"Com ou sem religião, pessoas boas farão coisas boas e pessoas ruins farão coisas ruins.
Mas para pessoas boas fazerem coisas ruins é preciso religião". (Steven Weinberg – Ganhdor do Premio Nobel de Física de 1979)
A decisão so Supremo Tribunal Federal reconhecendo as convivência entre homossexuais como uma unidade familiar não é importante apensas para quem se encontra nessa situação. Ela é mais um marco na separação entre Estado e Igreja, que tanto precisamos. Especialmente da Igreja Católica que, historicamente, detém maior influência sobre os parlamentares do que outros seguimentos.
Mas qual o interesse da Igreja em manter os homossexuais na marginalidade da sociedade? Qual a vantagem, para a Igreja em negar-lhes os direitos?
A Igreja alega a proteção à família. Não vou discutir a crença da Igreja. Ela acredita que homossexualismo é pecado e pensa que pode "converter" ou "curar" homossexuais, então, por sua lógica, quanto menos os jovens homossexuais puderem ver exemplos de homossexuais bem sucedidos, felizes, e com vidas normais, mais fácil para eles "perceberem" o quanto aquela vida é errada. Essa é a lógica geral.
Mas agora, vamos admitir essa boa intenção da Igreja, ela acha homossexualismo errado, e como tal deve ser combatida, mas a psicologia, a biologia, a medicina discordam. Por outro lado, há um consenso de que corrupção, pedofilia, descasso com a saúde pública, violência contra a mulher, entre outros problemas de nossa sociedade, afetam, e muito, o ambiente familiar, as condições de vida das pessoas. O dinheiro desviado com a corrupção, por exemplo, mata pessoas de fome ou sem cuidados médicos nos locais para onde esse dinheiro deveria ir. A pedofilia é uma das coisas mais doentias e afeta de forma imprevisível uma criança. Por que não vemos a Igreja, ao menos, igualmente empenhada nessas questões?
Ah, sim, temos a campanha da fraternidade, que todo ano tem um mote social. Mas por que a Igreja não se movimenta politicamente contra os desvios do dinheiro que deveria estar salvando pessoas? Por que não trata com rigor os pedólatras dentro de seus próprios quadros? Mas paga advogados para irem até o Supremo combater uma decisão que não vai afetar em nada seus fiéis.
Os heterossexuais não vão virar gays só porque a lei lhes concede direitos, continuarão heterossexuais felizes por todas suas vidas. Ah! Claro. Padres homossexuais terão que continuar na clandestinidade para que nãos e desmascare de vez a hipocrisia dessa religião. E aí talvez esteja um perigo. Quando os companheiros dos padres ingressarem nos tribunais para terem reconhecidos seus direitos.
Mas certamente esse não é motivo suficiente para tanto empenho da Igreja. Há o preconceito, sim. Há a dificuldade de se ter realidades estruturadas sobre as quais a Igreja não pode disciplinar, pois isso seria o reconhecimento daquela situação. Assim, as "famílias gays" podem até adotar os dogmas religiosos que quiserem para si, mas a igreja jamais poderá lhes direcionar nenhuma das suas normas, uma vez que estas almas não estão entre aquelas que a igreja admite.
Tem também o preconceito e a dificuldade em admitir que estava pregando algo errado. Consideremos que somente em 1992 a Igreja Católica "perdoou" Galileu. Ou seja, o Vaticano levou uns 400 anos pra admitir que a Terra é que girava em torno do Sol, coisa que qualquer criança já sabia há décadas. Ainda vai levar alguns séculos pra ela admitir que homossexualidade é algo natural, como a ciência já descobriu.
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