sábado, 7 de janeiro de 2012

Mais uma da Gol

Por causa dos eventos ocorridos em 2007 (link aqui), eu evito comprar passagens da GOL. Nem adianta me acenarem com aquelas promoções, que eu não perco minhas noites de fim-de-semana apertando F5 no computador, na esperança de conseguir uma passagem aérea numa companhia com tanto desrespeito ao passageiro.
Mas a viagem para Buenos Aires foi por agência de viagem e, quando vimos, a passagem já tinha sido tirada pela GOL.
Saimos de Salvador e, no Rio, tinhamos que descer e fazer outro check-in, às 6 da manhã.
A funcionária da Gol exigiu que Beto tirasse os óculos escuros (conheci cerarenses na Argentina que viajaram pela Gol e afirmaram que permaneceram de óculos escuros em todo o trajeto, sem problemas).
Beto tirou e a moça estranhou que seus olhos estivessem irritados. Ele falou que tinha conjuntivite alérgica.
A moça disse que teria que passar pelo posto médico. Até aí, tudo bem, ela não tem que acreditar em nossa palavra de que a conjuntivite não é infecciosa, apesar de esse ser apenas um dos três tipos de conjuntivite e o único que é transmissível (veja mais sobre conjuntivite).
Uma outra moça nos levou a um posto, onde um médico mal olhou pra Beto e disse que não era oftalmologista, nem tinha aparelhagem para exame, mas que "evidentemente ele estava com conjuntivite" e por isso não embarcaria. Beto explicou que era alérgica, até mostrou o remédioq ue usa e o médico disse que ele não embarcaria.
Pedimos então, um laudo e o médico disse que não daria, pois não era oftalmologista.
Pedimos então que a Gol nos desse por escrito que estávamos impedidos de embarcar e a Gol disse que não daria nada, que já havia acabado por ali e que nós poderíamos ir embora.
Em nenhum momento questionamos que as empresas devam adotar medidas de segurança, mas se eles impedem um embarque de um passageiro tem que justificar e isso não pode ser de boca. Caso contrário, seria apenas um caso de "no-show", ous eja, seria como se nós não tivéssemos comparecido ao embarque.
Diante da recusa, para fazer prova do que estava acontecendo, filmei o médico que, nervoso, dizia no saguão à vista de várias pessoas, que Beto tinha conjuntivite e por isso não iria embarcar. E que se tentasse, ele informaria ao piloto de que não poderia.
Um funcionário do posto chamou um segurança para que tomasse meu iPhone por estar filmado.
Aí, entrei na briga. É ruim de alguém tomar meu iPhone!
Eu disse que estava num local de acesso público e estava filmando, sim, se o médico não gostasse do que eu fizesse com as imagens, ele que me processasse!
O segurança não chegou perto de mim, felizmente. ALiás, o segurança tentava controlar a situação dentro das suas atribuições. Ele foi chamado lá e foi cumprindo o dever. Nada tenho contra seu trabalho.
Depois de muito gritarmos, ameaçarmos, já tinha vindo um gerente da Gol até lá, o médico resolveu fazer o laudo por escrito. Depois de pronto, pedimos o laudo e o funcionário do posto disse que pertencia ao posto. Beto se identificou como dentista e disse que o laudo pertence ao paciente e que não sairtia dali sem o laudo.
Eu ainda argumentei com o médico de que o olho de Beto já tinha voltadoi ao normal e questionei se uma conjutivite viral ou bacteriana passava assim em minutos? Que era a prova de que era uma irritação alérgica!
Alguém do aeroporto interviu e tirou uma xerox do tal laudo, não sem antes pegar todos os documentos e exigir um monte de assinatura.
Perguntamos ao gerente da Gol como ficaríamoa e ele disse que a empresa não teria nada a fazer que deveríamos ir embora.
Eu perguntei porque que eu tinha sido levado ali, e ele disse que se eu quisesse poderia mebarcar, mas que corresse porque o voo já estava saindo.
Sem nem saber como voltar ao terminal, corremos para o embarque internacional. A Gol, ao menos, mandou alguém que nos acompanhasse. Tentava tirar os documentos de Beto e a chave de casa, que estavam todos na mesma mochila, e na confusão, ele ficou sem qualquer dinheiro.
Embarquei sem saber o que aconteceria.
Depois eu soube que ele tentou registar uma queixa na ANAC, mas essa se recusou. Ele foi no Juizado e lá o absurdo maior aconteceu: o funcionário disse que era uma causa perdida e que não iria registrar. Beto insistiu e o funcionário dizia que se ele perdesse, pagaria as custas. Ele disse que pagaria. Aì o funcionário chamou o gerente da Gol até lá e perguntou a ele se deveria registrar. Diante da negativa do gerente, ele não registrou nada.
A Gol se ofereceu para embarca Beto de volta a Salvador NUM ÔNIBUS, em pleno dia 30/12!
Felizmente, ele estava com um cartão do banco e comprou uma passagem na TAM.
Vivemos num país de merda, onde achamos que temos direitos e justiças, onde falamos das ditaturas de esquerda, mas na verdade aqui as leis e diretos não valem nada. Como provar que estivemos no check-in, se a Gol não registrou nada, se a Anac também se recusou e se o funcionário do juizado consultou a uma empresa privada sobre como proceder.
A situação que mais me constrange é contar essa história e ver nos olhos das pessoas a expressão de que "alguma coisa está mal contada", que "uma coisa assim não é possível", que "deve ter algo que não foi dito ou mal-entendido".
Sei que uma leitora desse blog, vai saber bem o que é essa sensação, pois já passou por algo semelhante. 
A propósito, passagens com detsino a Argentina por empresas estrangeiras como a Pluna são mais baratas do que a Gol.
No mais, só me resta prestar mais uma homenagem a Gol, a seus funcionários, agora extensiva ao médico e atendente do posto da Infraero, ao funcionário da Anac e ao funcionário do juizado.




Se a homenagem não abrir, clique nesse link: http://youtu.be/_mm04uhJOXw

Um comentário:

  1. Caraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalho! Olhe, indignada! Caralho!!!! Musica mais que oportuna. Que merda!

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