terça-feira, 26 de junho de 2007

Apesar dos castigos

A televisão ainda não percebeu que as coisas mudaram no ramo do entretenimento. Quer dizer, eles até perceberam que as pessoas estão se divertindo na internet, em sites como o Youtube, mas pensam que basta reproduzir esse conteúdo no Gugu ou no Faustão que a televisão terá o mesmo atrativo.

Não terá.

Pra começar, a TV continua pensando em produzir só o que dá grande audiência e, por isso, reproduz do Youtube os vídeos que tiveram recorde de exibição. Só isso já tira o interesse de ver na TV. Afinal, depois qu todo mundo viu o que sobra? O público de sempre, que não tem acesso à internet, que não está exposto a essa nova mídia, e que não está acostumado com isso.
Enquanto isso, a internet estimula a produção, a criatividade, sem compromisso com fazer sucesso. E é aí que surgem vídeos como Fala Sônia, O Jardineiro é Jesus, Terça Insana, Tapa na Pantera, Wilson Vai e outros que, a princípio, ninguém imaginaria que fariam tanto sucesso.

O segundo ponto é que a internet oferece a diversão na hora que você quer. Já com a TV você fica dependente do horário dela. Isso quando não é SBT, onde você fica dependente da sorte já que os horários mudam todo dia. Tecnologia pra mudar isso existe, pelo menos na TV a cabo, mas o compromisso com os anunciantes não permite isso.

Mas o mais importante é que na internet não há (quase) censura alguma. E quando se fala em censura logo pensam em sexo, mas não é isso porque sexo o Youtube também não deixa. Pra começar, na internet brinca-se com todas as figuras públicas, de todos os canais, todos os partidos, todas as marcas. Coisa que a TV não pode. Quem não lembra da barreira protetora pra Sandy que a Globo impôs ao Casseta e Planeta? Sem contar que os humoristas só puderam fazer piadas com Clodovil agora, que ele não está mais vinculado a outro canal. Anunciantes, então, quem é louco de satirizar? O antigo TV Pirata, sim, mas isso eram outros tempos.

Não dá pra Record mostrar o novo sucesso do Youtube, o Vai Tomar no Cu, que tem sido reproduzido em diversos clipes, com políticos, com times de Futebol, com acento enfim. Mas está lá, todas essas versões, inclusive uma cantada (sem montagem) por Eliana (a dos dedinhos).

Não dá pra Globo mostrar o clip da torcida mandando Galvão Bueno tomar no cu, enquanto ele tenta falar no set.

Por fim, as produções do Youtube são feitas por quem assiste e, por isso, sabe o que quer ver mlhor que produtor de TV. Os produtores, como sempre, correm atrás, incapazes de pensar como se adaptar a esse admirável mundo novo.

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