sábado, 11 de dezembro de 2010

Não é a mamãe.

Ontem fomos ver Jingobel de Claudio Simões. Pra mim, o nome da peça era "Jingobel, é Jingobel mesmo", mas como tem doze anos que eu a vi da última vez, não dá pra confiar na memória.
Estava meio com o pé atrás dessa montagem porque seria exatamente isso: uma montagem. Homens vestidos de mulheres. Ainda por cima dirigidos por Marcio Sherrer, a Madame Catchup de Graxeira... (A Fanta Maria dele).
Já podia me ver sentado no teatro com a música dos Bragaboys tocando ao fundo, na minha cabeça: "Isso aqui é BOMBA!... tra-la-la-la... Isso aqui é BOMBA!"
É nesses momentos que você precisa dos amigos, então fui com Tata, Tina, Tom e mais dois de outras letras do alfabeto.
Acho que ninguém leu esse release, que encontrei num site, e fiquei agradecido de não haver um programa com versão impressa. Entre colchetes, meus comentários:
"Data do ano onde as pessoas, acredita-se, estarem ["as pessoas estarem"?] mais “reflexivas” [quem pôs as aspas? Joe Tribbiani?] e sensíveis. A noite de Natal! ELISA (Wagno Matos), uma solteirona que mora com sua mãe inválida, é abandonada por seu amante e tem seu relacionamento rompido por telefone, deprimida, faz [quem ou o quê faz?] com que a mesma chegue ao ápice da carência e descontrole, vai tentar o suicídio até que é interrompida, coincidentemente [qual a coincidência? Vanusa é um nome ligado a interrupções de suicídios?], pela visita inesperada de VANUSA (Edy Bonrhausen), jovem obesa, professora de português que mantém um relacionamento conturbado e não retribuído, quem [quem? quem? Raimundo Nonato] vai em busca de informações acerca do endereço dessa pessoa [que pessoa?] e que se deprime ao não encontra-la. Elisa, ver [nota da tia: não se separa o sujeito do predicado. E a terceira pessoa do presente do indicativo do verbo "ver" é "vê"] nela a possibilidade de não passar sozinha a sua noite de Natal e resolve faze-la de refém. Até que a campanhia toca mais uma vez, acende a esperança da psicopata Elisa de ser seu amante e mais uma vez se decepciona, trata-se de TEREZA (Leonardo Teles), uma evangélica radical que tenta pregar e comercializar seus produtos, que acaba, devido a sua insistência, sendo capturada, também, para passar a noite de Natal. São três mulheres que, [o que eu falei sobre sujeito e predicado?] vivem uma situação trágica se não fosse cômica e cômica se não fosse trágica. E vivendo as situações mais absurdas numa noite embalada pela música do rei Roberto Carlos. O texto provoca risos, mas, também reflexão por retratar, com realismo, a solidão a que está condenada boa parte de mulheres e dos moradores dos centros urbanos. Entreter, surpreender, divertir e refletir sobre a carência humana e outros sentimentos é a maior contribuição desse projeto."
[Você é esforçado, mas precisa ler mais. Seu texto precisa de mais coerência. Quem sabe no Enem do ano que vem?]

Claudinho merecia homenagem muito maior.

A interpretação, como eu temia, ficou caricata. Wagno Matos era um travesti no palco. Edy Bonrhausen parecia personagem da Turma do Didi. Leonardo, que talvez seja quem mais correu risco de cair no estereótipo, foi quem melhor conseguiu tornar crível sua personagem. Apenas a caracterização é que não o ajudou muito.
Lembro da sensação que tive quando uma, até então desconhecida pra mim, Fernanda Paquelet, na pele de Vanusa, relatava que foi obrigada a abandonar a fé por não se encaixar naquela crença. E a gente se solidarizava tanto com a situação da Elisa de Christiane Veigga (será que foi ela, mesmo? Tem tanto tempo!) que chegava a sentir uma culpa de entendê-la quando ela batia na mãe. E o desespero de Tereza (essa eu não lembro mesmo o nome da atriz) ao perceber que o "demônio" não estava tão amarrado assim.
Ontem, na melhor das hipóteses, o publico riu nesta e em outras cenas do tipo. Em geral, ficou esperando o próximo momento engraçado.
Pior que um Claudinho manietado* é um Claudinho mutilado. Pois ontem, o Claudinho que eu vi, não poderia pegar o shampoo na prateleira do banheiro (essa é só pra ele, caso leia).
A peça fica só até domingo... "Graças a Deus".

*Andréa. Um dia eu teria que digitar essa palavra. Será que mando pro Henrique Wagner?

Atalizando: Não tem nada de Christiane, os nomes das outras atrizes da peça originail são Tatiane e Andréia

Pelo celular: Djaman Barbosa.

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Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...