terça-feira, 26 de outubro de 2010

Enquanto isso na Sala de Justiça.

Toda manhã tenho acordado com matérias da Rede Record sobre o caso Mércia Nakashima. Essa semana, houve uma indignação geral pois o suspeito do assassinato da advogada foi posto em liberdade. A Justiça entendeu que o suspeito não oferece perigo para a sociedade e pode responder pelo crime em liberdade.
O que me espanta é que o mesmo clamor público, patrocinado pela imprensa, que exige acha um absurdo que Mizael de Souza não esteja na cadeia, não ocorre em relação a Rodrigo Alcântara de Leonardo (vulgo Chuck) e Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho (conhecido como Tumba). Além de terem alcunhas como bandidos costumam ter, os dois já foram condenados e estão em liberdade. Pior, o crime deles não foi passional, ou ocasional, foi um crime de ódio contra grupo de pessoas, o que significa que oferecem grande risco à sociedade se continuarem soltos.
Mas desculpem, provavelmente vocês não fazem a menor idéia sobre quem estou falando.
E tem um motivo pra isso. A Rede Record, o Jornal Nacional e Ana Maria Braga, certamente acham que o drama da jovem e linda japonesa morta pelo ex-namorado dá muito mais IBOPE do que 23 homossexuais feridos por uma bomba atirada por um grupo neo-nazista intitulado IMPACTO H88LIGAN. O site G1, ao noticiar a prisão, ainda teve o cuidado de se referir aos marginais como jovens, sequer mencionando os seus nomes.E sempre usando o subjuntivo "praticaria", "teria jogado", mesmo depois que eles foram condenados. E que condenação: 2 anos, podendo responder em liberdade! Isso, mesmo depois de ter sido interceptada uma mensagem de um dos membros com os seguintes dizeres:
"O os rolês muleque? Ta fiel ao IMPACTO né? Porque aqui é 98 até a morte, não é porque eu fui preso que tudo ou eu irei parar ou largar a banca. Eu to montando a banca até aqui na cadeia, juro pra você, HAHAHA!. 
O juiz disse que não encontrou provas de que eles jogaram as bombas. Todos detalhes de planejamento, execução, programação, para o juiz, provam apenas que eles se reuniram para jogar...
Ah, tá. Vai ver uma outra pessoa ia passando e resolveu executar o plano, coincidentemente, da mesma maneira orquestrada pela quadrilha. Muito provavelmente, uma bicha ressentida porque o bofe foi pra parada gay e deixou ela em casa. Deve ser isso que o juiz pensa. Deve ser por isso que admitiu que esses dois, bem como o resto de sua quadrilha, continue em liberdade. Mas também, eles só matam judeus, negros, nordestinos e homossexuais. Não vão mexer com advogadas ricas e belas.

E pra quem duvida que a diferença de tratamento dos dois casos, ignorando um real perigo para a sociedade e querendo vingança para um crime "em família", seja fruto de homofobia, vale a pena colocar aqui, alguns comentários que leitores d'O Globo on line colocaram no site:


  1. Sales_garcia
    22/09/2010 - 09h 27m
    Morreu uma pessoa?

    e quantas ainda irão morrer infectadas pela AIDS contraída na promiscuidade do evento gay?
  2. CEUL
    22/09/2010 - 05h 39m
    Tinha muito PETISTA junto ?
  3. JEmorgado
    21/09/2010 - 20h 02m
    BOMBA?
    Na Parada Gay?
    Sei...

Um comentário:

  1. Caralho! Eu confesso que não sabia... Absurdo! E triste em dizer que é essa a nossa mídia... Pior ainda: é essa a nossa justiça!

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Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...