segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Manhã de Carnaval

Plena segunda-feira de carnaval, eu acordo e vou pro computador. Não tenho esperanças de mensagens no orkut pois meus amigos devem estar bêbados ou cansados demais para digitar qualquer coisa. Minha esperança é Eduardo Scaldaferri que não está participando dessa baixaria pela única razão de estar na Itália. Mas certamente ele tem coisa melhor pra fazer na Itália do que ficar no computador. Nenhum recado. Vou ao perfil de Débora Santiago, pra ver se os irmãos dela estão no orkut.

Débora é uma pessoa que me faz sentir velho. Eu era amigo dos irmãos dela e, pra mim, ela era a irmãzinha caçula e pentelha dos meus amigos. Nem tão pentelha, é verdade, considerando as possibilidades. A família toda era tirada a engraçadinha e me espanta que apenas uma tenha virado artista profissional. Muito me chocou ver aquela garotinha hoje, já mulher. Por isso procuro o refúgio de me relacionar com os irmãos dela, meus contemporâneos.


Fui lá no perfil de Débora e encontrei Denice. Adicionei. De quebra adicionei Renata Duarte, que não é parente de Débora, mas eu conheço.

Voltei pra minha página e surpresa: um novo scrap. Na verdade dois. Um de Renata, dizendo: "Ôxe". E o outro... bem, foi esse aqui:

"Olá Djaman! ontem entrei na minha comunidade para avisar que o meu trio não sairia e a sua foto me chamou a atenção. Sou curiosa pra caramba e andei bisbilhotando o seu Orkut...não pude deixar de ler o seu blog que por sinal me proporcionou momentos de total descontração depois de ter passado uma noite puta da vida pela sacanagem do trio elétrico. Adorei e dei muita risada com as coisas que vc escreve.
Vou te add porque quero continuar tendo notícias suas, falou?
E obrigada por participar da comunidade que Sandrinha criou pra mim. Sandrinha é uma velha fã desde os tempos do Cheiro.
Beijos..."

A remetente? Laurinha!

Se você teve dificuldades com o post anterior, vou antecipando que Laurinha foi a primeira puxadora de trio. Sim, alguns preconceituosos falaram sobre a sexualidade de Luis Caldas, quando ele apareceu de cabelo comprido e se requebrando todo, mas mulher, mulher mesmo... a primeira foi Laurinha.

Era na Cheiro de Amor... aliás, que se chamava na época Pimenta de Cheiro!

Bom gente é difícil de explicar pra alguns, mas isso é do tempo da mortalha (pois é, o carnaval não começou com o abadá), do tempo que não tinha trio na Barra, do tempo que tinha encontro de trios na Praça Castro Alves, do tempo de "Pipoca, pipoca louca" (cantada por Laurinha), do tempo de "pega ela aí, pra quê, pra passar batom, pra quê, pra fica bonita, lá em Itaparica" (cantada por Sarajane), do tempo de Missinho (que largou o Chiclete com Banana pra cantar sozinho)!!!!!
Meudeusdocéu.

Laurinha conseguiu causar um efeito em mim muito pior do que o que Débora causa. Me sinto um velho, ultrapassado, careta... epa! De repente me lembrei que sou do tempo das caretas!

(PS. o link de referência desse post é uma página do orkut, por isso só vê quem tem orkut, ok?)

domingo, 26 de fevereiro de 2006

Cara de uma...

Entre os micos desse carnaval um que está sendo bem divulgado é o do cantor do Jammil que chamou Betty Faria de Sônia Braga. Como eu sei que muitos dos foliões vão perguntar: "Ele confundiu quem com quem?", resolvi colocar aqui fotos das duas para as pessoas saberem.


E aí? deu pra ver quem é quem?

Aversão, a versão!

Eu ouvi de um folião que Margareth Menezes chamou Bono pra cantar com ela, mas ele não cantou. Não sei se foi verdade porque não vejo Os Mascarados nem pela TV. Mas a história por trás disso, totalmente falsa e inteiramente inventada por mim, é a seguinte:

Bono, a respeito de quem Margareth disse que "não faz demagogia, fala de coisas profundas", até se prontificou a cantar com a Diva da Tradição, Família e Heterossexualidade Baiana, mas como ele não saiba a letra da novíssima e quase inédita música da afinadíssima cantora, Faraó,
ele pediu que alguém traduzisse seu mais recente e estrondosso hit:

"The dirt, it does not pardon - That Good!
It washes, clean and the dirt disinfects - That Good!
With That Good the cleanness turned party - That Good!
That pretty, that is that passes - That Good!
That clean, that brightness, that mass.

