terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Abre as asas sobre nós

Hoje tem estréia no canal Sony. Duas novas séries: THAT'S MY BUSH e LIL' BUSH. As duas, claro, satirizam o presidente dos Estados Unidos.

A figura do presidente, independente de quem seja, é respeitada pelos americanos. Mas a figura pública do presidente também está sujeita à críticas e sátiras.

Não vi notícias de que o arrogante presidente americano, aquele que invadiu o Iraque, que tem prisioneiros sem julgamento em Guátamo e detém o controle do maior arsenal atômico do mundo, enquanto critica qualquer país de querer explorar energia nuclear, pois não vi notícias de que nem mesmo esse senhor tenha se arvorado contra a liberdade de expressão e tentado proibir as séries.

Se tentasse, pode ser que conseguisse, de uma forma ou de outra. Mas o resultado poderia ser catastrófico. Os americanos prezam a liberdade de expressão. Poder dizer do que gosta, o que pensa e, especialmente, do que não gosta, é um direito sagrado.

Claro que isso causa certos problemas: pode um americano dizer que não gosta de negros, de homossexuais, de judeus ou de seguidores de determinada religião? Em geral, se isso não incitar o ódio contra essas pessoas, se ficar no campo da opinião, é quase certo que será permitido falar. Claro que se essa manifestação causar algum dano as alguém, ainda que moral, a pessoa terá que responder por isso. A liberdade de expressão não isenta o manifestante de assumir as conseqüências dos seus atos.

Mas no Brasil não é assim. Cicarelli, Roberto Carlos, Carolina Dieckman e, agora, Preta Gil, parecem não entender a liberdade de expressão. Aliás, esse sentimento é compartilhado por várias figuras públicas nesse país.

Uns querem expor suas intimidades em público, mas não querem que se filme isso. Ou seja, só impõem pra quem estiver presente no momento em que resolvam agir despudoradamente. Outros se acham os donos da história mundial, querendo extinguir no país qualquer possibilidade de uma biografia não autorizada. A depender dessas pessoas, não poderia haver nem a história, uma vez que os vultos teriam que autorizar o que se diz deles. Por último há os que querem impedir o humor, inviabilizando qualquer sátira, Ou seja, são pessoas acima do bem e do mal, sobre as quais só se pode mostrar, escrever e falar coisas boas, elogiosas e enaltecedoras, ainda que suas atitudes desmintam isso.

Qual será o próximo passo nesse país? Proibir que se dêem notícias quando um famoso for preso? Daqui uns dias veremos uns acusados de seqüestro exigirem danos morais por terem sido acus... nem bem falei!

Um comentário:

  1. Li o texto abaixo logo no dia 23 (ta pensando o quê? sou assidua aqui rs), mas nao sabia o que comentar, pq dar exemplos pessoais pode ser um problema, ne? Posso dizer, de forma sucinta, que passo pelo mesmo. E dói pra cacete.
    Bom, acho que so faltou vc falar da Xuxa. :P Quem que expôs as primeiras 24h de vida da filha, o primeiro espirro, primeiro isso e aquilo, e agora quer protegê-la dos flashs? x.x Sem falar naquele suuper filme que mostra o corpitcho ainda não delineado pela plástica que ela fez, né? (y)

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Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...