terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Cheguei!

Voltei pra Itamaraju.

Por economia de tempo, e não de dinheiro, resolvi vir de avião. Como a TAM estava com uma promoção para venda casada ida-e-volta, aproveitei.

Cheguei no chek-in antes do previsto. Uma coisa rara e, devo dizer, agradável. Enquanto para os outros vôos formavam-se filas enormes, eu me dirigi tranqüilamente para a moça responsável pelo meu. Tudo tranqüilo, procedimento rápido. Chegou mais alguém na fila e a moça resolveu compartilhar conosco que ela estava "apertada, pois toda hora chegava um e ela querendo fazer xixi. Já estava segurando há uns 40 minutos". Simpático isso da TAM, né? Cria um clima de intimidade. Na minha opinião, demais e desnecessária, mas deve ter gente que gosta.

Peguei o cartão de embarque e fomos almoçar. Depois fomos à banca de revista e ficamos fazendo hora. Ficava acompanhando no monitor sobre o vôo. Sempre confirmado, mas ainda não estavam embarcando. O embarque era para as 12:40 e o vôo 13:20. Às 13:25 eu resolvi que, não importava o que dizia o monitor, era melhor entrar logo porque tava muito estranho. Procurei o cartão de embarque e não encontrei. Olhei tudo e nada.

Voltei pro balcão da TAM. A moça mijona não tava lá e a outra, após eu dizer que tinha perdido o cartão de embarque, me olhou como se eu fosse estúpido, me fazendo realmente me sentir assim, e disse que precisava ver com a supervisora o que poderia fazer. Ela saiu e eu fiquei lá humilhado, me sentindo um imbecil por ter perdido o cartão. Pensei em me justificar, dizendo a ela que eu não tinha acabado de receber o cartão e perdido logo ali, que eu cheguei cedo, que fui almoçar, entrei em várias lojas... mas não deu tempo. Ela voltou, nem olhou pro retardado aqui e foi no computador imprimir uma segunda via.

Ainda escreveu bem grande no cartão: 'REIMPRIMIDO". Pronto. Minha estupidez tava ali, bem grande, pra todo mundo ver, em português errado. Aposto que ela escreveu assim por pensou que uma pessoa que perde o cartão de embarque, deve falar "reimprimido".

Despedi-me (viu como eu sei português, moça da TAM?) de Beto e embarquei. O moço cortou o tíquete, ficando com a parte que revelava minha imbecilidade e me deu só um canhotinho, sem marca alguma. Agora eu era um passageiro normal de novo e não um de 2ª via.

Tinha uma fila enorme no portão, mas ainda não estavam embarcando. Fiquei até com medo. Será que não tinha mais lugar marcado? Se tinha, pra quê a fila? Ao que eu saiba o avião só iria sair depois que todos estivessem dentro. Então, sentei e esperei, ao menos, o embarque começar.

O moço chamou os passageiros dos assentos 12 a 28. E os velhinho, as criancinhas, as mamãezinhas (não ele não falou assim. A TAM tá íntima, mas nem tanto). Eu era 22, então fui.

Quase na minha hora vai um rapaz mostrar o bilhete. O moço olhou, devolveu a ele sem dizer nada, deu as costas pra ele e saiu perguntando pela fila, em alta voz: TEM MAIS ALGUÉM PROS ASSENTOS 12 AO 28?

Pronto, perdi meu posto de mais estúpido daquele vôo, ficou com o cara que tentou entrar na hora errada.

Entrei no avião e tava saindo um monte de fumaça. Eu vi que era do ar condicionado, mas nunca tinha reparado que era tanta fumaça assim. Aliás, acho que não é bom que nada num avião funcione com fumaça. Não causa uma boa impressão. Na minha frente um probleminha. A família dos assentos 20A, 20B e 20C, sabe-se lá porquê, resolveu sentar nos assentos 22D, 22E e 22F. O sr. da minha frente era de um desses assentos. Mas concordou em sentar-se na 20A. Resolvido esse probleminha pude passar pelo corredor e sentar no meu lugar, por sinal 22A. Janela.

