quinta-feira, 28 de maio de 2009

A fogueira das vaidades está queimando

O Ministério Público do Trabalho, alegando ofensa ao patrimônio cultural, ingressou com uma ação no Tribunal Regional do Trabalho contra a CABANAS PRODUÇÕES E EVENTOS LTDA., requerendo uma liminar que proibisse a contratação de bandas ou músicos de qualquer outro estilo musical que não seja relacionado com festejos juninos para atuar no evento “Forró do Bosque” e outros eventos juninos.

Antes de analisar os motivos do pedido do Ministério Público, a pergunta que me vem à mente é: "por que só contra essa empresa?"
Durante o mês de junho, todas as prefeituras do interior fazem festas com atrações que nem sempre tem a ver com as tradições juninas. Isso sem contar nas diversas festas particulares que ocorrem na capital. Por que só o Forró do Bosque estaria ofendendo o patrimônio cultural?
Não seria mais razoável, pelo motivo exposto, coibir que o dinheiro público fosse usado no que o MPT chama de prejuízo "às autências manifestações juninas"?

Passado esse questionamento, pra mim, de crucial importância pra entender a inusitada ação, resta saber o que o procurador entende como “traço da cultura brasileira e nordestina”. Esse forró do tipo Calcinha Preta é representante das festas juninas? Ou o procurador se refere só a grupos com triângulo, zabumba e acordeão?

E nem entrarei na questão do direito do público de ir ver o que quiser. A ação do MPT remonta aos tempos da ditadura, quando o governo escolhia as apresentações, peças, filmes e espetáculos por sua relevância para "formação moral" do nosso povo.

Por fim, porque diabos essa ação seria promovida pelo Ministério Público DO TRABALHO? É função desses procuradores velarem pela cultura do país?! Isso eu também não entendi! Nem eu nem a juíza trabalhista que extinguiu o processo sem julgamento do mérito.

A atitude do MPT, além de só conseguir gerar debates inúteis sobre se o axé e melhor que o forró, ainda extraiu essa pérola do deputado José Carlos Aleluia:

“São idiotices tão grosseiras que não faz sentido que o exercício desses ‘servidores públicos’ seja bancado pelo erário, pelo povo que trabalha e paga impostos.”


O deputado tá falando de quem mesmo? Agora não entendi mais nada.

Um comentário:

  1. Tipo assim, se for falta do que fazer do MPT eu tenho algumas ideias de como ocupá-los.
    Beijos e saudades
    Dea

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Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...