It only looks at that beauty, only looks at that softness.
That Good that clean everything and makes party with cleanness.
The dirt, it does not pardon...

THAT GOOD, THAT EVERYTHING!"

Mas Bono decidiu que não deveria interromper um show que agradava tanto o público carnavelsco como foi o de Eduardo Dusek, e por isso decidiu não cantar.

De qualquer forma, para provar que não houve nenhum mal estar entre ambos, a produção da cantora divulgou uma foto de Margareth beijando o vocalista do U2.







Essa imagem foi criada pelo pessoal do CONTOS MALIGNOS. Eu, sem autorização deles, confesso, acrescentei a letra da música pra adaptar ao meu texto. Mas a criação foi toda desse pessoal bacana que NÃO está pensando em me processar. Visitem o site deles aqui: www.contosmalignos.blogger.com.br

O fato e a versão

Quem leu as notícias sobre Carlinhos Brown "criticando a violência", mas não ouviu o que ele disse na TV (supondo que quem tava na rua sequer prestou atenção), vai ter uma idéia errada sobre o que aconteceu.

Pra começo de conversa, as duas matérias que eu li vêm da mesma fonte: a Reuters. Ou seja, é a mesma nota reproduzida nos mínimos detalhes pelo Último Segundo, pelo Terra e pelo UOL.

A Band estava presente, mas na sua página destinada ao carnaval, na opção notícias, encontramos uma coluna social eletrônica que destaca "notícias" "importantes" como o encontro dos apresentadores da emissora na piscina do hotel. Ooooooooooh!

Mas voltemos à notícia da Reuters reproduzida pelos sites da internet. Como coloquei os links, espero que vocês leiam sobre o que estou falando, e agora vou dar a minha versão do que eu vi.

Daniela Mercury cantava e viu uma briga. Pediu pra trio parar. Reclamou com o sujeito. Perguntou se era assim que ele queria "levar a vida dele?" Se essa violência era o que "ele queria pra ele?" Aí ela pediu pro trio de Brown parar de tocar por causa da briga. Foi aí que Brown soltou a primeira: "Tem que educar o povo o ano inteiro e não apenas só sete dias por ano".

Uma frase de efeito, sem dúvida, e que faz muito sentido. Brown tem projetos sociais e pode se sentir à vontade pra falar isso, porque está fazendo a parte dele. Mas Daniela também. Uma coisa não invalida outra. Mas foi válido o protesto do cantor, na minha opinião.

O que as notícias confundem é o que veio depois. As notas emendam esse episódio com o discurso do cantor, que inclusive chamou o Ministro à responsabilidade, como se Brown estivesse protestando contra a violência e a falta de educação do povo.

A briga que Daniela viu e que a fez parar o trio foi essa.

A polícia chegou, aparentemente a confusão passou e a música continuou. O discurso seguinte de Brown não foi feito na hora da briga, mas alguns minutos depois quando a polícia prendia uma pessoa. Hoje, acredito que tenha sido o agressor que está na reportagem acima. Brown criticou que a polícia tava prendendo o sujeito! A princípio pensei que ele reclama de algum ato de violência por parte dos policiais. Mas Brown gritava: "Olha, aqui. Olha os policiais prendendo um cara! Você está sendo preso por que, meu irmão? O que você tava fazendo? Ele tava fugindo?! Eu não vi ele fugindo de nada! Isso tem que acabar. Isso está errado, sr. Ministro!"

E aí continuou com seu discurso, que pode ser lido nas notinhas, mas não contra a violência e, sim, contra a polícia.

A princípio não entendi como Brown, de cima do trio, poderia avaliar se o cara que estava sendo preso estava fugindo ou não, tinha atitude suspetia ou não. No meu entender ele estava desacreditando o trabalho da polícia. E tinha uma boa razão pra isso. Logo me lembrei do carnaval do ano passado, quando ele foi preso.