Chegaram os outros dois da fila 22 que a família ursupou. O natural seria acomodá-los na 20B e 20C, mas isso aqui, ô, ô, é um pouquinho de Brasil. A família intinerante conduziu a dupla para o 21D e 21E e achou que o problema estava resolvido. Estava até os donos da 21D e 21E chegarem. Aí eles tentaram... bom, nem sei o que mais eles queriam porque alguém se emputou e disse que queria sentar no seu lugar mesmo, aí não teve jeito senão a família voltar pro lugar de origem, perturbar o pobre senhor que já estava acomodado e atrapalhar todo mundo. Imagine essa manobra toda de 8 pessoas num corredor estreito de avião. Nisso, estavam chegando uns 6 italianos que tiveram alguns dos assentos tomados nesse vai-e-vem e não tavam entendendo nada. Eu só imagino que, se o compreensivo senhor tivesse dito de cara que não iria trocar de lugar seria tido como chato, intransigente e tudo o mais. Mas eu é que não troco. Que me desculpe quem quiser, cada um compra sua cadeira numerada e, a não ser por um motivo muito forte, eu não troco de lugar. Já pensou se eu sou esse velho? Concordo em trocar, me ajeito todo e depois tenho que mudar pro lugar onde eu deveria estar? Ah, qualé!

Cheguei em Porto Seguro preocupado com uma coisa. Na hora da segunda via, a moça não me deu novo ticket da bagagem. Ela disse que eu teria que comprovar com a identidade. Não foi preciso pq em Porto Seguro ninguém olha essas coisas. Saí e fui pra rodoviária. O ônibus pra Itamaraju tinha acabado de sair. O próximo só mais de 2 horas depois. A moça me aconselhou a ir pra Eunápolis, pois teria um ônibis dali a 30 minutos e lá eu pegaria outro mais facilmente. Aceitei. O ônibus de Eunápolis chegou pontualmente. Peguei a mala e a sacola e entrei no carro. Não quis colocar a mala no bagageiro. Já estava sentado quando o fiscal avisou: "Quem vai direto pra Eunápolis tem um outro ônibus saindo ali que é direto. Esse aqui entra em vários lugares". Saí, com a sacola e a mala e entrei no outro. Era um microônibus e não tinha lugar pra mala. Coloquei a mesma no assento ao lado, que jeito? Felizmente o microônibus não encheu e lá saímos nós, de ar-condicionado e tudo. Mas alegria de pobre, já sabe, né? O pneu do ônibus furou, nem bem andamos 3 kilômetros. Só foi o tempo de parar o ônibus que estávamos antes e entrar todo mundo de novo, claro que sem achar os mesmos lugares que tínhamos antes. Aí resolvi deixar a mala no bagageiro mesmo.

Cheguei em Eunápolis e não demorou muito pro ônibus para Itamaraju. Entrei no carro. Algumas pessoas entraram e foram logo se dirigindo ao banheiro e voltaram reclamando do mau cheiro. Eu já percebi que tem gente que não vai no banheiro da rodoviária e, assim que o ônibus chega, vai logo no banheiro do ônibus. Só que pelo reclamar, aquilo lá dentro tava insuportável e ficaram todos apertados e reclamando com o motorista. Lembram da moça da TAM? Acho que era o dia das pessoas segurarem o mijo.

O ônibus seguiu pra garagem e entrou alguém pra limpar o banheiro. Foi um debandar geral pra frente do ônibus, o fedor estava demais. Eu acho que seria o caso de chamar a polícia pois tinha algo morto lá dentro. Depois de "limpo" o banheiro, o que significa que jogaram um desinfetante que só do cheiro a gente sentia arder, seguimos viagem e finalmente estou aqui.

Se compensa tudo isso ao invés de vir direto de ônibus desde Salvador pagando um quarto do valor? Bem, mais aí eu não teria o que contar aqui, né?

5 comentários:

  1. Menino... Isso que é ser problemático... Esse blog está mais clean.. Gostei.. Só não colou o meu nos links.. Fiquei triste..
    Olha, com tanta emoção em viagens, vou te levar para Canoa... LOL Quer ir e perder a chave do carro??? Beijos e saudades

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  2. Nossa!!!

    Vai rezar...kkkkk.

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  3. De quando em vez determinadas coisas tem lugar e horário para acontecer...o problema é que nós mortais não fazemos a mínima idéia como pode-se achar esta agenda de compromissos que o dono é simplesmente o próprio universo.Vou ser mais uma vez piegas:"...é incrivel a força que as coisas parecem ter, quando realmente precisa acontecer."

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Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...