sábado, 4 de junho de 2011

Eu desisti

Como o taxi atrasou muito, cheguei ao cinema em cima da hora da sessão. Ao ver as filas imensas, percebi que seria impossível. Mas percebi que tinha serviço de compra automática. Nas 3 máquinas que funcionavam, pessoas tentavam atabalhoadamente comprar os ingressos. A inaptidão de nosso povo com a utilização de equipamentos de auto atendimento é impressionante e rompe barreiras sociais.
Finalmente uma máquina vagou. O casal à minha frente foi, mas passou pra outra máquina que vagou logo depois. Fui à máquina e descobri porque. A máquina estava travada. Voltei pra fila.
Ai uma cria de humano saiu de seu lugar no final da fila e foi até a máquina e ficou mexendo. Os filhotes de homo sapiens possuem uma inexplicável atracão por mexer em equipamentos cujo funcionamento não compreendem, para inacreditável orgulho de seus pais.
De tanto mexer, ou apesar disso, a máquina destravou e voltou ao menu inicial. Pois o girino de gente começou a comprar os ingressos.
Pensei em dizer que ele deveria voltar pro fim da fila. Pensei em dizer praquela mulher lá atrás que ela era uma desgraça como mãe e que se existisse mesmo um Deus ela seria estéril, pois assistia àquilo sem reação e talvez com certo orgulho da esperteza de seu filho.
Mas simplesmente desisti. Desisti de ver aquela sessão. Vim comer e depois, se for o caso, verei a próxima.
O brasileiro, e especialmente o baiano, chegou ao fim da linha no que diz respeito a comportamento social.
São desrespeitosos, mal-educados, inconvenientes, sujos e preguiçosos.
Mas não pretendo educá-los. Não teria tal capacidade. Poderia até impor meu direito, mas desisti.
Não viverei muito mais do que o tempo que já vivi nesse planeta. Caso ele não se acabe até lá, não deixarei descendentes com os quais me preocupar. Então, dane-se.


Pelo iPhone

Location:R. Clarival do Prado Valladares,Salvador,Brasil

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