam casos assim, de "amigos" que quando precisam de corrida pra "deixar fiado", ligam pra eles, mas quando estão com dinheiro, pegam qualquer carro na rua.

O melhor é o ditado, amigos, amigos, negócios à parte.


Em tempo: Iago me disse ontem no MSN que a alteração do template do blog será gratuita, sim. Só não creio que ele terá condições, agora que está em Lençóis e acessando de uma LAN HOUSE.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Até onde vai a sua fé?

Bom, todo mundo sabe que Big Brother Brasil é uma tremenda marmelada, que as pessoas são selecionadas meses antes da inscrição começar. Quer dizer, todo mundo menos os 25 ou 50 (depende de quem conta) mil otários que enviaram fitas na esperança de ser selecionados.
Quem viu as cenas das fitas dos que não entraram percebe que os que estão na casa se parecem exatamente com os outros que entraram na casa e aqueles que não entraram se parecem com todos os outros que não entraram. Deu pra entender ? Deixa pra lá.

Falcatrua ou não o povo brasileiro continua assitistindo, torcendo, comentando e se indignando.

Um telespectador denunciou ao Ministério Público que apareceu o pênis de um dos participantes na televisão.

Olhando as imagens da tal denúncia, penso que esse tal telespectador deve estar muito desejoso de ver um pênis na TV. Ou então ele tem uma anatomia muito estranha.

De qualquer forma, o tal participante poderia ser o novo garoto propaganda da Sundow. O lema não é "o sol na medida certa"?

Versinho

Quem falhou com João Paulo II
Pode ter mais sorte com Bento XVI
Faça como Raul já dizia
E tente outra vez!


Singelamente dedicado a Mehmet Ali Agca

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Lista de tarefas



Carregar bateria da máquina fotográfica

Comprar esteiras

Procurar algum CD ainda não autografado

Acordar domingo às 07:30 para ir ao Parque da Cidade

O motivo de tudo isso? Ora, "sofrer também é merecimento".

Os Picaretas

No princípio os deputados resolveram não trabalhar às segundas e sextas-feiras. E viu o povo que tudo era bom e continuou votando neles.

Aí os deputados decidiram que não precisam trabalhar também em todos os dias de terça à quinta, podendo faltar à vontade, sem prejuízo dos seus salários. E viu o povo que tudo era bom e continuou votando neles.

Os deputados resolveram então que teriam direito a 90 dias de férias, para descansar de todo esse trabalho que desenvolvem. 3 meses. E viu o povo que tudo era bom e continuou votando neles.

Devido à falta de expediente nas segundas e sextas e às faltas dos deputados de terça à quinta, os projetos empacaram e eles resolveram fazer uma convocação extraordinária para fazer o serviço que não fizeram no período correto, recebendo o triplo do salário por isso. E viu o povo que tudo era bom e continuou votando neles.

Esse ano uma inovação. Eles fizeram a tal convocação extraordinária e simplesmente não apareceram por lá. Recebendo mesmo assim o triplo do salário normal, sem nenhum desconto. E viu o povo que tudo era bom e continuou votando neles.

Bom, já que o povo, a cada eleição, se mostra mais e mais satisfeito com o desempenho deles, é mais que natural que o presidente da câmara tenha colocado, como o primeiro dos tais projetos de lei urgentíssimos que justificam a tal convocação extraordinária, a proposta de acrescentar mais 28 deputados à esse labor.

Você tem sede de quê?

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Cheguei!

Voltei pra Itamaraju.

Por economia de tempo, e não de dinheiro, resolvi vir de avião. Como a TAM estava com uma promoção para venda casada ida-e-volta, aproveitei.

Cheguei no chek-in antes do previsto. Uma coisa rara e, devo dizer, agradável. Enquanto para os outros vôos formavam-se filas enormes, eu me dirigi tranqüilamente para a moça responsável pelo meu. Tudo tranqüilo, procedimento rápido. Chegou mais alguém na fila e a moça resolveu compartilhar conosco que ela estava "apertada, pois toda hora chegava um e ela querendo fazer xixi. Já estava segurando há uns 40 minutos". Simpático isso da TAM, né? Cria um clima de intimidade. Na minha opinião, demais e desnecessária, mas deve ter gente que gosta.

Peguei o cartão de embarque e fomos almoçar. Depois fomos à banca de revista e ficamos fazendo hora. Ficava acompanhando no monitor sobre o vôo. Sempre confirmado, mas ainda não estavam embarcando. O embarque era para as 12:40 e o vôo 13:20. Às 13:25 eu resolvi que, não importava o que dizia o monitor, era melhor entrar logo porque tava muito estranho. Procurei o cartão de embarque e não encontrei. Olhei tudo e nada.

Voltei pro balcão da TAM. A moça mijona não tava lá e a outra, após eu dizer que tinha perdido o cartão de embarque, me olhou como se eu fosse estúpido, me fazendo realmente me sentir assim, e disse que precisava ver com a supervisora o que poderia fazer. Ela saiu e eu fiquei lá humilhado, me sentindo um imbecil por ter perdido o cartão. Pensei em me justificar, dizendo a ela que eu não tinha acabado de receber o cartão e perdido logo ali, que eu cheguei cedo, que fui almoçar, entrei em várias lojas... mas não deu tempo. Ela voltou, nem olhou pro retardado aqui e foi no computador imprimir uma segunda via.

Ainda escreveu bem grande no cartão: 'REIMPRIMIDO". Pronto. Minha estupidez tava ali, bem grande, pra todo mundo ver, em português errado. Aposto que ela escreveu assim por pensou que uma pessoa que perde o cartão de embarque, deve falar "reimprimido".

