segunda-feira, 6 de julho de 2009

"É impossível dar um abraço sem receber outro em troca". (Valerya Bandeira)

Estava na Praça da Liberdade, em São Paulo, quando vi 5 adolescentes com papelões onde estava escrito: Abraço Grátis e Free Hugs. Pensei que era uma brincadeira dos meninos para paquerar as meninas que passavam, mas logo vi que eles ofereciam abraços para homens, mulheres, crianças, senhores, enfim, para todos os passantes.
O visual dos garotos não era o que costuma se associar a gente meiga e carinhosa: vestidos de preto, tatuados, com piercings e alargadores de orelha. Ou seja, o preconceito me fez desejar que eles não me abordassem, já que àquela altura era impossível mudar a rota. Mas enquanto eu divagava sobre o que seria aquilo, obviamente olhava pra eles e um dos garotos me ofereceu o abraço. Na hora ouvi uma mãe dizendo pra filha: "eles querem colar um papel nas costas da gente". Outra mulher também falou que eles "iam aprontar alguma".
Estavam todos tomados pelo mesmo preconceito que eu, e naquele segundo decidi que não iria me permitir deixar de ganhar um gesto sincero e afetuoso por desconfiança ou preconceito.
Fui até o menino e o abracei. Foi duplamente bom, pois além de ganhar um abraço, que é um gesto simpático, pensei que não queria viver num mundo onde ações que envolvam carinho e consideração ao próximo sejam vistas com receio, como algo impossível.
Cheguei hoje a Salvador e fui direto para a internet procurar saber quem estava promovendo aquele gesto, pois eu sentia que era uma campanha à qual aqueles jovens tinham aderido. Pra minha felicidade encontrei o site e fiquei sabendo que em Salvador houve um evento desses.
Decidi colocar o link do site aqui para todos que quiserem conhecer a campanha, acompahar os próximos eventos para ganhar um abraço gratuito, ou quem sabe fazer sua plaquinha e distribuir um pouco de felicidade por aí.

Abaixo, um vídeo sobre a campanha. No site tem a explicação sobre ele, mas só agora eu me toquei que já o tinha visto:

5 comentários:

  1. Boa idéia, quando encontrar Gianecchini na rua vou lançar essa proposta pra ele.

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  2. Acho que poderia ser logo "free kisses" para adiantar o negócio. E tu pegou o contato do menino? Se ele não tiver sotaque cearês, manda pra mim.
    Beeeeeeeeeeeeijos

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  3. Eu vi isso em Buenos Aires. Mas não foi um grupo ou campanha. Na feira de Santelmo, naquele burburinho todo de turistas, artistas de rua, músicos, vendedores de artesanato e de quinquilharias tinha um cara no meio da rua segurando uma cartolina que dizia "Abrazos Gratis". Ficamos eu e meu irmão um tempo observando pra ver o que era e realmente alguém aproximou-se dele e ganhou um abraço. Depois meu irmão foi lá e fez o mesmo. Tiramos fotos e tudo o mais. Acho bacana essas coisas.

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  4. Aqui em Lençóis a gente não teve isso não... Mas aqui todo mundo se cumprimenta... Bom dia, boa tarde... Todo mundo enxerga todo mundo, às vezes até demais... rsrsr...

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  5. Aqui em Lençóis não teve isso não, mas a gente se cumprimenta, presta atenção ao outro, se importa com o que acontece com o alheio... Temos tempo pra viver as pessoas, o lugar...

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Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...