O mais engraçado foi que, enquanto essas palavras eram proferidas, a câmera flagrou um sujeito tentando subir na escada do trio de Brown e sendo detido pelos seguranças do bloco, com delicadeza semelhante a que eu imagino que os policiais tenham reservado ao suspeito da agressão.

A questão não é opinar sobre as motivações de Brown, nem se indagar por que ele só começou os protestos sobre o carnaval do ano passado pra cá, quando o comando da cidade deixou de pertencer ao grupo político que o apadrinha. Talvez não caibam às agências de notícias tecer comentários sobre o fato de Brown fazer parte dessa elite que ganha muito dinheiro no carnaval e que seu "Camarote Andante" só é gratuito porque o ministério Público entrou com uma ação contra ele no primeiro ano, quando ele recebeu dinheiro público (através de incentivos fiscais) , mas seu trio se prestava a uma promoção de uma empresa de celular, onde só tinha acesso quem comprasse o aparelho.

O que se espera de uma agência de notícias, no mínimo, é que transcreva as coisas o mais fielmente possível. Comentários, elocubrações e deduções, a gente faz blogs afora.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Já é carnaval, cidade!

E vários casais estão mantendo uma tradição carnavalesca: o rompimento pré-carnaval. Alguns são mais precavidos e dizem que só vão dar um tempo. Mas o esquema é ficar sem compromisso pra poder pegar quem quiser durante a (os chavões do carnaval só perdem pros da eleição) folia momesca e depois voltar pro braços do antigo companheiro, como se nada tivesse acontecido.

Antigamente, eu me lembro que esse esquema era uma forma das meninas corneadas, não se sentirem corneadas. Elas "rompiam" o namoro, o namorado comia quem queria (bom, na verdade comiam quem queria ELE), e depois reatavam.

Mas com o tempo, as mulheres perceberam que já que estavam "rompidas" (e já estavam mesmo) elas também podiam dar pra quem quisesse (e durante o carnaval, com muita cerveja na cabeça, todos queriam).

Na avenida os separados se comportam de várias maneiras. Tem uns que saem juntos, no mesmo bloco, todos os dias, mas separados. Se não achar ninguém que os queira, eles transam um com o outro mesmo.

Tem as meninas que não seguram a onda do tal rompimento e fazem escândalo quando vêem o namorado com outra.

Tem os caras que não seguram a onda do tal rompimento puxam briga com o sujeito que tá querendo comer a namorada dele e apanha no meio da rua, enquanto a menina que ele tava levando pra comer, sai daquela baixaria, porque ela é fina, e vai dar pro primeiro bêbado que aparecer.

Bom, na verdade, tudo isso é em nome de uma hipocrisia que impede as pessoas de aceitarem que talvez não seja tão absurdo assim admitir que seus parceiros tenham relações sexuais com outras pessoas.

Eu sei que ao ler isso, uma palavra virá à mente de alguns: promiscuidade. Bom, é exatamente isso que estou pregando, já que promíscuo significa (corram pro dicionário): "que ocorre por acaso; fortuito, eventual, ocasional". Ou seja, um simples espirro pode ser promíscuo. Claro, essa não é a única acepção da palavra. Promíscuo também significa: "misturado ou compartilhado com elementos de conduta reprovável ou suspeita". Algo, como o Congresso Nacional, se a gente pensar bem. Até aí, nada demais. Outra significado pra essa palavra: "constituído de elementos heterogêneos juntados desordenadamente; misturado, mesclado, baralhado". Essa descrição não serviria para a mais casta das Igrejas Evangélicas?

Como podemos ver, ao menos na definição do Houaiss, não há nada de errado na promiscuidade,mas aconselho a todos que se não se candidatem a cargos eletivos.


Só que o peso dessa palavra faz com que os namorados fujam dela, além de outros fatores como machismo, possessão, egoísmo, insegurança, cultura, religião, etc. Preferem então fazer-de-conta que terminaram o relacionamento, para depois aceitar o parceiro de volta com a consciência tranqüila. Um de que não traiu e outro de que não foi traído. E, não raro, realmente não aconteceu nem uma coisa nem outra. Mas ninguém vai admitir, pois tem que contar pros amigos o quanto curtiu no carnaval.

domingo, 19 de fevereiro de 2006

Mais um, mais dois, mais três...

