segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tudo enfiado, ao mesmo tempo, num só lugar.

Não dá pra negar que a professorinha foi de uma vulgaridade sem paralelo. Ou não?
O que a "pró" mostrou que as crianças não vêem nas praias, nos clubes, nas festas e na televisão, ao meio-dia, nos meses de fevereiro, na emissora de TV de maior audiência desse país?
Que hipocrisia impulsiona as pessoas a dizerem: "ela é uma educadora", "tem que dar o exemplo"?
Esse é o país que vende a sexualidade como nossa marca registrada. Nos orgulhamos de nossas mulatas em suas minúsculas tangas. A professora não estava na escola, nem na presença de crianças. Estava num local em que todas as pessoas estavam se divertindo daquele mesmo jeito. É só olhar o vídeo a seguir e ver que outras tantas garotas, sabe-se lá se professoras, babás ou quê mais, estavam fazendo a mesma coisa.
Questionar o bom gosto disso, é razoável. Questionar a capacidade de uma mulher, pelo que ela faz em sua vida privada, no país em que deputados e senadores encenam briga de lavadeira em cortiço dentro do Congresso Nacional, é de uma injustiça tremenda.
Estamos mesmo preocupado com a influência dessa professora nas crianças? Ao que se sabe ela nunca teve qualquer atitude desse tipo em frente aos alunos. Ela não foi a um programa de TV em que sabia que estaria sendo filmada. Se a preocupação em afastar a professora das crianças é pelo exemplo, pela influência, fica a pergunta: e se fosse uma mãe de um dos alunos da escola particular que estivesse naquela festa? Alguém cogitaria a idéia de tirar a filho da companhia dessa mãe pela má influência? Quem influencia mais uma criança, os pais ou professores? Quem deve ser maior exemplo de moral e boa conduta?
Pois diversas mães se expõem peladas nas páginas das revistas, rebolam com ou sem calcinha, se esfregando em outros homens, em garrafas e no que mais encontram.
A questão não é de proteção ao menor, mas de exercício do poderio econômico dos patrões que exigem de uma empregada uma conduta a qual os patrões não estão obrigados.
Qualquer pai ou mãe tem, a meu ver, o direito de não querer que seus filhos estudem com uma dançarina de pagode. Como também tem o direito de não querer um professor homossexual, ou negro, ou de esquerda, ou de direita, ou libanês, ou manco da perna esquerda. Mas deve ficar claro que isso fica no arbítrio pessoal de cada pai e não seria motivo pra demissão. Pois o que ela fez, no final das contas, não é crime. Ela está sendo julgado por uma conduta moral (a meu ver hipócrita) de um ato que ela fez fora do local do trabalho e sem relação com os alunos ou com menores.
E se amanhã um professor for flagrado saindo do motel com uma amante? Será motivo para ser demitido? Adultério, certamente, não é um exemplo que se deve dar pras crianças. O que mais pode ser motivo de demissão? Professores que não professam religião? Que usam celular ao volante? Que falam palavrão no bar?
A saída da professora, de comum acordo com a escola, foi inevitável diante do constrangimento, uma vez que os alunos tiveram acesso ao vídeo, mas pra quem a quer crucificar, é bom pensar nos rumos que esse julgamento moral pode nos levar antes de atirar o primeiro giz.

2 comentários:

  1. Gostei desse blog. Postagens legais que abordam assuntos interessantes.

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  2. Mas quem é professor tem que rebolar mesmo
    hahahahahahahahahaha

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