É Cor de Rosa Choque

Nos primórdios da humanidade, dizem os antropólogos, os seres humanos acreditavam que a divindade era feminina. Fato facilmente explicável. A mulher era a que dava vida aos seres humanos, alimentava-os e promovia o seu crescimento. O papel do homem na procriação ainda era meio obscuro.

Talvez por medo, talvez por incompreensão, quem sabe por pura brutalidade, o homem, ao perceber que a mulher, detentora de tanto poder, era inferior fisicamente a ele, e aparentemente só nisso, resolveu usar a força para subjulgá-la.

A "Deusa" foi deposta e em seu lugar (claro, estamos saltando alguns milênios aqui) surgiu o "Deus-Pai".

O homem acha que sua posição na atual sociedade se deve à sua superioridade intelectual, à sua capacidade de organização, à seu senso de direção... mas na verdade é à sua força física.

Mas e a mulher? Ficou calada todo esse tempo?

À mulher sobrou o papel de mãe, em primeiro lugar. O homem já tinha uma vaga idéia que despejando o sêmen na mulher, ela conseguia produzir vida, e que aquele filho era dele também, mas o grau de participação só foi confirmado após a invenção do microscópio.

Mais um salto milenar, e focando em nossa sociedade, as mulheres ocuparam postos de trabalho socialmente aceitos na sociedade machista: basicamente professoras, domésticas, enfermeiras, manicures ou babás. Com uma ou outra exceção, profissões em que elas estavam a serviço do homem. Em comando, nunca!

Mas convenhamos, sendo mãe, babá ou professora, a mulher consegue saber como o homem pensa. E qual um dos maiores desesperos de um homem, na mesma categoria que brochar e ver uma derrota do seu time, se não é tentar entender a cabeça de uma mulher?

Pois bem, a revolução se anuncia. As mulheres conquistaram espaços. Hoje já ocupam cargos de comando: são chefes de estado, legisladoras, juízas, jornalistas, médicas, executivas e competem em termos de igualdade com o homem em praticamente todas as áreas.

Igualdade? Não. Porque as mulheres continuam sabendo o que e como os homens pensam.

Sem a brutalidade que foi a tomada do comando pelos homens, a mulher prepara seu retorno ao poder. Não pelo prazer de comandar, não pra se sentir superior, mas pela necessidade de harmonizar, de apaziguar, de usar o seu poder maior: gerar vida e proporcionar sua continuidade.

É por isso que, em pleno século XXI, eu recusei o convite de uma amiga para escrever num site que se diz "um site de CONSUMO + CULTURA POP + COMPORTAMENTO + TENDÊNCIAS for girls. É voltado para mulheres de 16 a 24 anos e terá seções sobre moda&estilo, música, comporatmento, cinema&tv, auto-conhecimento&relacionamentos, carreira..." e que se chama "Bem Resolvida". Afinal, uma mulher bem resolvida tá querendo ler coisas muito mais importantes do que o que um homem pensa.

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