sábado, 16 de maio de 2009

"Meus aplausos, meus aplausos, que eu não tô morta"

A frase do famoso artista transformista, como ele faz questão de enfatizar, Bagagerrie Spilberg me vieram à mente quando o cantor pediu pela segunda vez que as pessoas o aplaudissem. Acho que aplausos devem ser espontâneos, assim como o movimento de acompanhar o cantor na música. Admite-se, claro, as gracinhas que Ivete Sangalo faz, ao ser aplaudida, pedindo mais e mais. No entanto, ela é uma superstar (quem pensou "diva", por favor, contenha-se!) e sabe que será muito ovacionada. O gesto é uma brincadeira que insinua que ela pediu aquela honraria. Mas quando o público não responde bem e o artista fica pedindo que aplauda, aí é um pouco demais.
Como dizia Oswaldo Montenegro: "tem nada mais chato que o cara quando grita: 'todo mundo comigo' e não entra ninguém". Pra evitar isso que o artista deve deixar o público à vontade.
Pior que isso tudo é quando o artista é seu amigo, tem talento e você gosta do show dele. O show estava pior do que eu tinha visto da última vez. O cara que tocava o carrilhão parecia achar que aquilo era um brinquedo, que bastava passar a mão de qualquer jeito e extrair o som a qualquer momento. Na verdade, já tinha percebido isso no outro show, mas dessa vez piorou muito. Piorou a ponto de uma espectadora subir no palco e começar a usar o carrilhão atabalhoadamente, repetindo o que o "músico" fazia, sem ninguém reclamar. Nem o vocalista percebeu que atrás dele tinha uma bêbada e não um instrumentista.
Depois do segundo pedido de "cantem, vá... quero ver todo mundo cantando, hoje é sexta-feira..." eu pensei que era hora de ir embora. Aí ele começou a cantar "First when there's nothing, but a slow glowing dream..." Reconheci a música, mas aparentemente o público, não, ou simplesmente não se empolgou. Aí ele avançou mais duas frases, parou e disse: "Para, para. Vamos voltar que eu estou acostumado a ser aplaudido nesse música logo na primeira frase".
Pode ter sido brincadeira, mas a impressão que me deu foi queo ego do meu amigo ficou maior que o talento. Levantei e fui embora. Pena.

2 comentários:

  1. Ainda bem que ERA seu amigo, ele por acaso lê seu blog?
    rsrsrsrsr

    ResponderExcluir
  2. Pena mesmo. Gostei tanto do que fomos... Pena mesmo. Beijos

    ResponderExcluir

Os comentários são moderados, mas não são censurados. Caso seu comentário não vá ser exibido, uma explicação será dada.

Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...