Essa semana soube que um amigo teve um filho. Poucos dias depois fui convidado para conhecer o filho de uma amiga. Isso tudo me fez pensar: por que a humanidade continua procriando?

Sim, porque o aumento da população, com a escassez dos recursos naturais, só provoca devastação do meio ambiente, pobreza, fome, guerra...

Em primeiro lugar, ao que me conste, a humanidade não está nem perto do risco da extinção. Pelo menos não pela escassez de exemplares. O mais provável é justamente o contrário: nos extinguirmos devido ao excesso de pessoas, através de uma guerra, talvez nuclear, ou pela destruição da camada de ozônio, por exemplo. Assim, qualquer tese sobre preservação da espécie perde argumento para essa reprodução desenfreada.

Minha amiga Ana Claúdia diz que é uma programação biológica. Bom, a infidelidade masculina também o é e nós não aceitamos esse fato assim como aceitamos a procriação. O ser humano se orgulha de ter superado seus instintos mais primitivos em prol de uma racionalidade e de uma convivência em sociedade, então não pode usar isso como desculpa, quando lhe for conveniente.

Há quem alegue um instinto paternal ou maternal que precisa ser satisfeito. Bom... então por que esse instinto não poderia ser aliado a um senso humanitário (e racional) que fizesse as pessoas adotarem crianças?

Ahá, acho que estou chegando à resposta. As pessoas querem um filho seu, que possua sua carga genética. Alguns povos antigos acreditavam na hereditariedade como forma de se perpetuar eternamente. Quem for cristão pode verificar isso facilmente na Bíblia com as promessas a Abraão feitas por Deus e pelas leis do povo judeu. Não era à toa que os judeus proibiam toda forma de sexo que não resultasse em procriação (homossexualismo, masturbação e sexo fora do período fértil da mulher).

Mas essa explicação religiosa também cai por terra, já que hoje há quem acredite em alma e na sua eternidade.

Assim, querer um filho com sua carga genética não passa de egoísmo baseado em instintos animalescos que não mais cabem. Aguardo as críticas.

Síndrome de Estocolmo

A Revista Superinteressante desse mês traz uma matéria sobre a Axé Music. Fala do surgimento do ritmo e mostra como estão hoje em dia algumas estrelas do carnaval baiano.

Sobre Margareth Menezes, o texto fala o que vem sendo repetindo há mais de ano, que a cantora deu uma de Gloria Gaynor, entregou sua vida a Jesus (até porque ninguém mais quis) e agora rejeita o público GLS que garantiu seu sucesso.

Pois minha amiga Andréa foi ao ensaio de Margareth nesse fim de semana e no dia seguinte comentou comigo: "Só tinha gay naquele Rock in Rio". A frase foi um pouco exagerada, até porque no continuar da conversa eu entendi que Andréa não voltou sozinha pra casa, o que indica que, ao menos, um heterossexual deveria ter lá.

Mas o importante é: se Margareth Menezes rejeita o público gay, faz questão de dar declarações públicas para desvincular sua imagem desse público, por que os gays insistem em dar seu dinheiro e sustentar a carreira dela?

Uma resposta seria ela ser tão boa, mas tão espetacularmente boa, única, insubstituível e essencial que as pessoas engolissem a humilhação de serem destratados por ela e fossem saracotear ao som dos seus berros. Acredito que nem o mais ardoroso fã apostaria nessa alternativa.

Outra possibilidade seria uma variação da Síndrome de Estocolmo, onde os agredidos, no caso a comunidade gay, passam a defender e até achar que dependem dos agressores, no caso a eterna cantora de Faraó-ó-ó.

Mas acho que tem mais a ver com a falta de amor-próprio e de vergonha na cara dos brasileiros. Somo um povo realmente sem orgulho. Aceitamos ser humilhados na política, nos restaurantes, nas artes, em tudo. Se uma boate nos atende mal, mas é freqüentada por todo mundo, lá estamos nós. Se um artista cancela um show em cima da hora, sem qualquer motivo, e deixa o público esperando, mas é famoso, lá estará esse público no próximo show. Se uma pretensa atriz agride repórteres, chamando capangas para deixá-lo nu e amarrado numa sala, mas ela é notícia, lá estarão os outros colegas fotografando-a no próximo desfile no sambódromo.

