domingo, 12 de agosto de 2007

Lo tuyo es puro teatro

Quinta-feira fomos ver "Como Almodóvar", na Sala do Coro do TCA, a convite de Mirela. Poucas pessoas conseguem me convencer a ficar naquelas cadeiras desconfotabilíssimas da Sala do Coro. Almodóvar e Mirela são duas delas.

Os detalhes e release do espetáculo vocês podem ver aqui.

Gostei do roteiro, do cenário e da direção (sempre acho metidez avaliar "direção", mas depois de ir tanto ao teatro, de falar com tanta gente que entende do assunto, a gente acaba aprendendo a ver o que é esse troço). Não gostei da maioria das interpretações. Muito fraquinhas. Sei que é a primeira semana e tudo o mais, mas mesmo assim.

Em primeiro lugar, vou falar de quem está bem, aliás ótima: uma menina chamada Simone. Putz, fantástica. Um papel dificílimo, que poderia cair na comédia fácil e caricata, mas que ela faz muito bem, no tom exato. Deve ter assistido muito Almodóvar! Fica mais do que claro que ela não está no elenco apenas porque é parente dos donso da gráfica que fez os programas. Aliás, estes também são ótimos. É uma família que trabalha bem. Tinha um outro parente fazendo outra coisa, mas eu esqueci o que é, só sei que tem o mesmo sobrenome diferente.

A menina que faz Clara não convence. Não dá pra acreditar na paixão dela, no desepero pela morte do amor, na cumplicidade com a transformista, na amizade com a lésbica, na rivalidade/cumplicidade com a mante do marido. Nada. Sei que não é fácil atuar numa cadeira de rodas. Mas não acho que esse foi o problema da menina.

O rapaz que fazia o Angel dava o recado na maioria das cenas... e só. Em algumas exigia-se demais, mesmo. Era pra alguém mais experiente.

Fora essas duas personagens, todas as outras tinham um lado cômico que não foi bem explorado.

O maluco que queria conquistar a transformista deveria aproveitar que não era bonito nem gostoso e brincar com isso na hora de seduzir. Mas ele agia como se fosse um galã.

Só percebi que a prostituta falava "CARALHO" como bordão, depois que ela fazlou na 2ª ou 3ª vez. Nas primeiras foi meio sem força, quando ficou engraçado, já tava acabando.

A freirinha perde algumas ótimas oportunidades.

A transexual, apesar dos momentos dramáticos, deveria aproveitar melhor o tragicômico.

Por fim, a amante. A cena de transa, em que ela se mostra apática, merecia mais, muito mais.

Bom, o espetáculo vale a pena, pelo texto e por Simone (preciso aprender o sobrenome dessa atriz) e espero que o elenco melhore com o tempo.

ATUALIZANDO... Fui corrigido, pela própria, que o sobrenome de Simone é Brault (mas se "assoletra Brô) e que a irmã dela fez a arte gráfica, mas não é dona da gráfica... aliás, ninguém me disse que era, a gente tava só elogiando o programa e vimos esse sobrenome (Brault) em algo da arte. Tenho ceretza que tinha em algo mais, pq Beto comentou "ela colocou todo mundo na peça". Ma sna hora a gente bringou que a atriz deveria ser parente da dona da gráfica e eu repeti aqui no blog, sem informar que era uma piração nossa.

Um comentário:

  1. Ok, ok, valeu o post... Eu é que não crio vergonha na cara de te chamar pra tu ir ao teatro COMIGO!!!! Beijos

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Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...