segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Erguei as mãos...

Cena 1. Local: Loja paroquial em Santo Amaro da Purificação - Bahia.
Eu: Quanto custa esse cd?
Vendedora: R$ 22,00
Colega: Tem desconto?
Moço sentado: Se for nascido em Santo Amaro, tem.
Vendedora (atendendo o telefone, falando para o moço sentado): Padre, vem alguém aqui tratar sobre casamento.
Moço sentado (agora identificado como padre, após atender ao telefone): Você são daqui?
Eu: er... hã... er... gasp
Colega: Eu sou, ele é de Salvador, mas trabalha aqui.

Cena 2. Local: Parque da Cidade. Antes do show de Mart'nália.
Um amigo internauta: Oi, tudo bom?
Eu: Tudo e você?
Amigo: Bem...
(Andamos juntos pela entrada, e eu ali percebendo uma terceira figura com quem não falei)
Amigo: Você conhece o Padre *******?
Eu: er... bem... gasp... sim

Essas duas situações, ocorridas na mesma semana me fez perceber que tenho problemas com padres. Não sei porquê, mas tenho.

Eu fico desconcertado na presença deles. Como não fui criado numa família católica, nunca tive contato com padres na infância, nem na adolescência. Acho que por isso não sei como me relacionar com eles. Não sei como me dirigir a eles, como tratá-los.

O primeiro padre que eu vi ao vivo, foi um professor na faculdade. Mas aí, ele entrou na categoria professor e assim foi. Tudo bem que ele era tratado como Padre Rubens, mas pra mim era o mesmo que chamar Edgar Borba, Edna Saback, era como se o nome dele fosse aquele. E a experiência não foi muito boa, não. Padre Rubens não gostou quando eu respondi, na primeira aula, que não tinha religião. Ele veio com um papo que temos sempre a religião em que nascemos, apesar de não a praticarmos e eu disse que nem essa eu tinha porque não era batizado. Sim, eu era pagão. Situação que orgulharia minha atual postura agnóstica, se não tivesse me batizado numa igreja protestante aos 20 anos. Mas isso é outra história. Padre Rubens também não gostou quando eu o corrigi que o Alcorão não era o livro dos judeus, e, sim, dos mulçumanos. Era 1988 e ainda não tinha acontecido o grande fato que colocou os mulçumanos e seus costumes no imaginário dos brasileiros: A novela O Clone. Mas apesar de não gostar de mim, Padre Rubens nunca me perseguiu e sempre foi justo nas notas, então não é por causa dele que me sinto pouco à vontade diante de um padre.

Acho que é mesmo o estranhamento diante do desconhecido. O que eu sei sobre padres? Apenas aquilo que é de conhecimento geral: eles usam batina (mas eu sempre os vejo com roupas comuns), els podem unir pessoas para sempre, eles jogam uma água que evitam que as criancinhas vão para o inferno e se eles mantiverem relações sexuais, as mulheres viram mulas-sem-cabeça.

Mas e no dia-a-dia? Como se comporta um padre no coditiano? Imagine que eu seja amigo d eum padre e vá ao McDonalds. Eu peço um Big Mac com suco de uva, aí, acidentalmente, o padre gesticula e passa o braço sobre meu lanche... eu posso comer daquele pão e beber daquele vinho?

Brincadeiras à parte, não tenho a menor idéia do que me deixa desconfortável na presença de um padre. Sei que não é um problema do tipo que Almodóvar tem com os padres, mas espero que não seja um desconforto do tipo que Linda Blair sentia.

2 comentários:

  1. Meu Deeeeeeeeeeeeeeeeuuuuuusssss!!!! (sem trocadilho)Eu não me lembro de Padre Rubens...

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  2. 1º) Padre Rubens não deveria ser chamado de professor;

    2º) Quando descobrir as causas do seu problema me conte!

    rs

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Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...