sábado, 17 de novembro de 2012

Facebook is on the table.

Ao dar opiniões divergentes dos autores de certas postagens percebi algumas reações. Uns contra-argumentam de forma fundamentada. Muitos rebatem com sofismas ou com ilações que nada têm a ver com o tema, ignorando argumentos e fatos. Mas tem uma parcela de pessoas que simplesmente se ofendem e reagem com a postura: " esse Facebook é meu, escrevo o que quiser e não admito ser contrariado".
Na verdade, a falta do embate, a incapacidade de admitir uma antítese e a rejeição à dialética não são exclusividade do Facebook, antes o fosse. Estão nos bares, nos lares e, por mais contraditório que pareça, nas universidades.
Recentemente alguém se opôs a um comentário meu dizendo que não "achava", mas que "tinha certeza" do que falava. Na verdade, esse é um problema da humanidade hoje em dia. Todos têm certeza de tudo. Ninguém duvida, por isso ninguém questiona, ninguém pesquisa, ninguém ouve uma opinião contrária.
Eu duvido. Duvido de tudo. Acho que sempre há um outro lado da história. Ao contestar uma opinião, não preciso expor os fatos que corroboram a idéia contrária a minha, afinal o autor já está convencido daquilo. Por isso apresento apenas o ponto de vista contrário, a fim de mostrar que há mais de um modo de pensar.
Por conta disso me disseram que "não sou dono da verdade". Bom, da minha verdade, eu meio que sou dono. Apesar de a minha verdade ter participação de vários outros, eu a construí da forma que achei melhor. Mas tenho consciência de que é a "minha" verdade.
E se ela é minha, por que compartilhar?
Porque do mesmo modo que "minha" verdade se modifica com a observação das verdades alheias, a verdade do outro também pode agregar elementos da minha.
A verdade "verdadeira", acredito, é inalcançável. Ao menos nesse estágio de consciência que usamos. Acho que foi isso que Platão disse com o mito da caverna e Paulo replicou quando disse "agora vemos em parte, como que por um espelho". Mas acho que se juntarmos os fragmentos que cada um tem dela, quem sabe, poderíamos chegar a uma visão mais próxima do todo.
As redes sociais se prestariam muito a essa tarefa. Mas esbarra no ego das pessoas. Esse, sim, muito mais concreto e palpável que qualquer verdade.

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