De onde eu venho.
Quando minha avó paterna, Júlia, faleceu, eu não era nascido.
Depois foi meu avô materno, Manoel. Eu era muito pequeno.
Eu já tinha uns 14 ou 15 anos quando meu avô paterno, Antonio, faleceu. Meu pai, que também se chama Antonio, me ligou e disse: "Seu avô faleceu. Avise seu irmão e sua mãe. Mas não é pra deixar de ir pra escola".
Eu tinha uns 22 anos quando minha avó materna, Maria, faleceu. Eu era novo no emprego e Marcília, minha chefe, deu milhares de razões pelas quais não podia me dispensar. Eu racionalizei que não havia nada a ser feito, engoli emoções, achei que não podia ajudar mais em nada e me resignei. Nunca me perdoei por isso. Agi exatamente como há 10 anos antes, quando meu pai me disse que tocasse minha vida normalmente. Como se a morte de um parente não mudasse em nada as minhas obrigações do dia a dia.
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Durante muito tempo eu tive um sonho esquisito. Sonhava que meu avô Manoel estava enterrado na fazenda onde ele morou e, de repente se levantava vivinho da silva. Toda a família ficava alegre, menos eu que, racionalizava que aquilo era impossível porque aquele homem estava morto e não poderia ter voltado à vida.
Um dia o sonho foi diferente. Ele levantava mas, de repente, tudo o mais sumia e ficavam só ele e minha avó Maria, dançando. Acordei e recebi uma ligação informando que ela havia falecido.
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O significado do segundo sonho é claro. Mas o primeiro, eu sempre interpretei como o meu desconforto por ser o único que não conheceu meu avô, enquanto que o resto da família, inclusive meus primos, ficavam alegres por revê-los.
Pensei esse dias que não é bem assim. O problema sempre foi o fato de eu racionalizar mais do que sentir. O excesso de pensar, de procurar explicações, de tentar ver o que era correto, muitas vezes me impediu de simplesmente aproveitar as coisas.
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Recentemente minha tia faleceu. Não havia trabalho a me impedir de ir ao funeral, mas uma impossibilidade devido à distância e aos horários de ônibus. Hoje eu sei que faz diferença estar lá. Principalmente para dar suporte a minha mãe, Annete. Ao contrário de meu pai, minha mãe é uma pessoa muito ligada à família. Está sempre dando suporte a um parente, mas às vezes precisa de ajuda.
Há uns 7 anos, eu mandei às favas minha racionalização, meu medo de errar, meu exagerado senso do que é certo ou errado. Por isso, há 7 anos, eu estou amando e sendo amado. Sem medo, sem receios, sem razão alguma.
E ver que, num momento em que eu não posso estar lá, junto de minha mãe, o meu amor foi lá e cuidou dela, mostra que eu estou mais do que completo como estou... estou em dobro!
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Eu não sei porque pensei nisso agora. Talvez porque essas pessoas estejam sempre tão presentes comigos. Afinal, eu sou De: Júlia, Antonio, Manoel e Maria, Antonio e Annete, e nem sempre é fácil carregar esse povo todo.
Esse post foi republicado em função de um comentário sobre meu nome. Adoro quando dizem que meu nome é diferente. Só não gosto quando pensam que é homenagem a Djavan. Que homenagem ridícula seria...
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Inda bem que vc republicou, pois não me lembro de ter lido esse post antes.
ResponderExcluirÉ por posts assim que, quando eu estiver famoso, e me fizerem aquelas entrevistas pingue-pongue, e me preguntarem o que eu gosto de ler, eu vou dizer: o blog de Djaman.
É claro que o revisor vai errar e vai "corrigir" seu nome pra Djavan, e ainda vão catar na net qual é o blog do cantor.
Bonita essa homenagem a Djavan. hehehe
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