Somos colonizados e achamos que quem acha que pode pisar... é porque deve poder mesmo.

E lá vamos nós exageradamente querendo "migalhas dormidas" do pão de quem acreditamos ser importante.

Às vezes eu penso que falta muito para sermos cidadãos. Outras vezes eu penso que falta muito para sermos humanos.

sábado, 11 de fevereiro de 2006

Renascer da Paixão

Ontem fui pro show/gravação de dvd de Netinho. No começo, eu estava dizendo pra mim mesmo que estava indo mais por educação, porque recebemos convite, porque seria uma desfeita com Cris (a produtora) e quem sabe com o próprio, já que Cris garantiu que ela estava ligando a pedido dele.
Bem verdade que essa amizade é com Beto e não comigo, já que Cris foi aluna de Beto e ele conheceu Netinho. Eu conheci Cris e Netinho através de Beto e converso com ela eventualmente pelo messenger. Nesse intercâmbio conheci Cíntia, uma garota muito legal e minha amiga de MSN também.

De qualquer forma eu também tinha sido convidado e, quer ela e ele reparassem ou não minha presença, é desfeita pegar convite e não ir sem um motivo. Fomos à produtora apanhar os convites. Beto explicou logo a Cris que ele não iria sexta por causa da aula, só hoje é que ele vai.

Foi lá na produtora que eu vi as músicas que seriam tocadas e cai em mim que eu QUERIA IR praquele show. Eu gostava daquelas músicas e, só então percebi, gostava de Netinho. Pô as músicas são todas do meu tempo. Eu não consigo acompanhar essa mudança de Psirico, Harmonia, Rapazzola. Tem música que começa na sexta de carnaval e não dura até a quarta de cinza. Troca muito rápido, nem dá pra aprender a letra. Bem verdade que nesse curto tempo, eles intesificam a execução da música. Mas as de antigamente ainda ficam na memória, pelo menos na minha. Axé, pra mim, é Luiz caldas, Sarajane, Márcia Freire e Netinho... Nem vou falar de Laurinha ou Missinho, pra não correr o risco de alguém perguntar: "QUEM"?

Pois bem, assumi que gosto de sucessos do passado, que queria ver aquele show, peguei meu convite e chamei logo Andréa pra me acompanhar.

No convite dizia que o mesmo tinha que ser trocado na portaria de cima da Concha. O show estava marcado para às 17:00 horas. Fomos lá e não tinha ninguém trocando. O segurança não tinha certeza se seria lá ou embaixo. Logo veio uma pessoa da produção correndo e falou:

- É trocar convites? Vocês trocam lá embaixo na hora de entrar. Eu já vou informar todos os seguranças daqui de cima. O show começa às 18:30h em ponto. Vocês podem ir se arrumar e trocam na hora de entrar.

A informação de que o show ia começar EM PONTO com uma hora e meia de atraso, ficou obscurecida pela recomendação "podem ir se arrumar". Eu e Andréa nos olhamos pensando a mesma coisa (eu já comentei no post anterior que a gente pensa igual), há poucos minutos eu tinha devolvido um traje que usei na posse como diretor. Se soubesse que o show exigia traje a rigo teria mantido.

Descemos, nos sentindo um lixo, e fomos pro portão. Lá, um monte de fã clube, cada qual com camisetas de uma cor. Mas também muitos do populacho, "desarrumados" como a gente. Aí me deu um pânico. Além do convite, eu recebi um bracelete pra ficar numa área vip, que eu nem sabia onde era. E se era área fosse praqueles fãs e eles resolvessem filmar lá pro DVD? A gente ia acabar saindo no DVD e desarrumados... tive medo.

Ao entrar, procuramos o lugar das pulseiras. Fiquei tranqüilo, não só os fã-clubes não ficaram ali, como dificilmente alguém filmaria a gente ali.

