sexta-feira, 20 de julho de 2007

A usura dessa gente já virou um aleijão.

Tanto a insegurança da pista do aeroporto de Congonhas, quanto o desleixo na manutenção do avião da TAM tem uma mesma razão. Descasso com a vida alheia? Ganância por dinheiro? Não. A inércia do povo brasileiro.

Lembro que, quando crianaça, sempre ficava impressionado com os desenhos da Tartaruga Touché, Dom Pixote e outros, quando mostravam o período mediaval e aquela cobrança exagerada de impostos pelo rei. Sempre me perguntava como podia uma meia dúzia de soldados obrigar uma população de um reino a entregar todos os seus bens. NUnca entendi porque, apesar da superioridade numérica, aquele povo se sujeitava àquilo. Minha cabeça de criança não entendia.

Como adulto, percebo a lavagem cerebral que nos é feita desde criança. Somos condicionados a acreditar que existem instituições que precisam ser preservadas. São essas insituições que fazem com que o batedor de carteiras vá pra delegacia tomar porradas por seus crimes. E essas mesmas instituições permitem que Paulo Maluf seja deputado. Dizem que é o povo, que é burro, que elege eles. Bom, o povo, em sua grande maioria, não completou o segundo grau, nem freqüentou bancos de faculdade, não se tornou juízes e promotores. Então, qual a desculpa dessa gente em permitir, não que ele seja eleito, mas que ele seja candidato, que esteja solto?

Dizem que é falta de provas. Que provas são necessárias pra prender o batetor de carteira? A acusação da vítima, a comprovação de que a carteira está com o sujeito e pronto. Não acontece assim com Maluf, cam Dirceu, com Renam, Jader, Severino, Delúbio, etc. etc. e etc. Tudo sob a máscara das tais instituições democráticas!

Já repararam que toda vez que há uma operação que prende alguém, que leva algemado, que pede uma quebra de sigilo bancário, telefônico, fiscal, logo aparece alguém pra dizer que é um atentado às instituições democráticas? Por isso, acho que devíamos nos perguntar pra que exatamente essas instituições servem. Aliás, pra que, não, a quem!

E aí o povo acredita que deve respeitar determinado sujeito, porque ele foi "escolhido" democraticamente pelo povo. Escolha? Que escolha?! Não canso de falar na enganação que é esse voto. O cara não precisa sequer ficar filiado ao partido pelo qual se candidatou. Sem contar as eleições pro legislativo com suas listas sei lá de quê, onde ganha quem o partido indicar... e suplente! Que maluquice é aquilo. O sujeito é que indica quem é o suplente. Por que não pode ser o próximo na lista de votação? E o povo engolindo aquilo.

A reverência a tudo que o governo faz, levou o povo a aceitar tudo dos dominadores econômicos também. Aceitamos mal prestadores de serviço, sem reclamar; empresas que não cumprem o prazo, sem reclamar; aparelhos que não funcionam, sem reclamar; então... chega uma hora que essa empresa é uma companhia aérea que acha que não precisa dar manutenção no avião e que reversor é uma bobagem que só consumidor chato é que sente falta. Assim como ranhuras de drenagem é uma frescura pro governo.

Engraçado que a tolerância do povo é muito maior com empresas e instituições do que com pessoas. Gritamos com o menino da sinaleira que suja nosso carro, com a vendedora que demora pra fazer um embrulho quando estamos atrasados, com o professor que não achamos adequado pro nosso filho porque o reprovou, com o atendente que informa que nosso vôo está atrasado 5 horas; mas somos incapazes de nos insurgir contra o governo que não investe em educação pública, com as lojas que não gastam um centavo em treinamento, com as escolas que gastam com tudo menos no aprimoramento do profissional de ensino, com as companhias aéreas que lucram de maneira exorbitante vendendo mais passagens do que possuem capacidade de cumprir.

Hoje mesmo, tem alguém voando pela TAM sem se preocupar se o avião tem ou não reversor, confiando que Deus vai protegê-lo porque ele é uma boa pessoa e confia nas instituições democráticas desse país.

Um aviso: são as pessoas boas que o governo e os grandes empresários estão matando!

Eu, a partir de hoje, evito a TAM. A vontade que tinha, se tivesse os meios necessários, era meter uma bala em cada joelho do presidente da TAM e quebrar a coluna dele. Violento demais? Bom, se você acha essa reação pouca prum cara que, por ganância, levou pessoas à morte, algo errado é com você e não comigo.

Mas sei que não posso fazer isso. Não em respeito às insituições democráticas de merda que eu sei que isso não existe nesse país, mas por absoluta falta de condições de fazê-lo.

Mas posso me indignar assim mesmo, e escrever pra esse assassino, ainda que em tons educados, a seguinte mensagem:


Não bastasse a incompetência do governo, agora se descobre o descasso dessa empresa com a segurança dos passageiros? Valeu a pena a economia que você fizeram em manter uma aeronave no ar sem estar operando 100% dos equipamentos de segurança? Fora as perdas de vidas, que pelo visto vocês não se preocupam, o desgaste sofrido por sua companhia, o prejuízo das aeronaves, do prédio, valeu a economia burra, imbecil, criminosa com a manutenção?

Não sou inocente a ponto de pensar que só vocês fazem isso, mas vocês acabam de tirar vidas por sua ganância. Não pretendo mais viajar pela TAM.

Se você também quiser mandar uma mensagem pro presidente da TAM, clique aqui .
Se você acha que está tudo bem nesse país, ou que isso é assunto que o governo e as instituições democráticas vão resolver, deixe seu nome. Talvez eu o veja na próxima reportagem do JN.

Um comentário:

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Que PI é essa?

Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...