Questão de ponto de vista.
A morte do menor João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, chocou a população, reacendeu a discussão sobre a maioridade penal e até mudou o nome de uma praça no Rio de Janeiro.
O crime foi chocante, nem posso imaginar como os pais estejam se sentindo. A situação dos menores infratores parece mesmo sem solução, mas... eu leio coisas como essa:
Em 15 dias tivemos cinco crianças e jovens mortos em favelas do Rio de Janeiro. Uma dela, de três anos, na favela da Maré, em pleno dia de eleição, numa ação no mínimo equivocada da Polícia Militar. O assassinato da criança gerou protestos e confusão na comunidade de Nova Holanda e mais uma vez não será constatado de onde partiu o tiro.
A notícia é de 17/10/2006, mas o Fantástico não foi atrás dessas mães, não fez entrevista, não teve governador se pronunciando e, certamente, não teve praça alguma em homenagem a essas crianças. Tampouco consta que o coronel-geral da PM tenha ido a esses enterros ou que o Presidente da República tenha se pronunciado sobre esses crimes.
Não estou dizendo que a morte do menino de 6 anos não foi uma tragédia, nem que a mobilização é inútil, mas é preciso ver o que estamos realmente buscando.
Qual a diferença entre a tragédia dessa família e daquelas da favela? Por que a morte d eum garoto virou manchete nacional e a de 05, não? Se a gente não consegue ver isso, dificilmente achará uma solução. Ficaremos reduzindo maioridade penal, aumentando as penas, instituindo a pena de morte e... o que isso resultará?
Que diferença faz pra um menor desses saber que SE for preso, ele PODE pegar uma sentença de pena de morte? Ora, SE não for preso, e SE não comenter crime algum, ele pode levar um tiro em casa. E nem aparece na TV!
O crime foi chocante, nem posso imaginar como os pais estejam se sentindo. A situação dos menores infratores parece mesmo sem solução, mas... eu leio coisas como essa:
Em 15 dias tivemos cinco crianças e jovens mortos em favelas do Rio de Janeiro. Uma dela, de três anos, na favela da Maré, em pleno dia de eleição, numa ação no mínimo equivocada da Polícia Militar. O assassinato da criança gerou protestos e confusão na comunidade de Nova Holanda e mais uma vez não será constatado de onde partiu o tiro.
A notícia é de 17/10/2006, mas o Fantástico não foi atrás dessas mães, não fez entrevista, não teve governador se pronunciando e, certamente, não teve praça alguma em homenagem a essas crianças. Tampouco consta que o coronel-geral da PM tenha ido a esses enterros ou que o Presidente da República tenha se pronunciado sobre esses crimes.
Não estou dizendo que a morte do menino de 6 anos não foi uma tragédia, nem que a mobilização é inútil, mas é preciso ver o que estamos realmente buscando.
Qual a diferença entre a tragédia dessa família e daquelas da favela? Por que a morte d eum garoto virou manchete nacional e a de 05, não? Se a gente não consegue ver isso, dificilmente achará uma solução. Ficaremos reduzindo maioridade penal, aumentando as penas, instituindo a pena de morte e... o que isso resultará?
Que diferença faz pra um menor desses saber que SE for preso, ele PODE pegar uma sentença de pena de morte? Ora, SE não for preso, e SE não comenter crime algum, ele pode levar um tiro em casa. E nem aparece na TV!
A diferença é a forma. Ou, subsidiariamente, o sujeito. Porque quando muda isto parece mudar o fato, que no resto é repetido. E fato diferente, inédito, pode ser a desgraça que for, vende!!
ResponderExcluirNa real, a crítica é que a gente perde muito tempo com a forma. Né!?
Tô começando a achar que é sempre o mesmo anônimo...
ResponderExcluirTava pensando em escrever sobre isso tb. Até discuti com meus alunos isso ontem. Por que algumas mortes valem mais do que outras para o jornalismo (e para a sociedade tb)? valeu, e adorei o video do show e os seus comentários no a tarde on line. bj, leandro
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