O cenário estava muito bonito, com a Igreja do Bonfim, o Elevador Lacerda e o Farol da Barra. Netinho cantou o Hino ao Senhor do Bonfim, em off, e entrou cantando Capricho dos Deuses. Gostei muito do show. A participação de Ivete, como era de se esperar, foi impagável. Ela prometeu uma piada, mas na hora não quis contar. O povo gritava "conta, conta". E ela: "Se eu contar essa piada, vou me queimar com toda a imprensa". E o povo "conta, conta". E ela: "Não pode não, gente, é piada de cu, não pode falar".

Uma senhora perguntou se eu e Andréa éramos irmãos. Nós respondemos que não e ela disse que a gente era parecido. Perguntou se éramos namorados. Nova negativa e explicamos logo que éramos amigos, antes que ela continuasse nessa de tentativa e erro. A senhora queria saber a idade de Netinho. Coisa que a gente não sabia responder. Lembrei que, apesar de estar em melhor forma, ele certamente era mais velho que eu. E pensei (sei lá porquê, talvez pela pergunta daquela senhora) que, se eu e Andréa tivéssemos tido um filho quando nos conhecemos (não que tivesse havido a menos chance disso na época), hoje ele teria a idade de boa parte daquele público, já que teria 18 anos.

Quando o show acabou, Andréa estranhou que não teve espetáculo na Sala do Côro, porque estava fechada. Ao chegarmos no carro, descobrimos o porquê. Passava das 11 da noite. Lembrei então dos fogos que pipocaram na última música e pensei, "meu Deus aquilo foi às 23 horas? Os vizinhos devem ter amado". Bom, eu gostei e vou hoje de novo. Andréa promete levar a máquina, então espero ter fotos no próximo post.

Claro que hoje eu vou mais bem arrumado.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Andréa

Recebi uma linda declaração de amor. E quem acha que essas manifestações são bregas, piegas ou sentimentalóides, que passe batido e espere até eu poder postar de novo.

Em primeiro lugar vocês devem ir no blog AOS CUIDADOS DA NAVE. Depois procurem o post intitulado DJAMAN.

Pra quem achar que aquele sujeito magro da foto não pode ser eu... eu digo que sim, eu fui magro um dia. O post é sobre mim.

Começa que o título é meu nome, então é sobre mim, mesmo.

Déa é uma grande amiga. A conheci em 1988. Eu extremamente tímido, quase tapado e sem graça. Ela, divertida, falante, amiga de todo mundo. Inclusive de mim.

Ela nas festas da faculdade, nas baladas e eu lá, na segunda-feira, ouvindo as histórias. Tudo bem que eu até ia em uma ou outra, mas em geral não me lembro de ser enturmado. A verdade é que nossa turma era muito legal e a maioria das pessoas se davam bem. Mas lembro que, por algum motivo, depois que eu abandonei a faculdade, ainda continuei a manter contato com Andréa. E só com ela.

Com o tempo a gente já entendia os "esquemas" um do outro, quando saíamos juntos já sabíamos quão chato estávamos achando o primo de fulana, e tínhamos a mesma opinião sobre a namorada brega de sicrano.

Eu me mudei, ela se mudou... eu, pra Camacan, ela, chique, pra Inglaterra, Malta, EUA.

Parece incrível que, no período recente em que estávamos na mesma cidade, quase não nos falamos por vários meses.

Não brigamos, nem nada. Apena um parou de falar com o outro, antes de dizer porque ia parar de falar com o outro, parafraseando Claudio Simões.

Eu antipatizei com um amigo dela e nunca me conformei com a amizade e dedidação que ela dispensava a alguém que, no meu entender, não merecia e só queria se aproveitar dela. Ainda penso assim, por sinal.

Não sei quem ligou pro outro primeiro, mas com o meu gênio, tenho quase certeza que foi ela. É, sim, foi. Lembro que atendi o telefone e, depois de tanto tempo sem a gente se falar, ela disse: "Venha cá, você não vai mais falar comigo, não é?" E voltamos a nos falar. Muito!

E não paramos mais de falar. Sobre tudo e todos.

Agora estou eu em Itaberaba e ela de malas prontas pra partir de novo. Mas o mundo é outro. Hoje, com aInternet, nossas contas telefônicas não serão tão afetadas quanto antes.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Pra não dizer que eu só reclamo.