Despedi-me (viu como eu sei português, moça da TAM?) de Beto e embarquei. O moço cortou o tíquete, ficando com a parte que revelava minha imbecilidade e me deu só um canhotinho, sem marca alguma. Agora eu era um passageiro normal de novo e não um de 2ª via.

Tinha uma fila enorme no portão, mas ainda não estavam embarcando. Fiquei até com medo. Será que não tinha mais lugar marcado? Se tinha, pra quê a fila? Ao que eu saiba o avião só iria sair depois que todos estivessem dentro. Então, sentei e esperei, ao menos, o embarque começar.

O moço chamou os passageiros dos assentos 12 a 28. E os velhinho, as criancinhas, as mamãezinhas (não ele não falou assim. A TAM tá íntima, mas nem tanto). Eu era 22, então fui.

Quase na minha hora vai um rapaz mostrar o bilhete. O moço olhou, devolveu a ele sem dizer nada, deu as costas pra ele e saiu perguntando pela fila, em alta voz: TEM MAIS ALGUÉM PROS ASSENTOS 12 AO 28?

Pronto, perdi meu posto de mais estúpido daquele vôo, ficou com o cara que tentou entrar na hora errada.

Entrei no avião e tava saindo um monte de fumaça. Eu vi que era do ar condicionado, mas nunca tinha reparado que era tanta fumaça assim. Aliás, acho que não é bom que nada num avião funcione com fumaça. Não causa uma boa impressão. Na minha frente um probleminha. A família dos assentos 20A, 20B e 20C, sabe-se lá porquê, resolveu sentar nos assentos 22D, 22E e 22F. O sr. da minha frente era de um desses assentos. Mas concordou em sentar-se na 20A. Resolvido esse probleminha pude passar pelo corredor e sentar no meu lugar, por sinal 22A. Janela.

Chegaram os outros dois da fila 22 que a família ursupou. O natural seria acomodá-los na 20B e 20C, mas isso aqui, ô, ô, é um pouquinho de Brasil. A família intinerante conduziu a dupla para o 21D e 21E e achou que o problema estava resolvido. Estava até os donos da 21D e 21E chegarem. Aí eles tentaram... bom, nem sei o que mais eles queriam porque alguém se emputou e disse que queria sentar no seu lugar mesmo, aí não teve jeito senão a família voltar pro lugar de origem, perturbar o pobre senhor que já estava acomodado e atrapalhar todo mundo. Imagine essa manobra toda de 8 pessoas num corredor estreito de avião. Nisso, estavam chegando uns 6 italianos que tiveram alguns dos assentos tomados nesse vai-e-vem e não tavam entendendo nada. Eu só imagino que, se o compreensivo senhor tivesse dito de cara que não iria trocar de lugar seria tido como chato, intransigente e tudo o mais. Mas eu é que não troco. Que me desculpe quem quiser, cada um compra sua cadeira numerada e, a não ser por um motivo muito forte, eu não troco de lugar. Já pensou se eu sou esse velho? Concordo em trocar, me ajeito todo e depois tenho que mudar pro lugar onde eu deveria estar? Ah, qualé!

Cheguei em Porto Seguro preocupado com uma coisa. Na hora da segunda via, a moça não me deu novo ticket da bagagem. Ela disse que eu teria que comprovar com a identidade. Não foi preciso pq em Porto Seguro ninguém olha essas coisas. Saí e fui pra rodoviária. O ônibus pra Itamaraju tinha acabado de sair. O próximo só mais de 2 horas depois. A moça me aconselhou a ir pra Eunápolis, pois teria um ônibis dali a 30 minutos e lá eu pegaria outro mais facilmente. Aceitei. O ônibus de Eunápolis chegou pontualmente. Peguei a mala e a sacola e entrei no carro. Não quis colocar a mala no bagageiro. Já estava sentado quando o fiscal avisou: "Quem vai direto pra Eunápolis tem um outro ônibus saindo ali que é direto. Esse aqui entra em vários lugares". Saí, com a sacola e a mala e entrei no outro. Era um microônibus e não tinha lugar pra mala. Coloquei a mesma no assento ao lado, que jeito? Felizmente o microônibus não encheu e lá saímos nós, de ar-condicionado e tudo. Mas alegria de pobre, já sabe, né? O pneu do ônibus furou, nem bem andamos 3 kilômetros. Só foi o tempo de parar o ônibus que estávamos antes e entrar todo mundo de novo, claro que sem achar os mesmos lugares que tínhamos antes. Aí resolvi deixar a mala no bagageiro mesmo.

Cheguei em Eunápolis e não demorou muito pro ônibus para Itamaraju. Entrei no carro. Algumas pessoas entraram e foram logo se dirigindo ao banheiro e voltaram reclamando do mau cheiro. Eu já percebi que tem gente que não vai no banheiro da rodoviária e, assim que o ônibus chega, vai logo no banheiro do ônibus. Só que pelo reclamar, aquilo lá dentro tava insuportável e ficaram todos apertados e reclamando com o motorista. Lembram da moça da TAM? Acho que era o dia das pessoas segurarem o mijo.

O ônibus seguiu pra garagem e entrou alguém pra limpar o banheiro. Foi um debandar geral pra frente do ônibus, o fedor estava demais. Eu acho que seria o caso de chamar a polícia pois tinha algo morto lá dentro. Depois de "limpo" o banheiro, o que significa que jogaram um desinfetante que só do cheiro a gente sentia arder, seguimos viagem e finalmente estou aqui.

Se compensa tudo isso ao invés de vir direto de ônibus desde Salvador pagando um quarto do valor? Bem, mais aí eu não teria o que contar aqui, né?

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...