sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Fim de semana em Nazaré

Final de semana passado, dia dos pais para muitos, fui visitar minha mãe que está morando em Nazaré. Por sinal, a cidade onde eu nasci.

Como não levamos o carregador e a máquina estava quase sem bateria, tiramos fotos na convencional, por isso, só depois que acabar o filme e o revelarmos, eu farei outros comentários sobre a viagem.

Mas alguns instantâneos da digital merecem explicações.




Aqui vemos Alberto comendo de tudo que pode encontrar por lá: bolo de aimpim, fruta-pão, cocó, aimpim... isso só no café da manhã, porque teve cozido no almoço, bobó de camarão no jantar, pizza, lazanha...









Aqui vemos, ou tentamos ver, minha mãe, correndo como louca tentando preparar comida suficiante pra atender Alberto.









Abaixo uma foto de minha Tia Anita, irmã de minha mãe. Beto se espantou porque toda vez que eu pedia a indicação de um lugar, como tem anos que não vou a Nazaré, eu procurava referências e perguntava: "Ali, perto de onde tia Anita morou? " Quase sempre era. E sempre que chegávamos no lugar, ele notava que era um ponto diferente da cidade. Aí ele não agüentou mais e perguntou: "Afinal onde é que essa sua tia morou?", e eu respondi: "Em quase todo canto dessa cidade". É uma das piadas na família o número de vezes que tia Anita se mudou, que só perde para o número de empregadas domésticas que ela teve.



No sábado vimos o anúncio de um circo. Custava R$ 1,00 e a grande atração anunciada era A MULHER DEGOLADA VIVA. Alberto não sossegou enquanto não descobriu onde era o tal circo. Minha mãe disse que era na feira nova. Local que eu, definitivamente, não conhecia. Meu primo complementou a informação de que era no caminha da Naísa (uma fábrica). Eu logo localizei: "Perto de onde Tia Anita morou?" Isso!

Fomo ao circo. Beto ainda convenceu meu primo e a noiva a irem. Pagamos 4 reais e entramos. Como eu não confiei que a arquibancada agüentasse eu, Beto e Finho (meu primo) e achei que ela cairia, arrastando a pobre e sílfide Jane conosco, pagamos mais 4 reais (no total) pra sentarmos numas cadeiras que ficava mais perto do palco. Por causa da falta de bateria, eu não pude tirar fotos de todo o "espetáculo", reservando tudo para o show da Degolada.

Na abertura, 6 mulheres dançando a dança do ventre, ou do véu, ao som de Khaled... Umas bem barrigudas, por sinal. Uma tinha um ar mal-humorado e eu logo deduzi que ela seria a Degolada da noite. Não dá pra uma mulher fazer movimentos sensuais e ainda por cima sorrir, quando sabe que será degolada em pouco mais de uma hora.

O primeiro número (considerando que as renascentistas do véu era um bônus) foi o Monociclista Maluco. Meu primo disse que era o dono do circo. Ele andou num monociclo imundo, e errou tudo na hora de passar entre as garrafas. Pra piorar, soltou uma coisa da roda e ele tentava ajeitar, mas o narrador não estava vendo nada e continuava o script: "Agora, ele apanha a primeira garrafa... muito bem... agora uma garrafa menor" E a gente vendo o sujeito ajeitando a roda do monociclo. No final o narrador anuncia: "Agora, ele andará de costas", o cara dá uma pedalada de costas, caí, pega o monociclo com a mão, encerra o show e o narrador continua: "Muito bem, palmas para ele"

Em seguida entrou um palhaço, com piadas pra lá de pornográficas.

Depois uns meninos subiram num trapézio. Um número muito arriscado. Pra nós que pagamos um real a mais pra ficar na cadeira; o trapézio ficava em cima das cadeiras. Se um daqueles moleques despencasse, caía na gente.

Depois veio uma moça que colocava um copo na cabeça e subia uma escada.

Depois veio um cara com chicote. Era o mesmo monociclista. Entraram as seis dançarinas que seguravam papéis e colocavam coisas na boca pra ele tirar com o chicote. Numa das tentativas o papel que a mulher segurava com a boca não saiu nas 3 chicotadas de praxe e ela não se apertou. Cuspiu o papel longe e tirou a cara da frente.

No meio do show, entrou um bêbado na arquibancada que gritava: "As muié! Eu quero ver as muié". Quando alguma mulher entrava no palco, ele aplaudia, assoviava e dava urras. Bastava entrar qualquer outro pra ele mandar sair.

Aí chegou a hora da rumba. Cada uma das mulheres dançava com uma fantasia diferente pra delírio do bêbado.

Outro palhaço, que nós identificamos como o monociclista, de novo. Um número do Homem Aranha e os 13 passos da morte, que consistia em dar 11 passos de cabeça pra baixo num pau suspenso, encaixando os pés. Eu deduzi que o Homem Aranha, na verdade um dos meninos do número do trapézio, decidiu parar com uma margem de segurança de 2 passos, já que o número eram os 13 passos da morte.

Finalmente o grande número da noite. A MULHER DEGOLADA VIVA.

Entrou um senhor, que agradeceu por termos saído do conforto do nosso lar para termos ido ao desconforto daquele circo. Achei sincero da parte dele. Desejou que Deus nos desse em dobro o que dávamos pra ele. Fiquei pensando que eu e meu primo ganharíamos 8 reais cada um, já que ele pagou as entradas e eu, as cadeiras vips. Aí ele disse que a Escola de Mágicos obriga ele a avisar pra não fazermos isso em casa. O resto do número... bem só vocês vendo as fotos.

Antes da degola.


Durante a degola. Vejam o mágico enfiando a faca.



Depois da degola. Será que eles arranjam as ajudantes em cada cidade?

2 comentários:

  1. Aê, Djaman, sangue, sangue! Muito bom o circo.

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  2. Oi Dja,
    Li atentamente, para minha surpresa vc colocou as fotos!!!
    Que inveja de Beto viu, essas coisas que sua mãe preparou eu vivo com vontade de comer, principalmente o cozido. Não me diga que teve banana da terra...aí eu choro!
    Beijos e tenha um lindo dia.

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Salvador sempre teve um público cativo de teatro que lota salas. Pelo menos, se estivermos falando de peças com atores globais. Não importa...