Reveillon

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Reveillon chique começa com o carro te pegando na porta de casa para levar ao evento. Tá, não era uma limunise, era uma van, mas tinha ar condicionado, ninguém tava espremido, e lá fomos nós pro Yatch Club numa cortesia de Simone Sampaio.
No camarim, bebida e comida à vontade... mas eles colocaram os salgados embaixo do ar-condicionado, que estava a 17 graus. Resultado? Picolé de risoles de camarão...
Simone Sampaio estava preocupada pois o maridão, Ricardo Bonelli, estava em casa doente. A preocupação era evidente e a pose "agora tenho que focar no trabalho" não era mantida sem uma dose de dor. Mas profissional que é profissional tem que ir em frente e sabe se cercar de bons profissionais, no caso a irmã Dayana Sampaio, que segurou a barra fazendo a parte dela e de Ricardo.
Enquanto essa gente trabalhava, nós, os vagabundos a galope, dicustíamos sobre a fobia de sereias, as camisetas com frases incompreensíveis e a utilização de duas baquetas. E mal tínhamos começado a beber.

Após algumas doses de whisky, red bull, cerveja e pepsi twist, em suas diversas combinações, a coisa começou a ficar animada para alguns. Casais foram se formando, trios foram se formando.Ainda não havíamos descido pro palco e pro salão e não sabíamos o que nos esperava lá. Parecia que uma bomba de cafonice tinha explodido no meio do salão. Mulheres com vestidos dourados brilhantes que pareciam ter sido feitos com uma almofada que a Riachuelo estava vendendo pro reveillon, e homens que davam a impressão de ter contratado o estilista do sindicato dos bancários. Isso independente da idade. Claro que havia "oásises" (vai saber o plural de oásis àquela altura) de bom gosto. O show de Alexandre Peixe não empolgou. O pessoal ficou morno. Pouco antes de ele iniciar a contagem, a nossa taça de champagne estourou sozinha, indicando que era a única sincronizada com o meridiano de Green... green... ville (??? Se eu não lembrava que oásis era comum de dois números, ia saber dizer isso aí?).Ao perceber que nós, pessoas antenadas e sincronizadas, já estávamos brindando, o Peixe, com seu rabo tatuado, começou a contagem regressiva a partir do 8, tentando tirar o atraso, mas era tarde demais. Nós já estávamos em 2009 antes dele, e do resto dos participantes daquela festa. Ignoramos a queima de fogos do prefeito João Henrique e esperamos o show de Simone Sampaio.
Por um mistério da física quântica, e da Skol, fui do camarim até o palco ao lado de Simone Sampaio e cheguei atrasado para o início do show. Quando dei por mim, ela já estava no meio da primeira (espero) música. Graças à Nossa senhora da Champagne Gratuita, o público tava mais animadinho. A caretice reinante não permitiu outro back que não este, mas as águas rolaram... e muito.- A senhora é casada?
- Nããão! Estou na prateleira - disse uma animada participante antes de subir no palco e dançar com os bailarinos de Simone.
Outra festeira resolveu ignorar a amiga que a regulava desde 2008 e subiu no palco abriu suas asas e só não soltou as feras porque a amiga continuava lá embaixo com o olhar atento.
Nesse momento, olhei pra trás a parecia ter visto uma miragem: Ricardo Bonelli ali, firme e forte dando apoio à esposa. Simone disse que nessa hora quase chora, eu expressei minha admiração em termos mais vulgares.
Mas sem dúvida que a presença dele completou uma noite de muita festa. E foi uma bela maneira de iniciar 2009!E teve quem não quisesse ir...