domingo, 19 de dezembro de 2010

O canto dessa cidade é meu.

A prefeitura de Salvador publicou, como de praxe, o edital de contratação dos artistas para tocar no carnaval nos palcos e trios bancados pela prefeitura.  Como sempre, foram selecionados artistas que se inscreveram nas categorias "notórios" e "emergentes".
Numa cidade onde os talentos surgem em cada esquina, imagino que seja difícil para qualquer comissão selecionar artistas para tocar nos festejos momescos. Todavia, na categoria "notórios", há um critério objetivo a nortear a escolha e se a lista publicada pela prefeitura já me deixou curioso ao incluir "celebridades" como Neto Bala e Cida Lima, a lista dos inscritos e recusados para cantar no carnaval causa espanto maior.
Vejam abaixo alguns dos artistas que a prefeitura não considerou com notoriedade suficiente para ser contratado:
Luiz Caldas - acho que dispensaria qualquer comentário. Por mais evangélico e não soteropolitano que seja o alcaide de Salvador, até ele há de concordar que o nome de Luiz Caldas fora dessa lista é motivo suficiente para nos fazer suspeitar de algum jabaculé cobrado por algum esperto organizador.
Laurinha - a cantora da pipoca louca, ex-apresentadora do Vídeo Jovem, pode estar fora da mídia há alguns anos e não ser tão conhecida do grande público. Mas se o fato de ser a primeira puxadora de bloco de carnaval não garantir um lugar de destaque nessa seleção, que a prefeitura me diga que feitos maiores fizeram Luci Laura ou a Banda Oliveira!
Buck Jones - Márcia Short, ex-companheira dele na Banda Mel, conseguiu entrar, mas Buck, não. Ao invés disso, os selecionadores conhecem mais "Bambeia". Talvez sejam até vizinhos!
Adão Negro -  Tá. Eles não cantam axé. Mas Ed Vox, um dos selecionados, também não. E você pode até não lembrar de Adão Negro, mas que conhece, conhece!
Simone Moreno - foi limada junto com Edu Casanova. Aliás, se observamos que Laurinha e Buck Jones já passaram pelos Novos Bárbaros, chega a ser uma coincidência que todos foram excluídos da lista, assim como a filha do fundador desse trio, Viviane Tripodi. De qualquer forma, se os selecionadores, sejam eles quem forem, quiserem comparar a popularidade de Simone Moreno e a de Jeniffer, essa tida como notória, basta ver qual das duas está no wikipédia, caso a história de Simone não seja suficiente para convencê-los.
Nem sei o que dizer da não contratação de Chocolate da Bahia, enquanto temos nomes como Crighor (é o mesmo sambista Chrigor ou um anagrama?) e Dado Brasaville (esse de tão notório, a pesquisa no Google me mandou para um site de uma churrascaria).
Quero deixar claro que não estou julgando o talento das pessoas escolhidas, nem dizendo que Will Carvalho, Lazzo, Sarajane, Lui Muritiba, entre outros, não gozam de notoriedade no carnaval para figurar nessa lista. Mas certamente que a escolha desses anônimos, ou de pessoas cujo trabalho necessariamente não está vinculado ao carnaval, em detrimento desses outros que eu citei, é muito estranho e faz pensar que há algo de podre no reino de Momo.
É preciso lembrar que essa contratação é com dinheiro público, e por falta da transparência na utilização de recursos públicos já circula pela internet até um abaixo assinado com pedido de impeachment do prefeito João Henrique.Seria bom ele tomar cuidado, pois está dando mais argumentos para que eu clique nesse botão.




Clique na imagem para ampliar e conferir.

 

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