Conheci uma pizzaria muito boa, com preço compatível com a qualidade e um bom atendimento.

Eles tem delivery, mas é legal ir lá. Quem quiser pedir em casa, pode escolher o sabor pelo site.

Fiz meu comercial.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Head Movie

Existe uma premissa de que filmes alternativos devem ser elogiados por todo mundo. Todos tem obrigação de gostar, aliás, de adorar. E se você não gostou é porque não é inteligente suficiente para entender o filme ou você é muito comercial e tem aquela visão de cinema americano.

Algumas pessoas podem não achar engraçado filmes como A SOGRA ou dizer que é OS IRMÃOS GRIMM é um filme ruim, mas basta o filme ter o rótulo ALTERNATIVO ou INDEPENDENTE pra seu uma unanimidade de crítica.

Se for europeu então... nem se fala. E ai de quem não gostar de um Almodòvar!

Pois eu quero dizer que achei Brokeback Mountain muito chato. O filme é arrastado e a história poderia ser contada num curta metragem. Compreendo que algumas pessoas tenham gostado, mostra dois cowboys gays, com cenas que a Globo não permitiria que Glória Perez sequer pensasse em escrever. Mas é chato. E o que me admira não é que tanta gente tenha gostado, mas que não ouço ninguém dizer que NÃO GOSTOU. Nenhuma obra pode ter aceitação unânime. Isso é impossível. Lógico que deve ter gente por aí que não gostou, mas deve ter ficado calada, ou pior, engrossou o coro dos entusiastas do filme.

Bom, correndo o risco de parecer ignorante, digo que achei um filme razoável, mas não sairia de casa pra vê-lo.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Em Itaberaba

Qual a menor distância entre dois pontos?

Pro pessoal da Águia Branca, deve ser uma parábola cujo vértice é v=inferno! Só isso pra explicar que eu saí de Salvador às 06:30h e percorri os 267 km chegando em Itaberaba às 14:00h!

Eu percebi que tinha problemas logo na saída quando percebi que o carro não tinha ar condicionado. Até Feira de Santana foi tudo bem. Depois que saímos de Feira e o cobrador veio checando as passagens, descobriu que um senhor (eu ia dizer velho, mas até então ele era um senhor) estava no ônibus errado. Paramos a viagem. O senhor, que a essa altura trataremos de velho, ia pra Itabuna. E se recusou a ser largado na estrada, proposta inicial do cobrador, pra voltar pra Feira por conta própria. Nesse o que faz, oo que não faz, o velho desce do ônibus, tiram a bagagem do velho, o velho volta pro ônibus, o velho desce de novo e volta aborrecido.

Depois que o cobrador se convenceu que a culpa foi dele porque não conferiu as passagens antes dos passageiros subirem, voltamos pra Feira pra deixar o senhor (que afinal não tinha culpa). A viagem prosseguiu. Entrou uma senhora que começou a chupar umbu... imaginei o quanto aquilo tava quente. Imaginei só pq recusei, já que ela me ofereceu.

Parecia que eu nunca ia chegar, o ônibus entrava em cidade, saía de cidade, cada uma mais feia que a outra. E quando não era cidade... era o nada. Terra seca, sem um verde...

Finalmente cheguei em Itaberaba. Fui procurar negociar preços nas pousadas. Uma fez uma oferta boa. Fui falar com o dono de outra. O pessoal me avisou que ele era ruim de negócio, mas pensei que o máximo era ele dizer que o preço dele era aquele e não tinha pacote. Mas não fez isso, tentou me enrolar dizendo que o preço era mais alto e propôs um pacote em que eu pagaria adiantado O MESMO PREÇO QUE ELE COBRA NORMALMENTE PRA QUALQUER HÓSPEDE. Eu disse que ia voltar à tarde e sumi. Durante a conversa fiquei com a impressão que o cara parecia alguém, mas não conseguia lembrar. Hoje lembrei, ele é idêntico ao Dino da Silva Sauro. Um jeito moleirão, gordo, cara de preguiçoso... e pelo visto, também se acha mais esperto do que realmente é.

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...