quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Gravações na grave greve




Como eu imaginei, as gravações exibidas ontem no Jornal Nacional, revelando que Marco Prisco comandou, sim, atos de vandalismo durante a greve dos PM's, mudou o cenário das manifestações hoje.
Não havia alternativa, ou eles desocupavam a Assembléia Legislativa, ou seriam invadidos sob os aplausos do povo que, até ontem, responsabilizavam o governador por esse caos todo.
Não que o governador seja inocente, nem que a lista de culpados acabe em Marco Prisco e Benevenuto Daciolo.
Na verdade, essas gravações revelam um pouco do jogo que se desenrola fora das vistas do povo, dos trabalhadores, de quem pensa que manda alguma coisa nessa democracia, mas é usado pra lá e pra cá.
A greve não era por melhores salários na PM, como quase nunca é em todos os sindicatos, principalmente de servidores públicos. É um cabo de guerra político que utiliza uma reinvidicação justa dos trabalhadores para derrubar, manter ou levar alguém do, no ou ao poder.
Não à toa, Marco Prisco e Benevenuto Daciolo forai candidatos a deputados estaduais.
A primeira conversa de Prisco chamando policial do Rio é reveladora do que acontece. Mostra que tem pessoas de fora praticando esse terrorismo. Aí fica o jogo de empurra. O governador, que bem sabe como as coisas são feitas e não foi à toa que pediu essas gravações, não pode revelar abertamente porque ele mesmo participou desse esquema em 2001. Aí diz vagamente que esses atos são praticados pelos PM's, lançando a população contra os policiais, sendo que muitos desses não sabem do esquema e se sentem injustiçados. Os dirigentes dizem que esse pessoal que tá fazendo isso é gente se passando por PM baiano, o que, em parte é verdade. E a população, no meio, defendendo um ou outro nas redes sociais e botecos da vida, batendo boca, sem perceber que a briga deles nada tem a ver com a melhoria das condições de vida de ninguém.

Como virou regra na política, Prisco negou que nós tivéssemos ouvido o que ouvimos. Diz que a gravação está incompleta. Bom, não sei o que pode ter ali que remende o "eu vou queimar viatura, eu vou queimar duas carretas na Rio-Bahia" e o "fecha a BR aí". Além do mais, qual seria então a desculpa razoável para Prisco ter chamado "toda a tropa" para Salvador? Para manifestações pacíficas?! Então onde estão eles que a gente não viu na cidade?

Na segunda gravação, o PM carioca questiona sobre a PEC 300. Convenientemente, a Globo ou a justiça ocultou o nome dos interlocutores dos PM's nas conversas. Disse que um era um deputado, nem poderia ocultar isso pois o conteúdo da gravação deixava a entender. Mas a participação desse deputado precisa ser investigada. Alguém que lê esse blog tem o número do celular de algum deputado? Fala com ele através de telefone, email, carta, sinais de fumaça (Emília, cartões de dia dos namorados não se enquadram no tipo de correspondência a que estou me referindo)? Então esse deputado deve ter alguma ligação com a associação, precisa investigar até onde. No mínimo, ele sabia das intenções de Daciolo de estender esse movimento para o Rio e inviabilizar o carnaval da Bahia e do Rio. Aqui abro um parêntese: estou pouco preocupado com a situação dos megaempresários de trios e camarotes ou com os bicheiros das escolas de samba, mas um deputado deveria se preocupar, no mínimo, com a segurança de cidadãos e turistas que participam desse evento. Mesmo que as pessoas cancelem, acaba tendo prejuízo ou para quem pagou ou para as empresas que são legítimas e estão fazendo um serviço lícito. Fecha parêntese.

Na terceira gravação, uma mulher, também não identificada, diz que os policiais não devem negociar para que isso viabilize a greve no Rio. Ou seja, a situação dos policiais não importa. É uma questão política. Isso ocorre, em todos os sindicatos, onde uma disputa legítima vira arma nas mãos desse políticos.
Hoje circula a informação de que as duas vozes não identificadas seriam de deputados do Rio de Janeiro, um do PR e outro do PSOL. Vamos esperar para ver se essas informações se confirmam e que atitudes vão ser tomadas contra os dois.

O que sei é que nessa confusão toda, a população é que fica presa em casa, sem segurança, "priscando".




2 comentários:

  1. hahahahhaha... "priscando"foi ótimo! Pior é que nessa sujeirada toda tem gente que tá realmente na inocência querendo valer um direito sem saber que tá servido de massa de manobra e de bucha de canhão. Por outro lado, nesta altura do campeonato, manipular a gravação é um preço menor do que abrir mão do carnaval. Tá todo mundo esgotado com essa história. Todo mundo sendo feito de trouxa. Muito chato isso.

    ResponderExcluir
  2. Dja, qualquer prova é válida, inclusive cartões do dia dos namorados, bilhetes, tatuagens (tud que contenha msgs)!rsrsrsrsr!!! Tem que investigar, mesmo porque a turma do mal tá querendo voltar ( acm e cia e xiitas e cia . Por pior que seja Wagner, a questão disciplinar dos milicos é assunto da justiça. Emília

    ResponderExcluir

Os comentários são moderados, mas não são censurados. Caso seu comentário não vá ser exibido, uma explicação será dada.

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...