- É aquele gordinho bonito?
A frase deveria soar como um elogio, mas foi como um murro no meu estômago. Eu sabia que estava gordo, meus amigos comentavam, se espantavam o quanto eu tinha engordado. Mas era a primeira vez que alguém dizia que eu ERA gordo!
Fiquei preocupado com aquilo.
Na verdade, todo meu discurso contra a ditadura da estética já tinha perdido o sentido quando eu vi meus exames de colesterol e depois que o cardiologista me receitou remédio pra pressão. Não era mais uma questão de não se enquadrar a padrões de beleza, mas de saúde.
Quando fui ao nutricionista. Ele fez medições, pesagens, averiguações e me mostrou em várias tabelas do excel que eu estava acima do peso. Pensei na inutilidade de se pagar R$ 200,00 pra ouvir algo que já se sabe. Mas ele prosseguiu com a porposta d euma dieta.
O que eu gostava de comer?
Massa, oras, pensei que fosse evidente.
Verduras?
Nem pensar.
Fui pra casa imaginando a tortura que seria aquela dieta.
Na verdade foi bem mais fácil do que eu pensei. Não era uma privação de fome, em alguns momentos eu achava que nem conseguiria comer tudo que era preciso na hora.
Mas, ao contrário do que eu pensava antes, não existe uma ditadura da magreza, existe, sim, uma ditadura da gula. As pessoas não se conformam de que você está fazendo dieta e tentam te empurrar todo tipo de comida pelas mais diversas desculpas: "é hoje, só", "você também não póde abrir mão de tudo assim de vez", "desse jeito você vira antisocial"... tudo bobagem.
Em primeiro lugar, não era só um dia. Todo dia alguém vinha com um doce, um quitute, uma fritura. Depois que ninguém é nutricionista pra saber a melhor forma de se fazer dieta e por último que eu continuava indo com as pessoas pros lugares, só não comia o mesmo que eles comiam ou, quando abria exceção, não o fazia na mesma quantidade de antes.
Ainda assim, as pessoas insistiam: "você não pode fazer isso pra sempre, já está muito magro, agora já chega".
Fato é que eu fui emagrecendo. Passei de 94 para 78 quilos. Baixei meu guarda roupa de 46 para 40. Passei a usar roupas antigas que não tinha tido coragem ainda de me desfazer. Alguns trapinhos da viagem a New York voltaram a ser usados. Algumas roupas que não couberam nem quando compradas passaram a ter serventia.
Passei a andar como se tivesse assaltado um brechó. Os anos 80 voltaram pra mim. Melhor, voltei aos anos 80 com a cabeça de hoje. Tudo que a gente quer. A dieta se tornou uma máquina do tempo.
O cardiologista suspendeu o remédio da pressão.
Passei a atrair olhares mais jovens... quem diria que a geração de 20 e poucos podia ter bom gosto?
Estou com tudo e estgou prosa.
Gostei do estilo da dieta e pretendo continuar, graças a São Thiago Onofre. Agora ele aumentou um pouco a minha ração e mandou eu entrar na academia. Ainda bem, se continuasse desse jeito, em breve estaria usando calça boca de sino ou shorts Adidas com as 3 listras do lado...
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É.. Eu ando precisando me converter...
ResponderExcluirBeijos
Perfeito. Gosto demais quando você escreve assim! rs
ResponderExcluirGolfinho
Também gostei muito. Estou precisando reviver os anos 80.
ResponderExcluirEi, vc virou tixa de novo?
ResponderExcluirEu nem sabia...
Onde estavam esses seus textos que eu não tinha lido?
beijokas