Mas a viagem para Buenos Aires foi por agência de viagem e, quando vimos, a passagem já tinha sido tirada pela GOL.
Saimos de Salvador e, no Rio, tinhamos que descer e fazer outro check-in, às 6 da manhã.
A funcionária da Gol exigiu que Beto tirasse os óculos escuros (conheci cerarenses na Argentina que viajaram pela Gol e afirmaram que permaneceram de óculos escuros em todo o trajeto, sem problemas).
Beto tirou e a moça estranhou que seus olhos estivessem irritados. Ele falou que tinha conjuntivite alérgica.
A moça disse que teria que passar pelo posto médico. Até aí, tudo bem, ela não tem que acreditar em nossa palavra de que a conjuntivite não é infecciosa, apesar de esse ser apenas um dos três tipos de conjuntivite e o único que é transmissível (veja mais sobre conjuntivite).
Uma outra moça nos levou a um posto, onde um médico mal olhou pra Beto e disse que não era oftalmologista, nem tinha aparelhagem para exame, mas que "evidentemente ele estava com conjuntivite" e por isso não embarcaria. Beto explicou que era alérgica, até mostrou o remédioq ue usa e o médico disse que ele não embarcaria.
Pedimos então, um laudo e o médico disse que não daria, pois não era oftalmologista.
Pedimos então que a Gol nos desse por escrito que estávamos impedidos de embarcar e a Gol disse que não daria nada, que já havia acabado por ali e que nós poderíamos ir embora.
Em nenhum momento questionamos que as empresas devam adotar medidas de segurança, mas se eles impedem um embarque de um passageiro tem que justificar e isso não pode ser de boca. Caso contrário, seria apenas um caso de "no-show", ous eja, seria como se nós não tivéssemos comparecido ao embarque.
Diante da recusa, para fazer prova do que estava acontecendo, filmei o médico que, nervoso, dizia no saguão à vista de várias pessoas, que Beto tinha conjuntivite e por isso não iria embarcar. E que se tentasse, ele informaria ao piloto de que não poderia.
Um funcionário do posto chamou um segurança para que tomasse meu iPhone por estar filmado.
Aí, entrei na briga. É ruim de alguém tomar meu iPhone!
Eu disse que estava num local de acesso público e estava filmando, sim, se o médico não gostasse do que eu fizesse com as imagens, ele que me processasse!
O segurança não chegou perto de mim, felizmente. ALiás, o segurança tentava controlar a situação dentro das suas atribuições. Ele foi chamado lá e foi cumprindo o dever. Nada tenho contra seu trabalho.
Depois de muito gritarmos, ameaçarmos, já tinha vindo um gerente da Gol até lá, o médico resolveu fazer o laudo por escrito. Depois de pronto, pedimos o laudo e o funcionário do posto disse que pertencia ao posto. Beto se identificou como dentista e disse que o laudo pertence ao paciente e que não sairtia dali sem o laudo.
Eu ainda argumentei com o médico de que o olho de Beto já tinha voltadoi ao normal e questionei se uma conjutivite viral ou bacteriana passava assim em minutos? Que era a prova de que era uma irritação alérgica!
Alguém do aeroporto interviu e tirou uma xerox do tal laudo, não sem antes pegar todos os documentos e exigir um monte de assinatura.
Perguntamos ao gerente da Gol como ficaríamoa e ele disse que a empresa não teria nada a fazer que deveríamos ir embora.
Eu perguntei porque que eu tinha sido levado ali, e ele disse que se eu quisesse poderia mebarcar, mas que corresse porque o voo já estava saindo.
Sem nem saber como voltar ao terminal, corremos para o embarque internacional. A Gol, ao menos, mandou alguém que nos acompanhasse. Tentava tirar os documentos de Beto e a chave de casa, que estavam todos na mesma mochila, e na confusão, ele ficou sem qualquer dinheiro.
Embarquei sem saber o que aconteceria.
Depois eu soube que ele tentou registar uma queixa na ANAC, mas essa se recusou. Ele foi no Juizado e lá o absurdo maior aconteceu: o funcionário disse que era uma causa perdida e que não iria registrar. Beto insistiu e o funcionário dizia que se ele perdesse, pagaria as custas. Ele disse que pagaria. Aì o funcionário chamou o gerente da Gol até lá e perguntou a ele se deveria registrar. Diante da negativa do gerente, ele não registrou nada.
A Gol se ofereceu para embarca Beto de volta a Salvador NUM ÔNIBUS, em pleno dia 30/12!
Felizmente, ele estava com um cartão do banco e comprou uma passagem na TAM.
Vivemos num país de merda, onde achamos que temos direitos e justiças, onde falamos das ditaturas de esquerda, mas na verdade aqui as leis e diretos não valem nada. Como provar que estivemos no check-in, se a Gol não registrou nada, se a Anac também se recusou e se o funcionário do juizado consultou a uma empresa privada sobre como proceder.
A situação que mais me constrange é contar essa história e ver nos olhos das pessoas a expressão de que "alguma coisa está mal contada", que "uma coisa assim não é possível", que "deve ter algo que não foi dito ou mal-entendido".
Sei que uma leitora desse blog, vai saber bem o que é essa sensação, pois já passou por algo semelhante.
A propósito, passagens com detsino a Argentina por empresas estrangeiras como a Pluna são mais baratas do que a Gol.
No mais, só me resta prestar mais uma homenagem a Gol, a seus funcionários, agora extensiva ao médico e atendente do posto da Infraero, ao funcionário da Anac e ao funcionário do juizado.
Se a homenagem não abrir, clique nesse link: http://youtu.be/_mm04uhJOXw
Caraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalho! Olhe, indignada! Caralho!!!! Musica mais que oportuna. Que merda!
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