E fale bem dessa terra com emoção...

Peguei um táxi da rodoviária até minha casa. Em geral os taxistas da rodoviária acham uma ofensa que alguém tenha a audácia de pedir a eles uma corrida que custe menos de R$ 30,00. Se eles falam alguma coisa, eu digo que se for problema pode parar por lai mesmo que eu desço, mas como cara feia pra mim é fome, se eles ficam calados a gente segue o caminho.

Pois quando eu indiquei em qual prédio ele deveria parar, o motorista pergunta:

- O sr. tem trocado? Porque essa é minha segunda corrida.

Olhei pro taxímetro. R$ 8,30. Respondi, achando que o problema estaria resolvido.

- Tenho R$ 10,00.

-Tenho nada. Por isso eu perguntei. Tem que trocar.

- Trocar como ? Eu tenho R$ 10,00 pra pagar a corrida.

- Quanto é que o senhor tem aí de trocado?

- R$ 7,00.

- Muito longe. E aí?

- Bom, eu posso ver se tenho trocado em casa.

- Mas aí o senhor vai pagar o que der no taxímetro quando o senhor voltar.

- Eu vou pagar R$ 8,30 que foi a corrida até aqui.

- E eu vou ter que ficar aqui esperando?

- Não. O senhor pode ir embora sem o dinheiro, pra mim tanto faz!

Subi. Abri o cofrinho e tirei R$ 8,30 e moedas de R$ 0,25, R$ 0,10 e R$ 0,05. Ao pagar a corrida, o motorista atirou as moedas no banco do carona e pelo piso do carro. Não entendi. Pensei que ele precisasse de trocado.


Precisei tomar um remédio no Shopping Barra e Beto foi até a Perini.

- Por favor, uma água mineral.

Tirou uma nota de R$ 10,00 pra pagar. A atendente fez um sinal negativo com a cabeça.

- Não tem água?!

- Tem. Não tenho troco pra isso.

- E o outro caixa não troca?

A mulher vira-se pro caixa ao lado.

- Ele quer que tire uma água com gás em R$ 10,00.

- Sem gás. - Corrigiu Beto.

A moça reagiu:

- Pior!

O rapaz do caixa, pergunta:

- O senhor não tem trocado? Porque aí eu não troco.

E devolveu a nota.

Beto não se fez de rogado:

- Então chame um gerente, por favor.

Ao ver que o cliente não ia desistir da absurda idéia de comprar um produto no estabelecimento e pagar com o dinheiro que dispunha e querendo receber o troco que lhe era devido, o caixa pegou a nota, registrou, a máquina abriu e... TCHÃ - RÃ! Saiu o troco. Que, pelo que entendi, estava ali o tempo todo.